Muçulmanos invadem escola cristã e ameaçam refugiados no Sudão

Três homens invadiram a Escola Evangélica em Omdurman e ameaçaram os refugiados, em sua maioria cristãos, exigindo que deixassem as instalações.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: segunda-feira, 6 de outubro de 2025 às 14:57
Campo de refugiados no Sudão. (Foto: Ilustração/Portas Abertas)
Campo de refugiados no Sudão. (Foto: Ilustração/Portas Abertas)

Recentemente, um grupo islâmico tentou invadir uma escola cristã no Sudão, ameaçando centenas de refugiados da guerra interna que buscavam abrigo nas instalações.

Em 3 de setembro, três homens invadiram à força a Escola Evangélica do Sudão, em Omdurman, e ameaçaram os refugiados, em sua maioria cristãos, exigindo que deixassem o colégio. 

O grupo se dirigiu à sala do diretor, pertencente à Igreja Evangélica Presbiteriana do Sudão (SPEC), e arrombou a porta. 

“Sem dar prazo, ameaçaram tomar as instalações à força”, disse um líder ao Morning Star News, que preferiu não se identificar por segurança.

A escola já havia sido alvo de ataques durante o regime do ex-presidente Omar al-Bashir, com invasões de apoiadores de um empresário islâmico que tentou tomar a propriedade, acompanhados pela polícia. 


A Escola Evangélica no Sudão. (Foto: Reprodução/Morning Star News)

No dia 3 de abril de 2017, um líder da igreja foi esfaqueado enquanto defendia mulheres cristãs na instituição durante uma tentativa de invasão.

A guerra civil no Sudão

O conflito atual no Sudão, que iniciou em abril de 2023 entre as Forças de Apoio Rápido (RSF) e as Forças Armadas Sudanesas (SAF), agravou a situação de cristãos no país. 

De acordo com o relatório da Lista Mundial de Observação de 2025 da missão Portas Abertas, aumentaram os casos de mortes, abusos sexuais e ataques a lares e empresas cristãs. 

“Cristãos de todas as origens estão presos no caos, sem condições de fugir. Igrejas são bombardeadas, saqueadas e ocupadas pelas partes em conflito”, afirma o relatório.

A guerra civil entre RSF e SAF já deslocou mais de 11,9 milhões de pessoas e matou dezenas de milhares, segundo a ONU. Ambos os grupos têm origem islâmica e buscam se apresentar internacionalmente como defensores da democracia e da liberdade religiosa, embora conflitos internos tenham comprometido qualquer transição civil democrática desde o golpe militar de outubro de 2021.

Após a deposição de Bashir em 2019, houve avanços na liberdade religiosa, como a revogação de leis de apostasia, que tornavam o abandono do islamismo punível com a morte, e a proibição de rotular grupos religiosos como “infiéis”. No entanto, a crise militar atual trouxe temores de retrocesso.

Hoje, o Sudão é classificado em 5º lugar entre os países onde é mais difícil ser cristão. A população cristã é estimada em 2 milhões, cerca de 4,5% do total de 43 milhões de habitantes.

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