Janeiro de 2018 ainda tem mais uma semana, mas já conta mais de 80 cristãos nigerianos mortos por muçulmanos radicais. Após os ataques, aqueles que conseguiram sobreviver estão contando o que sentiram ao ser esfaqueados. Os cristãos que lutam pelos direitos humanos e contra a violência estão denunciando as investidas.
As denúncias também surgem de líderes cristãos da Nigéria que falam sobre a falta de ação do governo para que promova proteção contra os atacantes. A International Christian Concern, um grupo de vigilância da perseguição, disse que até a última segunda-feira (22), mais de 80 cristãos morreram no estado de Benue, desde o início do mês, com 50 mortes em Logo e outras 30 no município de Guma.
Os ataques dos Fulani, muçulmanos nômades que pastoreiam o seu gado em todo o país armados com armas e machados, estão cada vez mais violentos, matando os agricultores cristãos com mais severidade nos últimos anos.
Um sobrevivente do ataque, um homem identificado apenas como Vershima, explicou como ele e outros haviam sido emboscados no dia 3 de janeiro por um Fulani armado. Os muçulmanos "abriram fogo contra nós, matando três das pessoas que eu estava conversando e me feriu", disse ele, que foi baleado.
Peter, outro sobrevivente, que trabalha como guarda do gado local, disse que seus atacantes "eram pessoas com as quais eu tinha amizade naquela comunidade". Ele complementa: “Eu me levantei e tentei lutar contra as armas que eles tinham nas mãos, mas foi em vão. Eu estava dominado e eles começaram a me cortar", disse Peter, que ainda está se recuperando de seus ferimentos em hospital.
Grave preocupação
O Reverendo Musa Asake, Secretário Geral da Associação Cristã da Nigéria (CAN), emitiu uma declaração oficial sobre sua "grave preocupação" pelos contínuos ataques contra os crentes nigerianos, não só nas mãos dos Fulani, mas também por outros terroristas como o Boko Haram.
Asake disse que os cristãos em Benue sofreram "ataques horríveis e desumanos" até 2013. Ele também expressou que as autoridades e as forças governamentais não se preocuparam em defender os cristãos. Mas, pelo contrário, em alguns casos eles eram conhecidos por proteger e colaborar com os pastores.
Funcionários de Benue aprovaram uma lei de pastoreio anti-aberto no ano passado na tentativa de conter a violência dos Fulani, mas a medida "falhou até o momento" de acordo com o TPI.
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