Mais de 700 cristãos esperam pena de morte em prisões do Paquistão

Cristãos paquistaneses enfrentam falsas acusações de blasfêmia, que podem resultar em penas de até 10 anos de prisão ou até mesmo a morte.

Fonte: Guiame, com informações do ICCAtualizado: segunda-feira, 25 de agosto de 2025 às 13:50
A incerteza e o sofrimento prolongado fazem parte da realidade enfrentada pelos cristãos presos. (Foto representativa: ICC)
A incerteza e o sofrimento prolongado fazem parte da realidade enfrentada pelos cristãos presos. (Foto representativa: ICC)

Um estudo recente revelou que centenas de cristãos estão presos no Paquistão, acusados de violar as rígidas leis de blasfêmia do país, que punem com sentença de 10 anos de prisão até pena de morte qualquer suposta ofensa ao profeta Maomé.

Mais de 700 cristãos ainda aguardam a pena de morte no país, enquanto muitos outros permanecem presos sem qualquer previsão de libertação.

A incerteza e o sofrimento prolongado fazem parte da realidade enfrentada por essas comunidades religiosas.

Embora exista a possibilidade de redução de pena por meio da memorização do Alcorão ou da observância do jejum durante o Ramadã, muitos cristãos optam por permanecer firmes em sua fé, suportando punições severas em vez de renunciar a Cristo.

A maioria dos acusados pertence a minorias religiosas, como cristãos e hindus.

Tratamento cruel e discriminação

Segundo o Christian Daily International, esses prisioneiros enfrentam tratamento cruel e discriminação dentro do sistema judicial.

De acordo com estudos, muitas acusações de blasfêmia contra cristãos no Paquistão são infundadas. Após a condenação, eles enfrentam condições de vida extremamente duras nas prisões.

O relatório “Hope Behind Bars” (Esperança atrás das grades, em tradução livre), da Comissão Nacional para Justiça e Paz (NCJP), destaca que os cristãos condenados por blasfêmia enfrentam condições desumanas nas prisões, como falta de higiene, discriminação e maus-tratos.

Em um caso, 100 cristãos foram condenados por supostamente linchar dois muçulmanos, saquear e vandalizar propriedades em 2015.

Eles foram mantidos em uma cela usada anteriormente para pacientes com tuberculose, obrigados a beber água em recipientes de banheiro e limpar as mãos nas paredes por falta de sabão.

Os responsáveis pela prisão se recusaram a fornecer cobertores e outros itens essenciais aos cristãos detidos, embora esses mesmos recursos tenham sido disponibilizados a outros presos.

Leis de blasfêmia

A Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) informou que as leis de blasfêmia do Paquistão são as segundas em gravidade, atrás apenas do Irã.

Muitas vezes, as acusações de blasfêmia no país são feitas sem que haja uma audiência judicial adequada, deixando os acusados vulneráveis a condenações arbitrárias e injustas.

Em 25 de junho, o cristão Ankwar Kenneth, de 72 anos, foi absolvido após passar 23 anos no corredor da morte.

Embora fosse um homem instruído e envolvido em debates religiosos com colegas muçulmanos antes de sua prisão, seu advogado apelou ao tribunal alegando que Kenneth sofria de distúrbios mentais.

A Suprema Corte do Paquistão ordenou sua libertação, afirmando que uma pessoa diagnosticada com instabilidade mental não pode ser responsabilizada por um crime.

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