Richard Wurmbrand (1909-2001) foi um pastor e escritor romeno e ficou conhecido mundialmente por ter sido preso e torturado pelo regime comunista da Romênia, por mais de uma década.
Sua esposa, Sabina, também ficou presa durante três anos e foi submetida a trabalho escravo. O casal viveu momentos terríveis e angustiantes por causa da fé em Jesus, mas prometeu não ajoelhar-se à agenda comunista e ímpia daquela época.
Conforme Michael Brown, apresentador de rádio que conta essa história, que foi publicada no Charisma News, “por obediência a Deus, o casal Wurmbrand decidiu sofrer as consequências, por mais difíceis e sombrias que fossem. Então, quando veio uma nova crise eles já estavam prontos.
Invasão nazista à Romênia
Quando os nazistas ocuparam a Romênia, Richard arriscou sua vida pregando o Evangelho, sendo preso e espancado por sua fé inabalável.
Em 1944, os nazistas foram deslocados pelos russos, que começaram a estabelecer seu regime comunista na Romênia, com um milhão de soldados ocupando o país. Então, veio a grande prova.
O casal participava do Congresso de Cultos, patrocinado pelo governo, junto de outros líderes religiosos. O evento estava sendo transmitido ao vivo pela rádio nacional.
Enquanto os pastores elogiavam publicamente o regime comunista — líderes cristãos apoiando um regime ateu, usando o nome do cristianismo — os Wurmbrands ficaram enojados e entristecidos espiritualmente.
Sabina disse ao marido, que já era bem conhecido na Romênia: “Richard, levante-se e lave essa vergonha da face de Cristo. Eles estão cuspindo na cara Dele”.
Ao que ele respondeu: “Se eu fizer isso, você perderá seu marido”. E ela retrucou: “Não quero ter um covarde como marido”.
Desaparecido
Ao caminhar em direção ao microfone para falar ao país, numa transmissão de rádio ao vivo, o silêncio era total. Enquanto todos aguardavam mais um discurso endossando o governo, Richard Wurmbrand declarou que seu dever como cristão era glorificar a Deus e a Cristo.
Impedido de continuar seu discurso, ele passou a ser “um homem marcado”. Enquanto dava sequência ao seu ministério, o governo estava de olho nele.
Depois de três anos, na manhã de 29 de fevereiro de 1948, enquanto Richard caminhava para um culto na igreja, uma van da polícia secreta parou ao lado dele. Ele foi puxado por dois homens para dentro da van, que partiu rapidamente.
Lançado na prisão, ele foi dado como desaparecido. Seu nome foi registrado como Vasile Georgescu, e ele foi proibido de pronunciar seu nome verdadeiro, mesmo ao falar com os guardas. Quando embaixadores estrangeiros ou familiares procuravam por ele, seu verdadeiro nome não aparecia em nenhuma lista.
Sobrevivente
Enquanto Richard cumpriu 14 anos de prisão, Sabina teve que continuar o trabalho na igreja de forma clandestina. Ela também foi encarcerada por três anos, trabalhando em campos de trabalho forçado na Romênia.
Richard chegou a adoecer e foi enviado para um local chamado “sala da morte”, onde eram colocados os prisioneiros com apenas alguns dias de vida. Mas ele sobreviveu e foi tirado de lá após dois anos. Durante o período em que esteve preso, Richard pregou o Evangelho a muitas pessoas, antes que morressem.
Na década de 60, Richard foi libertado e reencontrou sua esposa e seu filho. Eles deram início à organização conhecida até o dia de hoje como Voz dos Mártires, com o objetivo principal de ajudar as famílias dos mártires cristãos de forma física e espiritual e apoiar os cristãos perseguidos.
Pastor Richard Wurmbrand (1909-2001) e sua esposa Sabina Oster Wurmbrand (1913-2000). (Foto: Reprodução/Voz dos Mártires)
Missão e legado
Um dos livros mais conhecidos de Richard Wurmbrand — Torturados por Cristo — que já foi traduzido para dezenas de idiomas, diz que “a perseguição sempre produziu cristãos melhores”.
O autor enfatizou que a perseguição comunista falhou em sua missão — em vez de exterminar cristãos, fez com que os sobreviventes se transformassem em verdadeiros crentes, sérios e dedicados, como raramente são vistos em terras onde há liberdade de religião.
“Essas pessoas [cristãos perseguidos] não conseguem entender como alguém pode ser cristão e não querer ganhar todas as almas que encontra”, disse numa das páginas de seu livro.
Para esses crentes perseguidos, seguir a Jesus não era uma questão de conveniência ou conforto. Não foi simplesmente a escolha de uma vida melhor e mais próspera.
Em vez disso, como Wurmbrand comparou em seu livro: “Um homem que visita um barbeiro para se barbear ou que encomenda um terno de um alfaiate, não é um discípulo, mas um cliente”.
Ele dizia que “um discípulo é aquele que diz a Cristo: como eu desejo fazer um trabalho como o Seu!”. Jesus ia de um lugar para outro tirando o medo das pessoas e, no lugar de levar alegria, ele levava verdade, conforto e vida eterna”, explicou em seu livro “Nos subterrâneos de Deus”.
“Somos chamados a ser discípulos, não clientes, não consumidores, não buscadores casuais de conveniência carnal. Em vez disso, com alegria, nos negamos a nós mesmos e tomamos nossa cruz diariamente”, escreveu também.
“E pela graça de Deus, andamos dignos de nosso Senhor. Isso significa que nós o amamos mais do que pai ou mãe, mais do que filho ou filha, ainda mais do que nossas próprias vidas. Isso é o que os discípulos fazem”, resumiu.
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