Países que perseguem a Igreja: como vivem os cristãos no Kuwait

Além de não ter facilidade em obter o conteúdo bíblico, as crianças já são obrigadas a estudar o islamismo.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021 às 14:10
Momento de oração na reunião em um dos quartos dos trabalhadores no Kuwait (Foto: Portas Abertas)
Momento de oração na reunião em um dos quartos dos trabalhadores no Kuwait (Foto: Portas Abertas)

POPULAÇÃO: 4,3 milhões
CRISTÃOS: 513 mil 
RELIGIÃO: Islamismo e cristianismo
GOVERNO: Monarquia constitucional
LÍDER: Amir Sabah al-Ahmed al-Jaber al-Sabah
POSIÇÃO: 48º na Lista Mundial da Perseguição

No Kuwait, a principal fonte da perseguição aos cristãos é o islamismo, que também é a religião do Estado que segue a sharia (conjunto de leis islâmicas).  O governo exige que o ensino religioso islâmico seja ministrado a todos os alunos de escolas públicas e particulares.

Ensinar o cristianismo é proibido, mesmo para os grupos cristãos reconhecidamente registrados. Então, imagine como é ser cristão no Kuwait. Além de não ter facilidade em obter o conteúdo bíblico, as crianças já são obrigadas a estudar o islamismo.

A Constituição do país declara que o Estado protege a liberdade de crença, no entanto, ela também coloca algumas limitações. Uma delas é que a prática da religião não deve entrar em conflito com a ordem pública. Isso quer dizer que os costumes cristãos são totalmente rejeitados.

As outras fontes de perseguição são líderes religiosos não cristãos, oficiais do governo, parentes, cidadãos e quadrilhas, partidos políticos e líderes de grupos étnicos. 

Como os kuwaitianos adoram a Deus?

Embora, na teoria, eles sejam “livres” para frequentar uma igreja e se reunirem para os cultos, os lugares existentes registrados para adoração são muito pequenos. Segundo a Portas Abertas, é extremamente difícil obter uma propriedade com o objetivo de montar uma igreja.

Quem são os mais vulneráveis?

Isso depende muito do tipo de comunidade da qual fazem parte. Os que correm mais riscos de violência são os que se convertem do islamismo ao cristianismo. Os expatriados cristãos ocidentais são, na maioria das vezes, livres para praticar suas crenças, desde que se abstenham de fazer proselitismo. Cristãos não ocidentais com níveis mais baixos de habilidades são mais propensos a enfrentar discriminação e abuso. Os maus-tratos aos trabalhadores migrantes, incluindo o abuso sexual, tornaram-se uma questão de grande importância a nível internacional.

Situação das mulheres cristãs

A maioria das empregadas domésticas, no Kuwait, são estrangeiras e cristãs. Elas enfrentam assédio sexual, abuso e tratamento semelhante à escravidão.  Vale destacar que no país a população estrangeira supera a população local. Em geral, as mulheres kuwaitianas são tratadas como inferiores aos homens, e quando se tornam cristãs a situação fica ainda pior. As cristãs ex-muçulmanas nativas do Kuwait sofrem grande pressão familiar para rejeitar a nova fé, o que leva algumas a buscarem a emigração. Talvez a lei mais difícil para as cristãs solteiras seja a obrigatoriedade de se casarem com um muçulmano.

Como vivem os homens cristãos no Kuwait

Nessa sociedade islâmica, os homens cristãos ex-muçulmanos provavelmente serão isolados pela família, perdendo simultaneamente o respeito e o apoio financeiro. Muitas vezes, isso significa que homens ou meninos cristãos são forçados a deixar a casa da família.

Sem o apoio familiar, é difícil para eles encontrar ou manter um emprego. Casar pode tornar-se quase impossível. O local de trabalho costuma ser bastante hostil quando os colegas descobrem que existe um cristão em seu meio. As esposas dos muçulmanos que se convertem ao cristianismo pedem divórcio imediatamente. O isolamento consequente da conversão é ainda mais amplificado pela dificuldade que os cristãos ex-muçulmanos têm de formar grupos religiosos sustentáveis. 

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