Preso em campo de deportados, cristão iraniano prega a muçulmanos: “Lemos a Bíblia juntos”

Amir fugiu da perseguição no Irã, mas foi descoberto e corre risco de ser deportado de volta ao país.

Fonte: Guiame, com informações de Portas AbertasAtualizado: terça-feira, 29 de abril de 2025 às 12:24
Imagem ilustrativa. (Foto: Portas Abertas).
Imagem ilustrativa. (Foto: Portas Abertas).

No Irã, o medo faz parte do dia a dia dos cristãos, que correm o risco de serem presos, torturados e condenados pela governo islâmico.

O país adota uma legislação completamente alinhada com a lei islâmica, tornando crime a propagação de qualquer religião que não seja o islamismo.

A pena de morte, inclusive, é prevista para aqueles que insultarem o profeta Maomé. A legislação iraniana proíbe cidadãos muçulmanos de mudar ou renunciar à sua fé. A conversão é considerada crime.

Igrejas evangélicas são proibidas de funcionar, vistas como “grupos políticos sionistas de oposição”.

O cristão Amir* experimentou essa realidade e decidiu fugir do Irã para viver sua fé em liberdade. Porém, há dois meses, ele acabou sendo descoberto e levado para um campo de deportados.

Agora, ele pode ser levado de volta para o Irã a qualquer momento, correndo risco de ser perseguido em sua própria nação.

“Eu saí porque não conseguia mais esconder minha fé. Mas se me mandarem de volta agora, não sei o que me espera”, contou ele, em entrevista à Portas Abertas.

Ambiente insalubre

Segundo a Missão, o campo de deportados é um verdadeiro teste de sobrevivência. O local é sujo e os detentos ganham pouca comida. 

No  inverno rigoroso, o ambiente é fechado e os refugiados ficam aglomerados e sem ventilação.

Mesmo detido e enfrentando a incerteza sobre seu futuro, Amir está pregando o Evangelho no campo.

“A maioria das pessoas aqui é muçulmana. Algumas ouvem, outras não querem, mas algumas creem! Lemos a Bíblia juntos quando temos oportunidade”, relatou ele.

Durante o Ramadã no mês passado, discipular os novos convertidos ficou mais desafiador. “Muitos jejuaram, rezaram e leram o Alcorão com mais frequência do que antes. Tudo isso faz com que os novos fieis se sintam ainda mais isolados”, comentou.

Quando a fé dos novos crentes é provada, Amir os lembra: “Não abandonamos o islã por causa das pessoas, abandonamos porque encontramos a verdade. Jesus é a verdade, e Ele não muda só porque sentimos medo. Vamos nos lembrar da nova identidade que encontramos em Jesus”.

O cristão pediu oração pela situação difícil que estão enfrentando. “Orem para que os novos fieis não sejam abalados, para que permaneçam fortes na fé e para que eu não seja enviado de volta ao Irã”, disse.

O Irã ficou em 9° lugar na Lista Mundial da Perseguição 2025 da Portas Abertas.

*Nome alterado por razões de segurança.

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