Após quatro anos de prisão forçada, cristã consegue fugir de cativeiro do Boko Haram

Jumai foi sequestrada pelo Boko Haram em abril de 2014 junto com seus seis filhos.

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: quinta-feira, 1 de novembro de 2018 às 16:26
Os pais ainda esperando o retorno de meninas que foram sequestradas na escola de Chibok. (Foto: Portas Abertas).
Os pais ainda esperando o retorno de meninas que foram sequestradas na escola de Chibok. (Foto: Portas Abertas).

Uma mulher cristã que estava presa em um cativeiro do grupo terrorista Boko Haram conseguiu escapar e revelou para a imprensa detalhes sobre como estão as outras mulheres que permaneceram. Jumai, de 35 anos, é de uma cidade perto de Chibok, na Nigéria.

Em abril de 2014 ela foi sequestrada pelo Boko Haram junto com seus seis filhos, na mesma época em que mais de 200 meninas foram raptadas de uma escola secundária em Chibok. De acordo com depoimentos, o filho mais velho de Jumai se uniu ao Boko Haram e organizou o escape de sua mãe e irmãos.

Quando a mulher chegou à cidade e a notícia sobre seu escape se espalhou, os pais das meninas do Chibok correram para ver se ela tinha informação de suas filhas. Ela disse que 38 meninas são mantidas em um acampamento e 25, em outro.

Jumai ainda revelou que conseguiu identificar uma das meninas. Seu nome é Aisha e a cristã só conseguiu identificá-la por conta de seu problema nos olhos e por meio de uma foto que os pais da menina lhe mostraram.

Lawal Zannah é o pai de Aisha. Ele havia contado à agência de notícias Reuters que Jumai havia informado sobre estar no mesmo acampamento que sua filha e outras cinco meninas.

“Ela disse que minha filha estava sofrendo com um problema no olho e eu sabia que era verdade, pois o problema começou antes de ela ser sequestrada”. Outros pais ficaram frustrados por não ter notícias das filhas. Relatos de que eles choraram copiosamente.

Dois cativeiros

Por telefone, a cristã que conseguiu escapar informou à Reuters que os militantes do Boko Haram não permitem liberdade de movimento para suas “esposas”. Jumai disse que apenas uma das garotas, Dorcas Yakubu, que declarou em um vídeo de propaganda do Boko Haram que não quer voltar para casa, tem liberdade.

Yakubu Nkenke é o presidente da Associação dos Pais das Meninas de Chibok. Ele comentou à revista digital nigeriana Daily Trust que algumas outras mulheres que escaparam do cativeiro disseram que as meninas são mantidas em dois vilarejos no norte de Camarões, conforme publicado pela revista no dia 28 de outubro.

“Sete meninas estão em Garin Magaji, enquanto outras 50 estão em Garin Mallam, onde vivem com seus maridos e filhos”, disse Nkenke. Ele ainda apelou ao presidente Muhammadu Buhari para colaborar com o governo de Camarões para resgatar as garotas.

Os pais das garotas que ainda permanecem em cativeiro aguardam que as autoridades do país tomem alguma medida. Os pais das seis garotas que estavam com Jumai disseram estão apenas dependendo do governo do país. “Agora que confirmamos que nossas filhas estão vivas, imploramos que o governo tente resgatá-las”, pediu o pai de Aisha.

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