"Cidade de Refúgio", no Paraná acolherá vítimas de perseguição religiosa

As despesas do refugiado serão de responsabilidade do projeto enquanto ele estiver vivendo lá. Antes que o prazo de permanência termine, será buscado instituições ou indivíduos que possam assumir os custos deste refugiado.

Fonte: Guiame, com informações da ONUAtualizado: quinta-feira, 14 de abril de 2016 às 21:34
Um diferencial do projeto serão as moradias pré-moldadas. (Foto: Mais).
Um diferencial do projeto serão as moradias pré-moldadas. (Foto: Mais).

Está sendo construído em Curitiba um abrigo exclusivo para acolher refugiados vítimas da perseguição religiosa. Chamado de “Cidade de Refúgio”, o projeto foi planejado pela organização não-governamental “Mais” e está sendo construída na região metropolitana da cidade em uma área de 250 mil metros quadrados, com capacidade para receber 150 refugiados por vez.

Segundo uma publicação da Agência da ONU para refugiados, um relatório da Comissão Internacional de Liberdade Religiosa dos Estados Unidos, referente a 33 países, aponta que violações de direitos humanos devido a práticas religiosas acontece de forma mais sistemática em 27 deles.

O relatório ainda destaca com ênfase a situação no Iraque, Síria, Nigéria, República Centro-Africana e Myanmar. De acordo com Weston Lee Rayborn, diretor do projeto, a “Cidade de Refúgio” receberá refugiados da África, da Ásia e do Oriente Médio, por um tempo de permanência no local entre dois e quatro meses.

É esperado que o projeto esteja em funcionamento a partir de maio. "Queremos ser uma referência na acolhida de pessoas que são vítimas de perseguição religiosa. Entendemos que esse projeto é uma porta para uma nova fase da vida deles”, explica Rayborn.

Ele ainda explica que o Brasil é um bom lugar para dar início a essa etapa. "É um país relativamente seguro, se compararmos com as áreas de onde esses refugiados vêm. Além disso, há liberdade religiosa", ressaltou. Caso o projeto seja procurado por vítimas de outro tipo de perseguição (não sendo a religiosa), estas pessoas serão encaminhadas para outras instituições parceiras.

Quem for recebido pelo projeto, deverá passar por duas fases de acolhida. No período de convivência inicial, ele receberá assistência para obter sua documentação e também informações sobre a vida no Brasil. Depois disso, ele passará pela fase de inserção que consistem em buscar uma forma de viabilizar a integração socioeconômica do refugiado na sociedade.

Ajuda nas despesas

As despesas do refugiado serão de responsabilidade da “Cidade de Refúgio” enquanto ele estiver vivendo lá. Antes que o prazo de permanência termine, o projeto buscará instituições ou mesmo indivíduos que possam assumir os custos deste refugiado por até um ano após a sua saída da Cidade. Ainda segundo Rayborn, além de igrejas, cidadãos e outras organizações serão procuradas para viabilizar financeiramente essa inserção.

Um diferencial do projeto serão as moradias pré-moldadas. “Diferente de outros ambientes de acolhida para refugiados, a ‘Cidade de Refúgio’ prevê moradias pré-moldadas, destinadas a cada núcleo familiar e um centro comunitário, onde ocorrerão aulas de cultura brasileira e português. Haverá também um ambiente terapêutico para fornecer assistência médica e odontológica; além de espaços para horta e piscicultura, onde terapias ocupacionais serão desenvolvidas por meio do trabalho manual e em meio à natureza”, diz a publicação da agência da ONU.

Equipe completa e voluntários na construção

O projeto conta com uma equipe fixa de profissionais, que já estão no local, acompanhando o desenvolvimento de cada detalhe. São advogados, assistentes sociais, engenheiros, motoristas, professores e psicólogos.

Além disso, o projeto conta engenheiros e pedreiros que estão trabalhando como voluntários motivados pela causa. Além dos especialistas, há também outras áreas de atuação que contribuem em serviços diversos, como pintura das paredes internas das casas.

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