O carnaval está prestes a ter início e muitos cristãos encaram a festividade com dúvidas: o correto é participar ou se afastar?
De acordo com o pastor e teólogo Augustus Nicodemus, o carnaval não é uma festividade neutra, como muitos pensam. “Todo mundo sabe o que o carnaval significa — a própria palavra ‘carnaval’ já tem nela o termo ‘carne’. A festa está associada com nudez, sensualidade, erotização, bebidas, prostituição e adultério. Não tem como justificar a presença de um cristão numa festa dessas”, disse ele em participação no programa “Em Poucas Palavras”, da rádio Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia.
O pastor também chama a atenção de pessoas que participam do carnaval por encararem a festividade como uma expressão cultural do Brasil. “Sabemos que o aspecto cultural do carnaval já se perdeu há muito tempo. Também devemos lembrar que não é só porque uma coisa é cultural que ela seja neutra, pois o pecado afetou todas as dimensões da raça humana. Embora a cultura possa transmitir valores de Deus, ela também se presta a transmitir valores de um mundo caído e que está mergulhado no pecado”.
Outro ponto observado por Nicodemus é a participação de evangélicos no carnaval através dos chamados “blocos gospel”. “Durante o tempo dos apóstolos, havia no Império Romano as famosas orgias, onde as pessoas se embriagavam e praticavam a imoralidade sexual. Eu não consigo imaginar os apóstolos pedindo para, de alguma forma, participar ou chegar perto daquilo sob pretexto de evangelização”, pondera.
“Havia outras festividades feitas aos deuses pagãos que eram muito populares naquela época, mas você não percebe nenhuma orientação da parte dos escritores do Novo Testamento para os cristãos se infiltrarem com o propósito de evangelizar. Ao contrário, a palavra de Deus diz para não se envolver, exatamente porque a aproximação poderia criar uma situação de tentação e vulnerabilidade”, o teólogo acrescenta.
Por outro lado, Nicodemus observa que se alguém estiver disposto a evangelizar no carnaval, que isso seja feito com seriedade. “Se uma pessoa quer, de fato, evangelizar no carnaval, para mim o antigo método de evangelização funciona muito bem: encha uma mochila de folhetos e Bíblias e vai andando, vai conversando com as pessoas, vai testemunhando sobre Cristo sem que você entre na deles”, ele orienta.
“[Participar do carnaval com um bloco gospel] é ter uma voz perdida e minoritária no meio das vozes que se levantam defendendo temas contrários à palavra de Deus”, disse o pastor, valorizando a ação dos retiros. “Os retiros no período do carnaval são estratégicos. É um tempo bom para a reflexão, preparação e também evangelização — chamar esse pessoal e oferecer uma opção que não seja esses dias ilusórios de prazer”.
Confira a entrevista completa:
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