Igreja Católica da Alemanha perdeu mais de 400.000 fiéis em 2023

Segundo o National Catholic Reporter, essa foi a segunda maior taxa de deserção já registrada.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: segunda-feira, 1 de julho de 2024 às 17:21
Pesquisa apontou 2ª maior queda de fiéis. (Foto: Pixabay/Aus Franken)
Pesquisa apontou 2ª maior queda de fiéis. (Foto: Pixabay/Aus Franken)

Em 2023, um total de 402.694 pessoas optou por se desligar formalmente da Igreja Católica na Alemanha. Embora esse número seja significativo, ele representa uma leve diminuição em relação ao recorde estabelecido em 2022.

A Conferência Episcopal Alemã, responsável pela divulgação dessas estatísticas, observou que, embora os números sejam elevados, houve uma leve queda em relação às 522.821 saídas registradas no ano anterior. Segundo o National Catholic Reporter, essa foi a segunda maior taxa de deserção já registrada.

Na Alemanha, a filiação à igreja possui implicações financeiras devido ao sistema de impostos da igreja, que faz parte da estrutura tributária do país.

Os membros que se desligam formalmente da igreja deixam de pagar esse imposto, criando um incentivo financeiro para a desfiliação. Existem exceções para esse requisito, abrangendo pessoas de baixa renda, desempregados, aposentados, estudantes e outros grupos específicos.

Apesar da ligeira diminuição nas saídas, o número total de membros da Igreja Católica na Alemanha era de aproximadamente 20,35 milhões no final de 2023, segundo informado pela Conferência Episcopal Alemã.

Abusos

O contexto dessas saídas envolve uma crise prolongada decorrente de escândalos de abusos cometidos por membros do clero, conforme observado pelo National Catholic Reporter. Nos últimos anos, muitas pessoas se distanciaram da Igreja Católica à medida que essas questões continuaram a vir à tona.

Para abordar essas preocupações, os bispos, em conjunto com uma organização leiga proeminente, lançaram uma iniciativa de reforma de três anos chamada "Caminho Sinodal".

Esse processo, marcado por profundas divisões entre os elementos progressistas e conservadores dentro da Igreja Católica, culminou no ano passado com apelos para que a Igreja sancionasse bênçãos para uniões do mesmo sexo, apesar da oposição aberta do Vaticano.

Outras tensões vieram à tona com um processo de reforma subsequente iniciado este ano, após pressões do Vaticano para interromper as votações de reformas anteriores.

“Os números são alarmantes. Eles mostram que a Igreja está numa crise ampla”, disse o bispo de Limburg, Georg Bätzing, chefe da Conferência Episcopal. “As reformas por si só não resolverão a crise da Igreja, mas a crise irá piorar sem reformas. E então mudanças são necessárias.”

Protestantes

O declínio no número de fiéis não é uma questão exclusiva da Igreja Católica na Alemanha.

A Igreja Protestante também registrou um número considerável de saídas, com cerca de 380.000 membros deixando a instituição no ano passado. Esse número reflete os níveis observados em 2022, destacando os desafios enfrentados pelas instituições religiosas na Alemanha.

Entretanto, nos EUA, a situação da Igreja Católica apresenta um contraste em determinadas regiões. Enquanto o Nordeste continua registrando declínios nas matrículas nas igrejas, regiões como o Sul da Flórida estão testemunhando um crescimento, impulsionado principalmente pelo aumento da população hispânica.

Essas informações foram destacadas em um artigo de outubro de 2023, publicado na Substack pelo Pastor Ryan Burge.

A pesquisa de Burge observou que, de 2008 a 2022, apenas seis estados – Vermont, Idaho, Oklahoma, Carolina do Norte, Arizona e Tennessee – registraram aumentos na proporção de residentes que se identificam como católicos romanos. Em contraste, estados como Havaí e Connecticut experimentaram declínios significativos na identificação católica.

Além disso, a frequência semanal à missa nos EUA mostrou tendências variadas. Estados como Alasca e Havaí registraram aumentos na participação, enquanto Wyoming e Rhode Island

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