Mil pessoas se reúnem no Itaquerão em protesto contra a exploração sexual

"O Brasil se curvou diante da Fifa, a arrecadação de direito de imagem foi de 1,3 bilhão, e nenhum centavo foi destinado para coibir a exploração sexual infantil", denuncia a vereadora Patrícia Bezerra (PSDB)

Fonte: guiame.com.brAtualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:01
Protesto contra a exploração sexual
Protesto contra a exploração sexual

Neste domingo, 18 de maio, Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual, algumas pessoas foram às ruas protestar contra esse mal da sociedade.

Na zona leste, próximo à Arena Corinthians, chamada de Itaquerão, cerca de mil pessoas se reuniram e levantaram cartazes com frases como 'Levante a mão', 'Quebre o silêncio'.

Instalada no ano passado na Câmara dos Vereadores de São Paulo, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) conclui que aumentou o número de casos de abusos sexuais contra crianças e adolescentes no período de construção da arena.

Depoimentos de meninas moradas da favela do bairro estão no relatório final do trabalho dos parlamentares. "A gente colheu depoimentos de meninas que foram vitimizadas durante o período [de construção do estádio, iniciado em 2011]. É fato que existe e existiu a exploração sexual naquele momento e nas imediações do Itaquerão", destaca a vereadora Patrícia Bezerra (PSDB), relatora da CPI que apurou a exploração infantil no município.

A região do estádio é reconhecida pela Prefeitura de São Paulo como um dos pontos vulneráveis a esse tipo de crime e acionou uma rede de proteção que trabalha junto com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em grandes eventos.

"Essa ação mobiliza os atores sociais das redes locais e foi implantada na capital paulista. Não só lá na região de Itaquera, mas em outros pontos de concentração onde as pessoas vão assistir aos jogos", informou Fábio Silvestre, coordenador de políticas para crianças e adolescentes da Secretaria Municipal de Direitos Humanos.

Em sua página no Facebook, o deputado estadual Carlos Alberto Bezerra Jr., que também participou do protesto, escreveu a respeito: "Não feche os olhos. Não tape os ouvidos. Não cale sua voz. A Justiça pela qual clamamos é a dAquele que tudo vê, tudo ouve e fala sempre a favor de quem não tem. Essa Justiça “entra em campo” sempre que eu e você decidimos “entrar em campo”. Nós somos seus porta-vozes. E, em nome de nossa fé, nunca iremos nos calar."

A RENAS - Rede Evangélica Nacional de Ação Social - também participou da ação contra o abuso e a exploração sexual no Itaquerão. A passeata lança também a hashtag #Levanteessabola, nas redes sociais, contra exploração sexual infantil durante a Copa.

"A Fifa foi chamada para participar de uma campanha e se recusou para evitar a associação com exploração sexual infantil. O Brasil se curvou diante da Fifa, a arrecadação de direito de imagem foi de 1,3 bilhão, e nenhum centavo foi destinado para coibir a exploração sexual infantil. Vai ser uma tragédia anunciada", lamenta Patrícia Bezerra.


com informações da Uol

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