As recentes notícias sobre questões abordadas no Enem 2018, como o "dialeto secreto dos gays e travestis" e a "vovó lésbica", tem feito retornar a discussão sobre um projeto que já está em tramitação na Câmara: Escola Sem Partido.
Decisivos no apoio de sua campanha, grande parte dos evangélicos agora têm uma preocupação no tocante à Educação: o combate à doutrinação ideológica na Educação e contam com o presidente eleito Jair Bolsonaro para isso. Durante entrevista com o apresentador José Luiz Datena, ele sinalizou atender essa demanda.
"Tão mais grave que a corrupção é a questão ideológica no Brasil, que está muito arraigada por parte de alguns aqui em nossa pátria e você tem que lutar contra isso. Até a própria prova do Enem, é um vexame você ver o que é uma prova do Enem, o que mede conhecimento, por exemplo, essa primeira parte realizada no domingo passado, ou seja, uma doutrinação exacerbada", declarou durante entrevista.
"Uma questão de prova que entra na dialética, na linguagem secreta de gays e travestis não tem nada a ver, não mede conhecimento nenhum. A não ser obrigar para que no futuro a garotada se interesse por esse assunto", acrescentou.
Para cumprir o propósito do combate à doutrinação nas escolas, cristãos e conservadores consideram urgente a nomeação de um ministro que não prossiga com um aparelhamento do ministério e inicie o que pode se tornar uma verdadeira limpeza das escolas e universidades brasileiras.
O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), pastor Silas Malafaia, é um dos defensores da proposta junto ao presidente eleito, pedindo que a pasta tenha como uma de suas prioridades “varrer da educação brasileira a ideologia esquerdista”. O pastor tem ressaltado que Bolsonaro se comprometeu em indicar um nome com este perfil para a pasta.
O caráter decisivo dos eleitores evangélicos para a vitória de Bolsonaro foi confirmada pelo cruzamento do resultado do segundo turno com dados do Censo de 2010 sobre religião: quanto maior o percentual de evangélicos nos 5.565 municípios brasileiros, maior foi a votação do capitão reformado do exército.
Nas 32 cidades com maioria evangélica, Bolsonaro recebeu 74,26% dos votos. Esse percentual caiu para cerca de 64,2% nos municípios que têm entre 40% e 50% da população formada por evangélicos e diminuiu à medida que essa proporção também se reduziu. Nos 1.416 municípios onde os membros dessas igrejas somam menos de 10% da população, por exemplo, o Bolsonaro teve apenas 28,07% dos votos, contra 71,93% recebidos por Fernando Haddad (PT).
Contexto
Segundo os dados do Censo, o país tinha, no começo da década, mais de 42 milhões de evangélicos. Mas estimativas de institutos como o Datafolha mostram que esse público já corresponde a algo em torno de 30% dos brasileiros atualmente, o que equivale a 60 milhões de pessoas.
Bolsonaro reforçou sua aproximação com o eleitorado evangélico, dois dias após o triunfo nas urnas. Na noite da última terça-feira, fez uma aparição relâmpago na sede da ADVEC, localizada na Penha, zona norte do Rio de Janeiro.
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