Após anos de declínio, o engajamento bíblico cresceu 3 pontos percentuais, especialmente em regiões tradicionalmente menos religiosas, como o Nordeste e o Oeste dos EUA.
Segundo o relatório “Estado da Bíblia 2025” da Sociedade Bíblica Americana (ABS, sigla em inglês), 11 milhões de americanos a mais estão lendo a Bíblia este ano, com destaque para homens, millennials e geração X, grupos que antes tinham menor engajamento com as Escrituras.
Enquanto mulheres e idosos mantiveram níveis estáveis de leitura, os homens registraram um aumento de 21%, os millennials 30% e a Geração X 14%.
“Ficamos extremamente encorajados”, disse Dr. John Plake, diretor de Inovação da Sociedade Bíblica Americana, em entrevista ao Christian Daily International
Após sua apresentação na recente convenção anual da Associação de Imprensa Evangélica (EPA) em Branson, Missouri, ele também declarou que “ainda não é uma tendência, mas é um passo significativo na direção certa”.
Em seu 15º ano, o relatório Estado da Bíblia analisa anualmente a relação dos americanos com as Escrituras, a igreja e a fé. Os dados mais recentes, de janeiro de 2025, apontam uma mudança significativa no engajamento bíblico, especialmente entre grupos historicamente menos envolvidos.
Recuperação do uso da Bíblia pós-pandemia
Em 2021, metade dos adultos americanos foi classificada como "usuários da Bíblia", ou seja, aqueles que leem as Escrituras fora dos cultos pelo menos três a quatro vezes por ano, segundo a ABS.
No entanto, após o impacto espiritual temporário da pandemia, esse percentual caiu para 40% em 2022, 39% em 2023 e 38% em 2024.
No início de 2025, houve uma recuperação de 3 pontos percentuais, surpreendendo a equipe da ABS.
“Isso representa 11 milhões de pessoas que passaram a ler a Bíblia após um ano sem contato com as Escrituras”, afirmou Plake.
O aumento de leitores do sexo masculino foi surpreendente, segundo diz Plake: “Isso nos mostra que algo está acontecendo, especialmente entre os homens jovens. E isso não era algo que esperávamos ver.”
O crescimento no uso da Bíblia foi mais expressivo em regiões tradicionalmente seculares, como Nordeste (+18%), Oeste (+18%) e Centro-Oeste (+15%) dos EUA, enquanto o Sul manteve-se estável.
O crescimento no uso da Bíblia foi mais expressivo em regiões tradicionalmente seculares, como Nordeste (+18%), Oeste (+18%) e Centro-Oeste (+15%) dos EUA, enquanto o Sul manteve-se estável.
Entre os millennials da Bay Area, 40% se identificaram como usuários da Bíblia, superando ligeiramente a média nacional de 39%. Na Geração Z, a taxa foi 37% na Bay Area, comparada a 36% no país.
“Esses resultados desafiam a ideia de que lugares como a Bay Area são desertos espirituais”, afirmou Plake. “Não é que as gerações mais jovens rejeitem as Escrituras – muitas vezes, são os mais velhos que estão mais distantes.”
Mudanças culturais e um “meio móvel”
Embora os autores do relatório evitem conclusões precipitadas, Plake sugere que os dados podem refletir mudanças culturais mais amplas.
Em outubro, o Wall Street Journal reportou um aumento de 22% nas vendas de Bíblias, impulsionado por novos leitores, sobretudo jovens. Junto aos dados da ABS, isso indica um possível crescimento da curiosidade espiritual.
“Há 71 milhões de americanos no que chamamos de ‘meio móvel’”, explicou Plake. “Eles têm curiosidade sobre a Bíblia, mas ainda estão incertos. Precisam de alguém que os acompanhe, responda suas dúvidas e os ajude a descobrir a grande narrativa das Escrituras.”
Segundo a pesquisa da ABS, quase metade dos americanos que se identificam como cristãos, mas não têm uma prática ativa – os chamados "cristãos não praticantes" – demonstram abertura para se reconectar com a Bíblia e aprofundar seu conhecimento sobre Jesus.
“Eles podem estar desencantados com a igreja ou com a forma como a Bíblia lhes foi apresentada”, afirmou Plake.
“Muitas vezes, aprenderam histórias bíblicas como meras lições de moral – Sansão, Jonas, Noé – mas perderam a grande narrativa que aponta para Jesus. É nisso que precisamos melhorar.”
O relatório aponta 52 milhões de americanos como “engajados com a Bíblia”, ou seja, pessoas que leem as Escrituras de forma regular e influenciam suas relações e decisões. No entanto, muitos ainda não se sentem confiantes para compartilhar sua fé.
“Essas pessoas amam a Palavra de Deus e foram profundamente transformadas por ela”, afirmou Plake. “Mas nem sempre sabem como defendê-la. Esse é o próximo desafio para igrejas e ministérios: ajudá-las a compartilhar essa mensagem de forma natural e eficaz.”
Plake vê isso não apenas como uma oportunidade institucional, mas pessoal.
“Se você se importa com a Bíblia, agora é a hora de se manifestar”, disse ele. “Seus amigos, vizinhos, colegas de trabalho – eles estão fazendo perguntas espirituais. Muitos estão abertos, mesmo que não estejam em um banco da igreja no domingo. E você pode ser a pessoa que caminhará ao lado deles nessa jornada.”
Além das tendências nacionais, a ABS passou a comparar seus dados com referências globais. O Capítulo Dois do relatório Estado da Bíblia 2025 traz insights do Estudo Mundial de Engajamento Bíblico da PATMOS, conduzido pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira em parceria com a Gallup.
Lançado em 30 de abril, o estudo PATMOS apresenta um panorama do engajamento bíblico em 85 países. O capítulo da ABS explora conexões entre as tendências dos EUA e os movimentos espirituais ao redor do mundo.
“Estamos percebendo como os EUA se encaixam nesse amplo ecossistema espiritual”, afirmou Plake.
“É fascinante observar onde os americanos convergem ou se diferenciam de outras regiões do mundo em termos de engajamento com as Escrituras, bem-estar humano e identidade de fé.”
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