Protestos de muçulmanos atrasam libertação de Asia Bibi, no Paquistão

A decisão da Justiça está sendo contrariada por grupos extremistas islâmicos, que ameaçam juízes no Paquistão

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: terça-feira, 6 de novembro de 2018 às 14:55
Extremistas islâmicos protestam, exigindo o enforcamento da cristã Asia Bibi. (Foto: WLRN)
Extremistas islâmicos protestam, exigindo o enforcamento da cristã Asia Bibi. (Foto: WLRN)

A libertação da cristã presa no Paquistão, Asia Bibi foi adiada, pois a Suprema Corte do país terá que rever sua decisão de absolvê-la das acusações de blasfêmia, depois de assinar um acordo com um grupo radical muçulmano.

Impulsionados por Tehreek-e-Labbaik e outros partidos extremistas paquistaneses, milhares de muçulmanos radicais protestaram em todo o país, desde que a Suprema Corte do Paquistão absolveu Bibi (também conhecida como Aasiya Noreen) na última quarta-feira (31). Os protestos contra a decisão da Justiça cresceram e levaram à interrupção do serviço de celular e ao fechamento de escolas em algumas cidades.

Foi relatado por sua família que Bibi deveria ser libertada e autorizada a deixar o país na quinta-feira desta semana, após passar oito anos no corredor da morte por acusações de blasfêmia que ela nega.

Mas de acordo com a Associated Press, um acordo foi fechado na última sexta-feira entre o governo do Paquistão e o Partido Tehreek-e-Labbaik, que apoia firmemente as controversas leis de blasfêmia do país.

O ministro federal para Assuntos Religiosos, Noorul Haq Qadri, que assinou o acordo, anunciou que Bibi não poderá deixar o Paquistão até que a Suprema Corte faça uma revisão final de seu veredito. Em troca, o partido extremista que lidera as manifestações violentas cancelará seus protestos.

A emissora paquistanesa 'DawnNewsTV' do Paquistão relata que o governo concordou em "iniciar o processo legal" para colocar Bibi na lista de controle de saída.

"Colocar Asia Bibi na ECL é como assinar sua sentença de morte", disse Wilson Chowdhry, presidente da Associação Cristã Paquistanesa Britânica, ao The Guardian.

O acordo surge no momento em que o advogado do queixoso muçulmano que acusou Bibi de blasfêmia apresentou uma petição para a revisão da decisão da Suprema Corte na última quinta-feira. O governo disse que não vai se opor ao pedido de revisão da Suprema Corte.

Além disso, o governo teria concordado em libertar as pessoas que foram presas durante os protestos contra a decisão da Suprema Corte.

Apoio internacional

Se Bibi for libertada, ativistas cristãos dizem que ela precisaria receber asilo em um país estrangeiro por causa do número de muçulmanos radicais que a querem morta no Paquistão. A Espanha e a França alegadamente ofereceram asilo, segundo a família de Bibi.

A BPCA, uma instituição de caridade com sede em Londres, lançou uma petição pedindo aos governos ocidentais que ofereçam asilo a Bibi e aos membros de sua família.

Chowdhry entrou em contato com o marido de Bibi, Ashiq Masih. Chowdhry relata que, se Bibi e Masih receberem asilo na Espanha ou na França, seus filhos que dependem dela e do marido também receberão asilo.

"Nós, abaixo assinados, pedimos a todas as nações ocidentais que ofereçam asilo em família para Asia Bibi, seu marido Ashiq Masih e todos os seus filhos e respectivos cônjuges e netos", diz a petição. "Também pedimos provisões similares para o seu guardião Joseph Nadeem e sua família, que também estão ameaçados de morte".

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