Kavian Fallah-Mohammadi, Amin Afshar-Naderi e Hadi Asgari (da esquerda para a direita) conseguiram fugir do Irã, para não permanecer 10 anos na prisão de Evin. (Foto: Portas Abertas / EUA)
Ser membro de uma igreja doméstica no Irã. Este era o “crime” que levaria três cristãos a serem condenados à prisão pelos próximos 10 anos de suas vidas. Embora não tenham sido submetidos a nenhum julgamento oficial (o que não é incomum para cristãos presos por envolvimento em igrejas domésticas), eles foram condenados.
Em julho, os jovens souberam que seus recursos foram rejeitados. Eles estariam atrás das grades como prisioneiros de consciência, o que provavelmente os levaria para a Prisão de Evin, conhecida como a "fábrica de tortura" do Irã.
Depois de saber que seus apelos foram rejeitados, Kavian Fallah-Mohammadi, Amin Afshar-Naderi e Hadi Asgari (foto acima) recentemente fugiram de sua terra natal. Kavian recebeu uma intimação para se apresentar na prisão, enquanto os outros dois sabiam que sua convocação viria a qualquer dia.
Em julho de 2017, todos os três foram condenados por "agir contra a segurança nacional, organizando e conduzindo igrejas domésticas". Amin recebeu cinco anos a mais depois de também ter sido considerado culpado de blasfêmia contra o Islã. Nos últimos três anos, eles trabalharam para apelar das sentenças.
“Levou dois anos [após minha prisão] ao todo antes que me convocassem para minha última defesa, quando fizeram outras acusações sérias contra mim, o que tornou meu caso ainda mais severo”, disse Kavian. “Então, finalmente, no ano seguinte, eles me condenaram a 10 anos de prisão, e a demora no processo coloca uma enorme pressão psicológica sobre você.
“Claro, apelamos do veredito, mas, finalmente, depois de mais três anos, quando nenhum julgamento oficial ocorreu, o tribunal de apelação aprovou o veredito, estranhamente sem uma audiência cara a cara a que meu advogado pudesse ter comparecido”, afirmou.
A notícia de sua fuga chega duas semanas depois que o pastor Victor bet-Tamraz e sua esposa Shamiram Issavi também fugiram do Irã - poucas horas antes de Shamiram, de 65 anos, apresentar-se à prisão de Evin. Logo após a notícia de sua fuga, a filha do casal contou que seus pais estavam bem.
Contra um punho de ferro
Todos os cinco cristãos foram notificados no início de julho de que seus apelos foram rejeitados. Kavian e Amin foram presos, junto com o pastor Bet-Tamraz, quando celebraram o Natal em sua casa em dezembro de 2014. Hadi foi preso em agosto de 2016.
Em uma mensagem aos apoiadores de todo o mundo, Amin disse que eles foram realocados com segurança. Ele disse à organização ‘Artigo 18’ que sentia muita falta de seu país.
“Antes da prisão, já havia viajado para o exterior muitas vezes, mas nunca decidi emigrar. Hoje, estou muito triste por ter sido forçado a buscar refúgio em outro país, não importa quão melhores sejam as condições fora”, disse ele.
“Digo com lágrimas que, de acordo com os ensinamentos da Bíblia, tentamos ser bons cidadãos no Irã e não agir contra a lei. Mas o governo infligiu ferimentos graves sobre nós com punho de ferro e tal crueldade.
“Oramos pelos governantes, por aqueles que nos assediaram, insultaram e caluniaram, humilhavam e ridicularizavam, torturaram, tentaram nos destruir, prejudicaram a nós e nossas famílias, confiscaram nossas propriedades. Oramos por eles e os perdoamos”, acrescentou.
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