A cristã chinesa Xiao Ai [nome fictício], de 40 anos, disse que sabia que um dia a perseguição chegaria à sua porta e que era só uma questão de tempo. Ela e mais alguns cristãos costumavam se reunir em sua casa para cultos domésticos.
Apesar dos riscos, o grupo fez um cronograma dos encontros e deixou combinado que, no dia que a polícia aparecesse, apenas o líder se responsabilizaria e enfrentaria as consequências. Desta forma, os demais cristãos seriam protegidos.
Quando esse dia chegou e Xiao viu o guarda entrando em sua casa, não hesitou em afirmar que ela era responsável pela reunião: “Eu sou a dona desta casa e a responsável pelo culto. Minha mãe está doente, por isso convido meus amigos para que venham aqui e orem por ela. Sou a única responsável”.
‘Na prisão, era só eu e Deus’
Quando Xiao foi presa, ela conta que viu o agir de Deus em sua cela e que não se sentiu limitada. Para ela, era apenas um espaço diferente onde poderia continuar praticando sua fé em Jesus, além de poder compartilhar o Evangelho.
Ela conta que os policiais precisavam executar tarefas durante a noite e, enquanto todos dormiam, ela orava.
“Acredito que o Senhor tinha dois grandes objetivos para mim: primeiro, que eu evangelizasse meus colegas presos, pois eles precisavam ouvir as boas novas. Mesmo que eles não creiam, eu fiz a minha parte. E, segundo, eu estava tão atarefada no ministério que não parava para me aproximar com profundidade de Deus. E ali, estávamos apenas eu e Ele”, disse.
Ditadura chinesa contra a Igreja de Cristo
O 20º Congresso do Partido Comunista na China, que teve início no último domingo (16), faz aumentar a apreensão pelo destino dos cristãos chineses.
As decisões do Congresso de 2018 foram o início de grandes mudanças, com aumento da fiscalização sobre atividades religiosas não reconhecidas pelo governo, como o cristianismo.
O atual líder chinês, Xi Jinping, acredita que os cristãos têm grande influência ocidental e estrangeira, por isso considera a religião uma ameaça.
Em 2022, o congresso fará escolhas que certamente impactarão os cristãos de forma negativa, como sempre. Até agora, muitas igrejas foram fechadas e até na internet as restrições são aplicadas pelo governo.
A cristã Xiao Ai é só um exemplo. Ela ficou presa durante 10 dias por organizar uma igreja doméstica e terá que lidar com a pressão das restrições religiosas chinesas para continuar seguindo a Cristo.
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