Um vídeo que está circulando na internet mostra um homem muçulmano que se diz decidido a matar Asia Bibi, a cristã paquistanesa que passou oito anos no corredor da morte e foi recentemente autorizada a receber asilo no Canadá.
“Esta mensagem é para todos os inimigos do Islã e para o governo judeu que a ajudou a sair do Paquistão”, declarou o homem não identificado, de acordo com uma tradução fornecida pela Associação Cristã Paquistanesa Britânica (BPCA, na sigla em inglês).
No vídeo, o homem afirma que está no Canadá buscando uma oportunidade para “dar uma morte terrível” a cristã paquistanesa. “Estou pronto para morrer pelo respeito do profeta Maomé e vou mostrar isso”, acrescentou.
Enquanto isso, várias igrejas no Paquistão informaram à BPCA que estão recebendo ameaças de militantes locais e foram avisadas que o crescimento do Estado Islâmico no Paquistão é “iminente”.
Bibi foi acusada por muçulmanas de insultar o profeta Maomé após beber água em seu copo em junho de 2009. Cinco dias depois da briga, uma mesquita local alegou que ela havia cometido blasfêmia. A cristã foi condenada à morte em 2010, no que se tornou o mais infame caso de blasfêmia do Paquistão.
“Sua libertação é um verdadeiro ponto de discórdia com milhões de muçulmanos radicalizados que estão ao redor do mundo esperando por uma oportunidade para assassinar Asia Bibi, ou fazer um ataque terrorista em vingança pelo que eles vêem como uma blasfêmia”, alerta o presidente da BPCA, Wilson Chowdhry.
“Não se sabe se a ameaça feita pelo homem no Canadá é genuína ou não, no entanto, o fato de o vídeo existir é uma preocupação assustadora”, acrescenta.
“Asia Bibi tem permanecido firme ao longo de sua provação e merece sua liberdade há muito esperada. Sua morte seria um golpe devastador para quem defende a liberdade e a igualdade — é imperativo que ela esteja protegida para preservar esses ideais”, destaca Chowdhry.
A segurança em torno das igrejas no Paquistão foi intensificada desde a soltura de Asia Bibi. Por outro lado, o Ministério do Interior emitiu um decreto em janeiro exigindo que as igrejas tenham segurança privada, podendo resultar na desativação das igrejas, já que elas não poderão arcar com o custo.
Chowdhry falou ao Alto Comissariado do Paquistão em Londres sobre a necessidade de maior segurança, que se deve à má governança das autoridades paquistanesas, e não aos cristãos. Até o momento, ele não teve respostas.
“O Paquistão tem estado relativamente silencioso desde a libertação de Asia Bibi, mas as agências internacionais de segurança não devem ser complacentes”, lamenta Chowdhry.
Confira o vídeo (com legendas em inglês):
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