Turquia cometeu erro grave em não libertar o pastor Brunson, diz assessor de Trump

A insistência da Turquia em manter o pastor Andrew Brunson tem resultado em uma instabilidade econômica para o país.

Fonte: Guiame, com informações da ReutersAtualizado: quarta-feira, 22 de agosto de 2018 às 13:32
Pastor Andrew Brunson está sendo mantido em prisão domiciliar na Turquia, devido a falsas acusações de "terrorismo". (Foto: Reuters)
Pastor Andrew Brunson está sendo mantido em prisão domiciliar na Turquia, devido a falsas acusações de "terrorismo". (Foto: Reuters)

O assessor de segurança nacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a Turquia cometeu um "grande erro" ao não libertar o pastor americano Andrew Brunson, acusado injustamente de "terrorismo" e atualmente preso em regime de prisão domiciliar no país. A declaração foi dada por John Bolton à Reuters durante uma viagem do conselheiro a Israel.

A insistência em manter as acusações e a prisão do pastor Brunson levaram os EUA a colocarem sanções econômicas sobre a Turquia, o que fez com que a lira (moeda turca) perdesse 37% de seu valor este ano em uma crise desencadeada por preocupações com a influência do presidente Tayyip Erdogan na política monetária e exaltada pela disputa com Washington.

O caso provavelmente continuaria a aumentar os problemas da lira, disse Per Hammarlund, estrategista-chefe de mercados emergentes da SEB.

"Em última análise, eles vão liberar Brunson, mas vai demorar um pouco e enquanto houver um risco para os fluxos de dólares dos EUA para os bancos turcos ou para a Turquia em geral, então a lira estará sob pressão", disse Hammarlund."Eu não ficaria surpreso se vermos outro surto de volatilidade na lira e um enfraquecimento agudo novamente".

Nesta quarta-feira, a lira ficou em 6.0820 às 09:33 (horário local), em comparação com um fechamento de 6.0600 na terça-feira. O comércio estava mais fraco do que o normal e, provavelmente, principalmente no exterior, depois que os mercados turcos fecharam ao meio-dia de segunda-feira para uma semana de férias para marcar o festival muçulmano Eid al-Adha.

PRISÃO DOMICILIAR

Brunson, que viveu na Turquia por duas décadas, ficou detido em uma prisão por 21 meses, sob falsas acusações de terrorismo, aceitas pelo tribunal turco, mesmo sem que as ditas testemunhas se identifiquem. Atualmente, ele está em regime de prisão domiciliar

Trump, que tem grande popularidade entre cristãos e conservadores, acabou se tornando um defensor do pastor Brunson neste caso.

"Todo dia que passa eles continuam com este erro, mas essa crise pode acabar instantaneamente se eles fizerem a coisa certa como um aliado da Otan, parte do Ocidente, e libertá-lo [pastor Brunson] (...) sem impor condições", disse Bolton à Reuters.

O advogado de Brunson disse que planejava recorrer ao tribunal constitucional para a libertação do pastor, depois de seu recurso ter sido rejeitado por um tribunal inferior na semana passada.

Um tribunal da província de Izmir, na Turquia, rejeitou o pedido de liberdade, dizendo que as provas ainda estavam sendo coletadas e que o pastor apresentava um risco de fuga.

Em entrevista à Reuters na segunda-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que não daria à Turquia nenhuma concessão em troca da libertação de Brunson. Ancara não respondeu aos comentários de Trump.

 

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