Um recente relatório da organização Bitter Winter apontou ações coordenadas da polícia chinesa que levaram ao fechamento de diversas igrejas domésticas na região central da China no mês de março. As justificativas seriam o fato dessas congregações serem "anti-chinesas".
A notícia foi comentada por uma cristã local, que afirmou que boa parte dos cristãos não tem se deixado intimidar pela repressão imposta pelo Partido Comunista.
Bai Yahui* relatou à missão Portas Abertas que após a polícia fechar as igrejas domésticas, os pastores foram alertados a não realizarem mais nenhuma reunião (cultos) e foram colocados em "liberdade condicional", de modo que ainda continuam à disposição da Justiça, recebendo ligações frequentemente, em horários aleatórios, nas quais as autoridades solicitam que eles retornem à delegacia para prestar novos depoimentos.
“Estamos constantemente no limite”, disse ela, “mas nossa fé cresceu e estamos mais determinados do que nunca ao ver os cristãos se manterem fortes e não comprometerem sua fé em Jesus. Nós começamos muitas reuniões menores, e mais e mais irmãos e irmãs estão levantando as mãos para atuar como líderes de igrejas domésticas”.
“A situação é tensa, mas sabemos que Deus está em movimento, apesar das restrições. Realizamos uma reunião de líderes regionais e concordamos que, se alguém for preso, outro pega o trabalho. Também decidimos responder à polícia respeitosamente e com amor, mesmo que gritem conosco ou usem força física para nos fazer falar os nomes de outros crentes”, acrescentou.
Um exemplo que pode testificar o relato de Bai Yahui, é o do pastor Tito*, que vem alcançando e discipulando jovens chineses há muitos anos. Em 2017, o governo chinês já ja havia proibido todas as atividades de jovens cristãos e mais recentemente proibiu o evangelismo entre os adolescentes. Mas ele não perdeu as esperanças, nem desistiu de seu ministério.
“Inicialmente, fiquei realmente frustrado com as tentativas do governo de nos calar, mas recentemente eu abracei isso como uma nova temporada, na qual Deus nos trará aqueles que verdadeiramente estão famintos por ele e estão dispostos a seguir a Jesus a qualquer custo”, destacou.
Timothy*, outro pastor chinês, alertou sobre a realidade difícil que os jovens vivem com com relação ao medo que eles sentem de participarem dos cultos realizados por seu ministério.
“Muitos jovens têm medo de participar de nossas reuniões, por isso estamos tentando encontrar maneiras novas e criativas de ter comunhão. Nós praticamos esportes, tocamos instrumentos musicais e comemos juntos e estudamos em grupos. Aproveitamos todas as oportunidades para orar uns pelos outros e compartilhar as Escrituras que nos fortalecem e nos dão esperança. O sentimento de amor e solidariedade é incrível”, explicou.
*Nomes alterados por motivos de segurança dos envolvidos na matéria.
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