Uma nova onda de ataques de fazendeiros da etnia Fulani contra cristãos na Nigéria está levando um defensor internacional dos direitos humanos a pedir ao Congresso dos Estados Unidos que inicie uma imvestigação. Ele alerta que agora o país se tornou o local mais perigoso para os cristãos viverem.
"A Nigéria é agora o lugar mais mortífero do mundo para os cristãos", explicou o advogado Emmanuel Ogebe. "O que estamos vendo é realmente um genocídio. Eles estão tentando expulsar os cristãos, estão tentando tomar suas terras e estão tentando impor sua religião aos chamados infiéis e pagãos, que é como eles consideram os cristãos".
Duas semanas atrás, 238 pessoas foram mortas em um massacre na aldeia centro-norte da Nigéria. Seis dos parentes de Ogebe estavam entre as vítimas.
"Pelo que conseguimos juntar de informações, havia um marido e sua esposa grávida. Ele tentou levá-la para fora da casa [antes que fosse invadida] e voltar para pegar as crianças", lembrou Ogebe. "Mas eles se depararam com os pastores fulani ao longo do caminho, que atiraram nele e em sua esposa grávida. Então, os terroristas foram para a casa deles e mataram o filho de quatro anos e a filha de seis anos, que estavam dormindo em suas camas."
Os agressores muçulmanos também mataram dois parentes do advogado que estavam visitando a família durante as férias de verão.
Ogebe foi informado de que as autoridades não permitiriam que os cadáveres de seus parentes fossem levados para um enterro separado. Em vez disso, eles foram enterrados em uma vala comum com as outras vítimas.
O diretor da CBN Nigéria, Felix Oisamoje, disse que a violência contra os cristãos aumentou nos últimos meses. "Está acontecendo mais na faixa intermediária do país. A razão é simplesmente porque os Fulani levam seu gado para as terras das pessoas, eles comem suas plantações nas fazendas e quando as pessoas os desafiam, eles respondem com uma AK-47", explicou ele.
Oisamoje disse que a maioria dos pastores Fulani não pode arcar com o custo de uma AK-47. "Dado o custo de uma AK-47, um pastor Fulani precisaria vender todo o seu gado para poder comprar uma dessas", explicou ele.
Ogebe observa que existem várias teorias sobre onde os pastores estão recebendo essas armas e outras, como morteiros e granadas. Ele explicou que muitas armas se tornaram prontamente disponíveis quando se espalharam por toda a África após a queda de Muammar Gaddafi, da Líbia.
"Mas ainda mais sinistro é o fato de que boa parte do gado é de propriedade de Fulanis muito ricos que estão no governo e estão no poder. Então, há uma forte crença de que os Fulanis, a elite dominante, estão na verdade financiando o armamento dos pastores para conduzir esses ataques", disse Ogebe.
Ele prevê que, expulsando os cristãos, eles podem dominar a Nigéria política e fisicamente em uma tomada de terras.
Milhares de mortes
Ogebe disse que milhares de nigerianos já morreram em ataques neste ano, incluindo 500 no Estado de Benue. Em abril, os pastores abriram fogo contra membros de uma igreja católica durante a missa. Um padre que estava servindo comunhão e 18 paroquianos foram mortos.
Em outro incidente, os pastores Fulani atacaram a casa do arcebispo Benjamin Kwashi, da Igreja Anglicana de Josh. O arcebispo não foi ferido, mas uma pessoa foi morta.
Então, o que pode ser feito? Ogebe diz que membros do Congresso dos EUA precisam nomear um enviado especial para a questão da Nigéria e também que os EUA precisam negar a venda de aeronaves sofisticadas ao regime do general Buhari, porque que os cristãos não são protegidos de ataques.
O advogado alega que o governo nigeriano usou aviões contra aldeões cristãos que tentaram se defender dos ataques dos pastores fulanis. Ele também diz que muitos cristãos nigerianos precisam desesperadamente de ajuda.
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