O governo comunista de Daniel Ortega proibiu a Igreja Católica de realizar procissões da Semana Santa pelo segundo ano consecutivo, na Nicarágua.
É tradição os cristãos católicos se reunirem para celebrar nas ruas de todo o país, antes da Páscoa. Mas, o governo limitou as comemorações apenas dentro das igrejas.
Em entrevista à TV estatal em fevereiro, a vice-presidente Rosario Murillo, esposa do ditador Ortega, anunciou que o Instituto de Turismo promoveria “procissões populares” para pregar a ideologia comunista durante a Semana Santa, substituindo as procissões religiosas.
A ativista Martha Patricia Molina criticou a repressão da fé cristã pelo governo. “[Uma] ditadura criminosa que nem mesmo durante a Quaresma cessa o seu ódio contra a Igreja Católica”, denunciou ela, em entrevista à Gaceta de la Iberosfera.
Molina, outro ativista de direitos humanos que fugiu para os Estados Unidos, destacou os riscos que os cristãos enfrentam na Nicarágua.
“Se é perigoso rezar o terço na rua, é excessivamente perigoso denunciar ataques. Muitos padres acreditam que se fizerem denúncias haverá mais represálias contra as comunidades. Nós, como leigos, gostaríamos que eles falassem, mas as únicas alternativas são o cemitério, a prisão ou o exílio”, afirmou.
Em setembro de 2022, a polícia nicaraguense também proibiu os evangélicos de celebrar o Dia da Bíblia nas ruas.
Aumento da perseguição na Nicarágua
Desde 2018, o regime autoritário de Daniel Ortega tem reprimido o cristianismo no país latinoamericano, expulsando ou prendendo líderes cristãos, e fechando ONGs e missões ligadas a igrejas católicas e evangélicas.
Segundo a Missão Portas Abertas, os cristãos que se posicionam contra injustiça e violações dos direitos humanos cometidas pelo governo, se tornam inimigos do Estado e passam a sofrer intimidação, assédio, monitoramento, prisões e ataques.
Os seguidores de Jesus enfrentam perseguição do governo, partidos políticos e grupos paramilitares. Além disso, sofrem pressão ideológica.
Em 2023, o governo fechou, confiscou e destruiu 347 edifícios cristãos e prendeu 38 crentes, conforme a Portas Abertas.
Atualmente, a Nicarágua mantém 100 pastores presos, de acordo com o missionário do ministério Mountain Gateway, John Britton Hancock.
A hostilidade manifesta do governo em relação aos cristãos resultou em um salto da Nicarágua da 50ª posição no ano anterior para o 30º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2023 da Portas Abertas.
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