Alemanha: 10.000 templos católicos e protestantes devem fechar nos próximos 10 anos

A principal razão é a queda contínua no número de membros devido a saídas voluntárias, além de falecimentos e baixa natalidade.

Fonte: Guiame, com informações do Evangelical FocusAtualizado: quinta-feira, 19 de setembro de 2024 às 18:51
Igreja em uma região rural da Alemanha. (Foto ilustrativa: Unsplash/Dylan Leagh)
Igreja em uma região rural da Alemanha. (Foto ilustrativa: Unsplash/Dylan Leagh)

Centenas de templos católicos e protestantes devem fechar na Alemanha na próxima década. O principal motivo é a queda no número de membros dessas duas maiores instituições cristãs, o que está forçando a venda ou demolição dos edifícios.

Segundo uma investigação do jornal alemão Süddeutsche Zeitung, 603 templos católicos romanos e 444 locais de culto da Igreja Evangélica da Alemanha (EKD), a principal igreja protestante, foram "desconsagrados", ou seja, não serão mais utilizados para cultos.

No caso da Igreja Protestante, os edifícios foram vendidos ou demolidos.

Até 2033, “uma em cada quatro ou cinco igrejas não será mais usada para seu propósito original”, afirma a professora de arquitetura Stefanie Lieb. Ela estima que, na prática, cerca de 10.000 templos deixarão de realizar cultos.

Um exemplo dessa tendência, relata o Pro, é que a diocese de Essen já havia anunciado em 2006 que não conseguiria mais financiar um terço de seus edifícios.

Muitas dessas igrejas foram vendidas e agora são utilizadas para fins privados, como restaurantes, academias ou lojas, pelos novos proprietários.

Queda acentuada nas afiliações

A razão para essa situação é a contínua diminuição no número de membros das duas igrejas. Em 2023, a Igreja Católica Romana na Alemanha perdeu 628.000 membros, enquanto a Igreja Evangélica da Alemanha (EKD) viu uma perda de 593.000 membros.

A principal causa é a saída intencional de membros que não se identificam mais com as igrejas. Além disso, as estatísticas negativas também são impactadas pelo falecimento de membros e pela redução no número de batismos de recém-nascidos.

Essa realidade está ligada à queda nos impostos eclesiásticos, uma fonte de renda significativa para a Igreja Católica e para a EKD, que recebem esses impostos de todos os seus membros registrados.

De acordo com a revista alemã Pro, apenas no sul da Baviera, a manutenção dos edifícios católicos custa mais de 100 milhões de euros por ano.

Especialistas alertaram para o risco de muitos templos cristãos históricos caírem nas mãos de “investidores gananciosos”.

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