O missionário da International Mission Board (IMB), Matthew Fisher, conta que estava em Burundi, diante de um grupo de pastores africanos, a milhares de quilômetros de distância do Conselho de Missões Internacionais na Colômbia, onde atua.
Burundi é o menor país africano e também um dos mais pobres do mundo, onde as pessoas sofrem com a AIDS, entre outras doenças. Por lá, conforme diz o missionário “as necessidades são enormes”.
Na cultura dos burundeses, esconder os sentimentos é considerado o auge da masculinidade para os homens. E, quando Fisher chegou até eles para levar o treinamento “Trauma Healing Institute” percebeu que havia muitos traumas a serem revelados e posteriormente curados.
“Como seu relacionamento com seu pai terreno afeta seu relacionamento com seu Pai Celestial?”, Fisher perguntou inicialmente. O grupo ficou calado, pensando.
‘Quebrando o silêncio’
Depois de um tempo, um pastor quebrou o silêncio e disse: “Sempre tive dificuldade em confiar nas promessas de Deus. Nunca entendi o porquê. Meu pai na terra sempre me decepcionou. Ele sempre foi um mentiroso”.
“Agora vejo por que tenho problemas com meu relacionamento com Deus e entendo o motivo pelo qual não confio em Deus totalmente”, continuou.
Ao final do treinamento, esse mesmo pastor testemunhou: “Depois que consegui perdoar meu pai na Terra e seguir com esse treinamento, tive os olhos abertos para crer nas promessas de Deus”.
O treinamento do missionário está alinhado com a missão ensinada por Jesus de cura física, tanto para cristãos quanto não cristãos. Os grupos formados se tornam em comunidades autênticas que promovem cura emocional e espiritual, conforme o IMB.
‘Os afastados retornam à fé’
Para o missionário que dedica sua vida em curar pessoas, seu tempo de férias foi bem investido nessa missão e ele disse acreditar no impacto que esses grupos de pessoas curadas pode causar.
“Na verdade, estes grupos tornaram-se a pedra angular de uma estratégia de implantação de igrejas na América do Sul, do outro lado do oceano”, comentou.
“Tudo começa com um crente local que deseja plantar uma igreja e sente um chamado para se tornar pastor. Embora os seus vizinhos e amigos possam inicialmente hesitar em aceitar uma nova igreja, depois eles são beneficiados através do processo de cura que ela promove”, explicou.
“Os membros do grupo começam a partilhar suas histórias durante as sessões de aconselhamento, desenvolvem laços estreitos e experimentam crescimento emocional e espiritual”, continuou ao explicar que muitos se convertem e os que estavam afastados retornam à fé.
‘Servidos para servir’
Fisher conta que a dinâmica do grupo ocorre naturalmente: “Quando o grupo se aprofunda em tópicos como identidade em Cristo, batismo, Ceia do Senhor, membresia na igreja e adoração, passa a incentivar os cristãos que se sentem chamados para servir”.
O missionário permanece no grupo proporcionando discipulado à medida que eles crescem e se tornam uma igreja próspera. Nos últimos cinco anos do seu ministério, ele testemunhou pessoalmente três congregações na América do Sul brotarem a partir desta abordagem.
A equipe missionária de Fisher vê os grupos de cura de traumas como uma ferramenta eficaz para plantação de igrejas e evangelismo na Colômbia, principalmente devido às barreiras que derrubam. A maioria dos membros da equipe possui treinamento em cura de traumas.
Como as pessoas na Colômbia são geralmente reservadas e distantes, elas não deixam ninguém ver suas vidas. Através da cura de traumas, em apenas algumas semanas, eles se unem como um grupo e começam a realmente compartilhar suas vidas uns com os outros. Dessa forma, o IMB tem sido uma mola propulsora na formação de comunidades cristãs genuínas.
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