Pastor sobrevive a ataque na Índia e continua pregando: “Se eu morrer, morro para Deus”

O pastor Kumar foi atacado por extremistas sikhs na porta de casa e teve tratamento médico negado em hospitais do governo.

Fonte: Guiame, com informações de Global Christian ReliefAtualizado: terça-feira, 14 de janeiro de 2025 às 15:36
As cicatrizes de Kumar. (Foto: Reprodução/Global Christian Relief)
As cicatrizes de Kumar. (Foto: Reprodução/Global Christian Relief)

Um pastor na Índia foi atacado por extremistas sikhs com facas e relatou que, enquanto temia a morte, orou a Deus por misericórdia.

Kumar foi atacado no dia 19 de maio de 2024 quando quatro homens do lado de fora de sua casa, em Punjab, estavam decididos a matá-lo por ele ter abandonado o sikhismo para seguir Jesus.

“Eles queriam minha cabeça”, disse Kumar ao Global Christian Relief, mostrando as cicatrizes nas mãos.

A jornada de Kumar para o cristianismo começou em 2003, quando ele tinha 23 anos. Nascido em uma família Sikh, ele frequentava regularmente o ‘gurdwara’ (um local de adoração para Sikhs), mas sentia que algo estava faltando: “Eu não tinha paz em minha mente”.

Um dia, um amigo o convidou para uma reunião evangélica, onde Kumar ouviu falar de Jesus pela primeira vez e se converteu.

Depois que a família e a comunidade descobriram sobre a conversão de Kumar, ele passou a ser perseguido e receber ameaças de morte.

Sua tia o acusou de insultar a espada cerimonial, um símbolo sagrado no sikhismo. Então, a família registrou um boletim de ocorrência com falsas acusações contra ele, o que o levou à prisão.

O ataque

No dia do ataque, quatro membros do grupo Nihang Sikh, conhecido por perseguir os cristãos, emboscaram Kumar perto de sua casa. 

Na ocasião, a esposa de Kumar correu para ajudá-lo e também foi atacada. Seu irmão, que também correu para defendê-los, sofreu cortes graves nas mãos.

“Eles gritavam que porque eu tinha me tornado cristão, mais pessoas me matariam”, relembrou Kumar. 

Dentro da casa, seus filhos assistiram enquanto as facadas que pretendiam matar o pastor foram bloqueadas com suas mãos. Ele sofreu grandes ferimentos nas palmas das mãos, mas conseguiu escapar.

Segundo o Global Christian Relief, três hospitais se recusaram a atender Kumar após a violência. A primeira clínica privada e o hospital do governo alegaram que não conseguiam tratar tais ferimentos. 

Outro hospital exigiu cerca de 4.800 dólares para o tratamento, até que um hospital cristão o aceitou.

Horas depois do ataque, o Global Christian Relief foi informado sobre o ocorrido e interveio para cobrir as despesas médicas do pastor. 

“O Corpo de Cristo se uniu. Quando uma parte sofre, todas as partes sofrem juntas”, disse Kumar.

‘Senhor, tenha misericórdia’

Apesar do ataque e das ameaças contínuas, Kumar continua seu ministério. “Quando eles estavam me atacando, apenas um pensamento veio à minha cabeça: 'Senhor, sua misericórdia é maior'”, disse o pastor.

A polícia prendeu os agressores, mas eles foram soltos mais tarde. A congregação de Kumar se uniu, porém a ameaça de violência continua. Com isso, alguns cristãos pararam de comparecer aos cultos por medo, outros vêm de mais longe para evitar serem reconhecidos em seus próprios bairros.

“Se eu viver, eu vivo para Deus. Se eu morrer, eu morro para Deus”, afirmou Kumar. Apesar da perseguição, igrejas domésticas clandestinas continuam a crescer em Punjab. Novos crentes se reúnem em pequenos grupos, compartilhando refeições e estudando a Bíblia juntos. 

Para Kumar, há esperança nessas reuniões silenciosas: “A igreja não é apenas prédios, são as pessoas. E as pessoas estão se fortalecendo na fé”.

Aumento da perseguição na Índia

A história de Kumar mostra o aumento da perseguição contra cristãos na região de Punjab, na Índia, onde os sikhs formam a maioria. Embora a constituição da Índia garanta a liberdade religiosa, e a conversão em si não seja ilegal, os cristãos frequentemente enfrentam ostracismo social, violência física e falsas acusações criminais.

Conforme o “United Christian Forum” relatou em um documento recente, houve um aumento de 22% em ataques violentos contra cristãos da Índia, ano após ano. Muitos incidentes não são relatados, particularmente em áreas rurais onde a religião tradicional é dominante. 

A ascensão do nacionalismo religioso aumentou as pressões sobre religiões minoritárias, com 10 países adotando leis anticonversão que são utilizadas para perseguir grupos religiosos minoritários.

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