Muçulmano entra por curiosidade em igreja na Etiópia e acaba aceitando Jesus

Miftah, de 26 anos, foi espancado por vizinhos e expulso de casa após abandonar o islamismo e se tornar cristão.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: terça-feira, 27 de maio de 2025 às 14:39
Miftah enfrentou perseguição após sua conversão. (Foto: Portas Abertas).
Miftah enfrentou perseguição após sua conversão. (Foto: Portas Abertas).

Miftah*, de 26 anos, era um muçulmano dedicado à sua fé, na Etiópia. Para aprofundar seus conhecimentos do Alcorão, ele estava estudando em uma madrassa (escola islâmica), onde também pretendia trabalhar. 

O jovem não imaginava que seus planos mudariam drasticamente ao visitar sua família durante as férias, em 2022.

Andando pela aldeia, Miftah viu cristãos participando de uma conferência em uma igreja. Ele ficou curioso para saber o que eles estavam fazendo e entrou no templo. 

Naquele dia, ao voltar para casa, o jovem foi recebido com insultos e agressões da sua família islâmica. Os vizinhos haviam visto Miftah entrando na igreja e o denunciaram aos seus pais.

Mas, a hostilidade da família aguçou ainda mais sua curiosidade sobre o cristianismo e ele participou de toda a conferência. No terceiro dia de evento, o muçulmano entregou sua vida a Cristo e deixou a fé islâmica.

Meses depois, os vizinhos capturaram Miftah, amarraram suas mãos nas costas e o espancaram para forçá-lo a deixar a fé cristã.

Durante a tortura, seu pai gritou: “Ele não é mais meu filho, ele me traiu! Ele desonrou a fé ao se afastar dela”.

Além de ser vítima de perseguição violenta, Miftah teve as roupas queimadas e foi deserdado das terras da família, que ele herdaria. Renegado pelos próprios pais, ele ainda foi expulso da sua aldeia.

O novo cristão recebeu apoio emergencial da Missão Portas Abertas e recebeu mantimentos, roupas e um lugar para morar.

Liberando perdão

Em 2024, ele foi convidado para participar de um treinamento de traumas para cristãos perseguidos.

Durante o evento, Deus trabalhou em seu coração e curou suas dores emocionais. A raiva que Miftah sentia dos seus perseguidores foi transformada em compaixão.

“Quando vi aquelas pessoas que me batiam, me perseguiam, incluindo minha mãe e meu pai, e que fizeram todas aquelas coisas comigo, tive sentimentos ruins. Eu costumava me sentir injustiçado pelo que tinham feito comigo. Mas depois que vim para cá e participei do treinamento, percebi que o que costumava me ferir não era útil e nem tinha valor”, testemunhou ele.

O ex-muçulmano percebeu que Deus havia transformado o mal sofrido em bem. “Aqueles que estavam contra mim me fizeram correr para Deus. A lição que aprendi neste lugar me permitiu agradecer àqueles que me perseguiram. Agora estou curado, este treinamento apagou o ódio que eu costumava ter em mim”, declarou.

Perseguição na Etiópia

Nos últimos anos, a perseguição contra cristãos na Etiópia piorou, com o país ocupando o 33° lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Portas Abertas.

Os muçulmanos que se convertem a Jesus, especialmente no Leste e Sudeste, e os convertidos que deixam a Igreja Ortodoxa Etíope (IOE) enfrentam intensa perseguição familiar e comunitária, com violência física e psicológica.

Em outras regiões, os cristãos etíopes são atacados por multidões islâmicas, os recursos da comunidade são negados a eles, os levando ao isolamento social.

Em meio a violência política e conflitos recentes nas regiões de Tigré, Amara e Oromia, os cristãos ficaram ainda mais vulneráveis à perseguição. Muitas igrejas foram atacadas e destruídas.

*Nome alterado por motivos de segurança.

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