Pilotos missionários voam até as aldeias mais isoladas do mundo para levar o Evangelho

Desde 1945, a Mission Aviation Fellowship viaja a montanhas, selvas e desertos para pregar a aqueles que nunca ouviram falar de Jesus e levar ajuda humanitária.

Fonte: Guiame, com informações de Christianity TodayAtualizado: terça-feira, 19 de outubro de 2021 às 13:50
 Pista de pouso em aldeia das montanhas de Papua. (Foto: Divulgação/Mission Aviation Fellowship).
Pista de pouso em aldeia das montanhas de Papua. (Foto: Divulgação/Mission Aviation Fellowship).

Há 75 anos, pilotos missionários da Mission Aviation Fellowship (MAF) tem voado até os lugares mais isolados do mundo para levar o amor de Jesus a quem nunca ouviu o Evangelho.

Tudo começou em 1945, quando pilotos dos Estados Unidos e do Reino Unido, que participaram da Segunda Guerra Mundial, decidiram usar suas habilidades de voo para levar o Evangelho aos lugares mais remotos da Terra. Alguns dos primeiros aviadores missionários da MAF foram Betty Greene e Nate Saint.

Hoje, a organização de aviação missionária voa mais de 1 milhão de milhas por ano nas aldeias mais impenetráveis do mundo em montanhas, selvas e desertos. Os pilotos viajam para 13 países levando evangelistas, plantadores de igrejas, professores cristãos e médicos que servem os povos isolados do mundo moderno.

“O isolamento que não é apenas geográfico. Eles estão espiritualmente isolados, linguisticamente isolados, etnicamente isolados. Em algumas dessas aldeias, a mortalidade infantil é de 80%, mulheres e crianças são abusadas e há guerras constantes. É horrível”, ressaltou o presidente da Mission Aviation Fellowship, David Holsten, ao Christianity Today.

Serviço humanitário


Há 75 anos, pilotos da Mission Aviation Fellowship tem voado até os lugares mais isolados do mundo para levar o Evangelho. (Foto: Divulgação/Mission Aviation Fellowship).

Além dos 13 países que a MAF atua, como Papua, Suriname e Kalimantan, a missão ainda trabalha em seis países de acesso restrito que não podem ser revelados, por questões de segurança. Junto com a pregação do Evangelho, a aviação missionária também serve em diversas frentes humanitárias. 

Os aviões de pequeno porte dão apoio a igrejas locais: transportando tradutores que trabalham por anos em traduções da Bíblia para as línguas dos povos visitados; enviando exemplares das Escrituras recém impressas e discipuladores. 

Sem acesso algum ao desenvolvimento do mundo moderno, os pilotos missionários ainda levam serviços básicos para os povos. A MAF leva professores e material escolar para educar as crianças, assim como médicos, enfermeiras, vacinas e suprimentos em lugares sem atendimento de saúde. 

Os aviões da MAF também são chamados para voos de evacuação médica. Sem o transporte, uma emergência levaria dias para ser atendida, sendo necessário levar o paciente em uma caminhada por dias, atravessando selvas e rios, para acessar a clínica mais próxima.

Os pilotos missionários ainda ajudam as isoladas comunidades a se desenvolver, fornecendo materiais de construção, alimentos, água potável e projetos de agricultura e comércio.

Trabalho arriscado


Aviadora Betty Greene (à esquerda) em umas das primeiras missões da MAF. (Foto: Divulgação/Mission Aviation Fellowship).

Para cumprir a chamada de pregar o Evangelho a toda criatura por todo o mundo, os aviadores fazem um trabalho arriscado, pousando em pistas improvisadas em terrenos irregulares com grama, terra ou rocha. Em uma aldeia nas montanhas de Papua, o povo levou 15 anos para construir uma pista com picaretas, pás e pés de cabra.

“Você está voando em áreas remotas e, por isso, a infraestrutura é mínima, seja em equipamentos de comunicação que permitem o contato regular com o controle de tráfego aéreo ou equipamentos de relatórios meteorológicos que podem fornecer uma imagem precisa e prever as condições meteorológicas”, explicou David Holsten.

David destaca que a aviação missionária é muito diferente de outros tipos de operações e que os pilotos missionários enfrentam diversos desafios. “Os pilotos fazem tudo por conta própria. Os pilotos de linha aérea sobem em seus aviões e o peso da carga foi calculado para eles. Já um piloto missionário deve calcular a carga da aeronave sozinho”, disse. 

“Eles têm que carregar e descarregar. Os passageiros sobem a bordo e devem instruí-los em seu idioma. As pistas de pouso são feitas por aldeias com ferramentas manuais. É um ambiente muito dinâmico. Cada vez que me preparo para pousar, estou dando voltas, procurando um porco selvagem ou um búfalo que vai sair na pista”, relatou David.

E concluiu: “É realmente bastante desafiador. Você deve ser capaz de pilotar sua aeronave com um alto nível de precisão. Acho que é uma das maneiras mais gratificantes de usar um avião”.

A missão dos pilotos missionários, além de ser bastante arriscada, é também muito cara. Mas, para a MAF o valor de uma alma ganha para Cristo é incalculável.

 “Vivemos neste contexto: uma pequena tribo de 100 pessoas vivendo no topo de uma montanha, para a maior parte do mundo, eles não existem e certamente não importam. Do ponto de vista financeiro, não faz sentido. É caro levar uma aeronave até lá, que vale alguns milhões de dólares. Mas qual é o preço de uma alma?”, afirmou Holsten.

Em busca de futuros pilotos


Pista de pouso em aldeia das montanhas de Papua. (Foto: Divulgação/Mission Aviation Fellowship).

O atual desafio da Mission Aviation Fellowship (MAF) é recrutar novos pilotos missionários para atender a demanda da organização. David explica que encontrar jovens dispostos a passar por cinco anos de treinamento e se engajar na missão não é fácil. 

“Para fazer isso, você tem que aprender outro idioma, desenraizar de sua família, calcular os custos e realmente dizer: ‘Deus me chamou’. É preciso de muito foco e determinação ”, disse.

E acrescentou: “Nossa oração é: Senhor, desperta o coração desta geração. Adoraríamos ver as pessoas apoiando nosso ministério e esperamos que os rapazes e moças que estão intrigados com o trabalho missionário tenham seus corações tocados”.

 

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