POPULAÇÃO: 38 milhões
CRISTÃOS: Milhares
RELIGIÃO: Islamismo
GOVERNO: República islâmica presidencialista
LÍDER: Ashraf Ghani Ahmadzai
POSIÇÃO: 2º na Lista Mundial da Perseguição
O Afeganistão é um país dilacerado pela guerra. Há mais de quarenta anos que o povo afegão não sabe o que é paz. Em segundo lugar na Lista Mundial da Perseguição, é um dos lugares mais perigosos para os cristãos, ficando atrás apenas da Coreia do Norte.
O Estado Islâmico e o Talibã ainda têm uma presença forte e violenta no país, com o Talibã controlando grandes regiões. Todos os cristãos por lá são extremamente vulneráveis à perseguição que pode acontecer por conta da opressão islâmica, hostilidade etno-religiosa e crime organizado.
Deixar o islamismo é considerado vergonhoso e os cristãos ex-muçulmanos enfrentam terríveis consequências se a nova fé for descoberta. A solução é fugir do país para não morrer.
“Só Deus sabe como sobrevivemos diariamente. Ele sabe porque foi gentil em morar conosco. Mas estamos cansados de tanta morte ao nosso redor”, disse um cristão secreto que vive no Afeganistão.
Atuação de grupos extremistas islâmicos
O Talibã e o Estado Islâmico têm uma influência crescente, mostrada pelos altos números de ataques e batalhas com forças do governo se esforçando pela supremacia em várias províncias. A nova liderança do Talibã, que está ainda mais inclinada para visão islâmica radical, tem reforçado sua campanha pelo controle de áreas.
As conversas com o Talibã passam uma mensagem confusa para os afegãos: por um lado, elas podem ser a melhor e até mesmo a única chance de trazer a paz. Por outro, parece muito estranho que o governo eleito não faça parte das negociações.
A extrema violência usada por grupos relacionados ao Estado Islâmico também se traduziu em um número ainda maior de pessoas sendo mortas em ataques ou desalojadas.
Sem espaço para o cristianismo
O Afeganistão é considerado um estado islâmico pela própria Constituição. Isso quer dizer que todas as outras religiões são vistas como estrangeiras ao país. As autoridades não permitem que qualquer afegão se torne cristão ou reconheça um convertido como tal. Conversões são vistas como apostasia.
Por esse motivo, os convertidos escondem a sua fé o máximo que podem. Se eles são descobertos, enfrentam discriminação e hostilidade (incluindo morte) pelas mãos das famílias, amigos e comunidade.
A pequena comunidade cristã que já enfrenta todas as dificuldades comuns do país, fica ainda mais vulnerável por ser parte da “religião do inimigo”. A opressão islâmica é conduzida por militantes nacionais ou estrangeiros.
Desafios enfrentados pelas mulheres cristãs
De acordo com estimativas da Portas Abertas, cerca de 80% das mulheres afegãs enfrenta o casamento forçado e mais da metade das mulheres no país se casam antes da idade legal de 16 anos. O casamento forçado costuma ser usado para garantir que a mulher continue muçulmana.
As cristãs no Afeganistão são altamente vulneráveis a todas as formas de abuso físico e têm pouquíssima autonomia social ou financeira. Se a fé for descoberta, mesmo que não sejam mortas, as mulheres podem ser mantidas em casa ou vendidas como escravas ou prostitutas.
Violência contra homens cristãos
Todos os cristãos no Afeganistão enfrentam a ameaça de assassinato, tortura, prisão e isolamento por causa da fé. Quando um muçulmano decide seguir a Cristo, muitas vezes, precisa encontrar fontes alternativas de renda, para evitar a hostilidade no local de trabalho e evitar participar das práticas religiosas comuns entre os islâmicos.
Como os homens são os provedores, as famílias dependem deles para sobreviver financeiramente, então ao abandonarem o islã são estrategicamente visados pelos sequestradores. As mulheres não podem ter um trabalho remunerado por ser considerado algo vergonhoso. Por esses motivos, os cristãos preferem manter a fé em segredo.
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