Sequestrada e forçada a casamento islâmico, garota cristã diz que 'marido' a estuprou

A adolescente paquistanesa conseguiu fugir de seu 'marido' e captor, porém a Justiça está exigindo que ela retorne para a casa do homem que a raptou.

Fonte: Guiame, com informações do Morning Star NewsAtualizado: sexta-feira, 28 de agosto de 2020 às 13:31
Maria Shahbaz foi sequestrada, forçada a se casar com um muçulmano mais velho e se converter ao islamismo, porém conseguiu fugir de seu 'marido' e captor. (Foto: ACN)
Maria Shahbaz foi sequestrada, forçada a se casar com um muçulmano mais velho e se converter ao islamismo, porém conseguiu fugir de seu 'marido' e captor. (Foto: ACN)

O muçulmano que recuperou a custódia de uma adolescente cristã de 14 anos que ele mesmo sequestrou, ameaçou matar a garota e sua família, a menos que ela prestasse declarações ao tribunal de que se casou com ele e se converteu ao Islã por sua própria vontade, disse a menina ao Morning Star News.

Maria Shahbaz, que escapou de Nakash Tariq cinco dias atrás, disse ao Morning Star News por telefone que ele a estuprou e a filmou nua para chantageá-la a prestar declarações ao tribunal. O Tribunal Superior de Lahore em 4 de agosto ordenou que a menina retornasse para a casa de Tariq, depois de rejeitar documentos que provavam que ela era menor e a evidência de que a certidão de casamento anteriormente apresentada pelo muçulmano é falsa.

Tariq e seus cúmplices sequestraram Maria, da cidade de Medina, Faisalabad, em 28 de abril, segundo familiares.

“Nakash e dois outros homens me levaram a um lugar desconhecido sob a mira de uma arma, onde Nakash me estuprou repetidamente”, disse Maira ao Morning Star News. “Ele também me filmou nua e ameaçou matar a mim e à minha família e também fazer o upload do vídeo nas redes sociais se eu contasse a alguém o que ele tinha feito comigo”.

Ela disse que foi forçada a assinar papéis em branco e negou que tivesse se tornado muçulmana voluntariamente.

“Fui coagida a fazer essas declarações nos tribunais”, disse ela. “Eles ameaçaram matar todos nós”.

Quando sua família contestou a validade do casamento por ela ainda ser menor de idade, um juiz enviou Maria para um abrigo para mulheres em 28 de julho, antes do veredicto de 4 de agosto, que a devolveu a Tariq.

Maria foi submetida ao casamento falso com Tariq em 25 de outubro de 2019. Na época, o muçulmano já era casado. Um advogado da família afirmou que o clérigo cujo nome constava na certidão de casamento negou envolvimento no casamento fraudulento.

Defesa

A advogada de Maria, Sumera Shafique, disse que ela havia pedido proteção policial para a menina no Tribunal de Justiça de Lahore em Rawalpindi Bench, porque Tariq representava uma séria ameaça à vida dela.

“O juiz ordenou que o policial regional garantisse a segurança de Maria e investigasse o vídeo usado para chantageá-la”, disse ela ao Morning Star News. “Também abri uma ação de cancelamento do casamento e conversão forçada na vara de família”.

Ela disse que Tariq havia entrado com um processo de sequestro em Faisalabad contra a mãe de Maria e outros parentes, alegando que eles haviam tirado à força sua “esposa legalmente casada” de sua casa.

“A família está escondida devido ao caso registrado por Nakash”, disse ela. “Disseram-me que o acusado está procurando a menina para impedi-la de revelar a verdade, por isso decidimos comparecer perante a bancada de Rawalpindi do LHC como medida de segurança”.

Ela disse que Maria comparecerá ao Delegado Regional nesta sexta-feira (28 de agosto) para registrar seu depoimento.

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