Pelo menos 3 igrejas foram destruídas em apenas um mês, no Sudão

O governo do presidente sudanês, Omar al-Bashir é conhecido por perseguir os cristãos sob a sua interpretação estrita da lei Shariah. Igrejas e pastores também têm sido alvo, com dois pastores presbiterianos sendo condenados à pena de morte no início deste ano e ganhando as manchetes internacionais.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quinta-feira, 26 de novembro de 2015 às 12:23

Os cristãos do Sudão - país predominantemente muçulmano - continuam a sofrer intensa perseguição, com o seu governo se envolvendo em uma destruição sistemática das igrejas, segundo alertou o 'Centro Americano para Lei e Justiça' (ACLJ).

O grupo disse terça-feira que os seus contatos na região do Sudão afirmaram que os funcionários do governo continuam a ordenar a destruição de igrejas cristãs, marginalizando ainda mais a população cristã minoritária.

Pelo menos três igrejas foram destruídas em outubro, de acordo com o ACLJ, incluindo templos da Igreja de Cristo, localizada em Omdurman e de duas Igrejas Luteranas do Sudão, localizadas em Karari e em Gadaref, Leste do Sudão.

"Apesar dos resultados deste relatório e os apelos de numerosos organismos internacionais de que o governo do Sudão cessar os ataques e demolição de igrejas cristãs, as nossas fontes no terreno no Sudão relatam que a liberdade religiosa continua a deteriorar-se em todo o país", disse o ACLJ.

O governo do presidente sudanês, Omar al-Bashir é conhecido por perseguir os cristãos sob a sua interpretação estrita da lei Shariah. Igrejas e pastores também têm sido alvo, com dois pastores presbiterianos sendo condenados à pena de morte no início deste ano e ganhando as manchetes internacionais.

Tut Kony, pastor da Igreja Evangélica Presbiteriana do Sudão do Sul, disse em maio que "quase todos os pastores" têm enfrentado perseguição sob o governo do Sudão.

"Temos sido apedrejados e espancados. Este é seu hábito rebaixar as igrejas. Não estamos surpresos. Esta é a forma como lidam com a Igreja", disse Kony na época.

Outros casos conhecidos incluem a prisão da sudanesa Mariam Ibrahim, que foi inicialmente condenada à morte por se casar com um homem cristão, mas depois de forte pressão internacional foi liberada, depois que ela se mudou para os Estados Unidos.

Al-Bashir foi acusado de crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional, após seu envolvimento na guerra em curso, em Darfur, a qual que levou a mais de 300 mil mortes desde 2003.

A Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional detalhou também o elevado nível de perseguição religiosa no Sudão com o lançamento de seu relatório de 2015.

O relatório acusou o governo do Sudão de envolvimento em "violações sistemáticas, contínuas e flagrantes da liberdade de religião ou crença".

"Essas violações são o resultado das políticas de islamização e arabização do presidente Bashir", acrescentou o relatório.

"O governo do Sudão julga pessoas acusadas de apostasia, impõe uma interpretação restritiva da Sharia (lei islâmica) e aplica punições correspondentes sobre os muçulmanos e não-muçulmanos, além de assediar a comunidade cristã do país."

 

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