O pastor e trabalhador humanitário Gideon Agwom Mutum foi ameaçado de morte, junto com sua família, por extremistas islâmicos da tribo fulani, numa carta escrita à mão, no estado de Kaduna, na Nigéria. A ameaça alertava: “vamos matar vocês como cabras. Conhecemos sua casa, sua igreja e até mesmo sua família”.
De acordo com a organização britânica Christian Solidarity Worldwide, o pastor Gideon encontrou a carta de duas páginas perto de seu carro, estacionado em sua casa, por volta do meio-dia, na última segunda-feira (12).
A carta anônima alega que Gideon, que ajuda nigerianos deslocados pelos intensos ataques de extremistas fulanis contra comunidades agrícolas no estado de Kaduna, insultou a tribo islâmica fulani na mídia.
No documentado ameaçador, os radicais também ameaçaram destruir a escola construída pelo pastor no vilarejo de Pasakori e caçar o jornalista e ativista Steven Kefas, que foi detido por 150 dias em 2019.
"Nós estamos vindo. A Nigéria é nossa terra. Kaduna do Sul é nossa terra”, diz a carta.
Pastor Gideon Agwom Mutum. (Foto: CSW).
Onda de violência fulani
Desde o início do ano, uma onda de ataques e sequestros por muçulmanos radicais fulanis tem atingido o estado de Kaduna, na Nigéria.
No mesmo dia em que o pastor Gideon recebeu a carta com a ameaça de morte, um grupo de fulanis atacaram comunidades na área do governo local de Zangon Kataf pelo sexto dia consecutivo, deixando 33 mortos, 215 casas e quatro igrejas destruídas, de acordo com o Southern Kaduna Peoples Union.
No início deste mês, no dia 5 de julho, 140 alunos do Colégio Betel Batista foram sequestrados. O aumento alarmante desses sequestros forçou 13 escolas, a maioria instituições cristãs, em Kaduna, a fecharem as portas.
Até agora, somente três vítimas de sequestro foram resgatadas durante uma missão de patrulha, conforme o Daily Post. Um dos resgatados era do Colégio Betel Batista.
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