Missão mostra “caixa de tortura” onde pastor era colocado na Romênia comunista

A missão “A Vozes dos Mártires” (VOM) mostrou a “caixa de tortura” em que o pastor Richard Wurmbrand foi colocado pelas autoridades comunistas em uma prisão na Romênia, durante a Segunda Guerra Mundial.

O escritório do ministério na Coreia do Sul construiu uma réplica da caixa para exibir aos seus visitantes com o propósito de lembrar dos cristãos que ainda sofrem perseguição no mundo.

O interior do instrumento de tortura era repleto de pregos afiados em todas as direções, fazendo com que a vítima não pudesse se mexer dentro da caixa. Quando não aguentava mais ficar tanto tempo paralisada e se mexia, era perfurada pelos pregos. 

Em vídeo no Instagram, a “Vozes dos Mártires Coreia” mostrou alguns visitantes entrando na caixa de tortura e refletindo sobre a grande fé dos irmãos perseguidos.

“A caixa de tortura deve ter sido incrivelmente dolorosa e estressante, pois era tão imóvel e havia pregos afiados cravados nela. É tempo para meditar em Jesus e no sofrimento dos nossos irmãos e irmãs que ainda são perseguidos por sua fé”, afirmou o pastor Kim, que visitou o escritório e passou pela experiência. 

Outro visitante, o diácono Hwangbo, refletiu: “Quero que muitas pessoas saibam que confiar em Jesus não é fácil, mas vale a pena sofrer”.

 

 

 

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“O Paulo da Cortina de Ferro"

Em 1945, os comunistas tomaram o poder da Romênia e tentaram impor restrições às igrejas no país.

Nessa época, o pastor romeno Richard Wurmbrand iniciou um ministério “clandestino” para apoiar os cristãos oprimidos e para os soldados russos que ocupavam sua nação. 

Por causa do seu trabalho, Richard foi preso junto com sua esposa Sabina em 1948.

Ela permaneceu na prisão por três anos, submetida ao trabalho forçado no Canal Danúbio.

O pastor passou 14 anos na prisão, sendo torturado pelas autoridades comunistas e colocado no confinamento solitário.

O líder era conhecido em todo o mundo e embaixadores estrangeiros tentaram negociar sua libertação. Porém, o governo informou falsamente que Richard havia fugido do país.

Já para a família, as autoridades mentiram que ele havia morrido e sido enterrado no cemitério da prisão. Após 8 anos como prisioneiro, Richard foi libertado e continuou seu trabalho com a igreja subterrânea. 

Em 1959, ele foi preso novamente e condenado a 25 anos de prisão. Até que o pastor foi libertado por meio de anistia em 1964.

Temendo que Richard voltasse a ser preso, um grupo de cristãos da Noruega negociou a emigração de sua família para o país europeu. Considerado um preso político, o grupo pagou 10 mil dólares por sua libertação.

A história de Richard Wurmbrand ficou conhecida no mundo todo. O pastor levou no corpo e na mente as marcas dos longos anos de tortura. 

Ele tinha 18 cicatrizes das feridas causadas na prisão. Além disso, o líder sofreu com gatilhos psicológicos.

“Crentes eram pendurados em cordas, de cabeça para baixo, e açoitados tão severamente que seus corpos balançavam de um lado para o outro sob a força das pancadas. Eram colocados em geladeiras. ‘Celas refrigeradoras’, tão frias que se formava uma camada de gelo na parte interna. Eu próprio fui jogado em uma dessas celas, com bem pouca roupa. Até hoje algumas vezes não suporto abrir uma geladeira”, contou ele, em seu livro “Torturados por amor a Cristo”.

Apoiando cristãos perseguidos

Em 1967, Richard e sua esposa Sabina criaram a missão “A Voz dos Mártires”, para dar apoio a cristãos perseguidos em países comunistas, islâmicos e outros que oprimem os seguidores de Jesus.

Eles viajaram por todo o mundo e estabeleceram uma rede de mais de 30 escritórios que fornecem ajuda às famílias de crentes perseguidos.

A mensagem de Richard era sempre de perdão: “Odeie os sistemas malignos, mas ame seus perseguidores. Ame suas almas e tente ganhá-las para Cristo”.

Ele foi chamado por líderes cristãos como "A Voz da Igreja Subterrânea" e "O Paulo da Cortina de Ferro".