Perseguição a cristãos: Xi Jinping pede mais controle de ‘atividades religiosas ilegais’

China nega todas as acusações e diz se tratar de uma “conspiração ocidental para difamar o país”.

Fonte: Guiame, com informações do The GuardianAtualizado: terça-feira, 29 de agosto de 2023 às 12:57
Igrejas na China são monitoradas pelo governo. (Foto representativa: Portas Abertas)
Igrejas na China são monitoradas pelo governo. (Foto representativa: Portas Abertas)

O presidente da China, Xi Jinping, fez uma visita surpresa a Xinjiang, instando as autoridades da região a conservarem a “estabilidade social duramente conquistada”.

Além disso, ele apontou para a responsabilidade de se aprofundar nos esforços para “controlar as atividades religiosas ilegais”. Lembrando que a China possui regulamentos sobre religião que limitam totalmente o cristianismo no país.

Faz quase uma década desde que o presidente chinês fez o lançamento de sua repressão extrema à população muçulmana uigure e turca da região. Desde então, essa foi sua segunda visita local, conforme notícias do The Guardian.

Segundo a mídia estatal chinesa, após ouvir sobre um relatório de trabalho do governo, Xi fez um discurso ao Partido Comunista.

Opressão sistemática às religiões e crimes contra a humanidade

A repressão de Xi na região contra a população uigure foi rotulada como uma tentativa de genocídio por alguns governos, grupos de direitos humanos e órgãos legais.

As autoridades chinesas detiveram pelo menos 1 milhão de pessoas em centros de detenção e reeducação e implementaram vigilância em massa e opressão sistemática da expressão religiosa e cultural.

Bíblias e livros cristãos foram expressamente proibidos no país, inclusive em livrarias. Entre os livros não autorizados, a Bíblia recebeu a mesma classificação que os pornográficos.

Locais religiosos e culturais foram destruídos ou em grande parte fechados aos observadores religiosos, segundo grupos de investigação. A ONU encontrou no ano passado provas credíveis de tortura e outras violações dos direitos humanos do povo uigure, enquanto a Human Rights Watch e órgãos de vigilância jurídica afirmam que foram cometidos crimes contra a humanidade.

China nega acusações

Xi e outros altos funcionários rejeitam categoricamente as acusações, que dizem fazer parte de uma “conspiração ocidental para difamar a China”.

Em vez disso, dizem que a política é um programa anti-extremismo e de redução da pobreza. Eles também sublinham que a “estabilidade social” deve ser sempre priorizada e deve ser utilizada para garantir o desenvolvimento.

As autoridades locais são manipuladas a fortalecer a publicidade positiva e mostrar a nova atmosfera de abertura e autoconfiança de Xinjiang. Opiniões públicas são refutadas, bem como os discursos negativos ao governo.

“No processo de modernização ao estilo chinês, construiremos melhor uma bela Xinjiang que seja unida e harmoniosa, rica e próspera”, dizem as autoridades chinesas.

Um relatório sobre a visita, feito pelo meio de comunicação Xinhua, observou que Xi disse às autoridades que o “problema de identidade cultural” tinha que ser resolvido para consolidar a nação chinesa.

A solução para as “questões culturais e religiosas”, estão somente no Partido Comunista Chinês e suas duras regras.

Kenneth Roth, ex-diretor executivo da Human Rights Watch, disse que a visita de Xi teve como intenção “reduzir seus crimes contra a humanidade”.

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