Cristão palestino tem filha morta por soldados, mas perdoa: "Jesus é mais forte do que o ódio"

Hoje, George compartilha seu testemunho com uma rede de famílias palestinas e israelenses que perderam seus filhos.

Fonte: Guiame, com informações do Portas AbertasAtualizado: domingo, 8 de abril de 2018 às 17:16
Imagem ilustrativa. Os cristãos são uma minoria de menos de 2% entre os palestinos. (Foto: Reprodução).
Imagem ilustrativa. Os cristãos são uma minoria de menos de 2% entre os palestinos. (Foto: Reprodução).

George Saadeh é um cristão palestino que provou sua fé e perdão. Em 2003, durante a rebelião palestina chamada “Segunda Intifada” soldados atiraram por engano contra seu carro. Sua filha de 12 anos, Christine, morreu imediatamente, e Saadeh, a esposa e outra filha ficaram feridas.

Pelo fato de estar ferido, George não pôde ir ao funeral de sua filha. “Foi um tempo escuro para nós. Mas acredite, dentro de todo o desespero e luto, nós encontramos Jesus. De alguma forma, encontramos força para pronunciar palavras de amor e perdão, para falar do poder de Jesus vivendo dentro de nós. Ele é mais forte do que o ódio e a injustiça”, disse ele emocionado.

Após determinado período, George se juntou a uma rede de famílias palestinas e israelenses que perderam seus filhos durante o conflito. “Nós compartilhamos sobre nossas perdas, o que tem me ajudado muito. Agora eu tenho amigos israelenses”, comentou.

Depois que sua filha morreu, George prega para muitos grupos cristãos, inclusive no exterior. Hoje ele trabalha como diretor de uma escola de ensino médio em Belém (Palestina), que pertence a uma igreja cristã. Apesar disso, a escola recebe crianças cristãs e muçulmanas.

Para se ter uma ideia mais clara, os cristãos são uma minoria de menos de 2% entre os palestinos. George explica que por causa da ocupação da Cisjordânia pelo exército de Israel a vida é muito difícil lá, levando muitas famílias cristãs a emigrar.

Ele afirma que “os cristãos estão no meio da briga entre os grandes poderes”. O diretor ainda ressalta que nos últimos três anos, 30 famílias palestinas cristãs foram embora de Belém para nunca mais voltar.

George realmente se preocupe com o futuro do cristianismo na Palestina. “Se nós, cristãos da Palestina, queremos viver aqui, temos que trabalhar com mútuo respeito. Se respondemos como fanáticos, o outro lado ficará mais fanático ainda, o que só piora os problemas”, pontua.

Na escola, as crianças recebem ensino religioso separadamente – um imã ensina os alunos muçulmanos e um líder religioso, os cristãos. Mas a identidade cristã está presente em todo o programa da escola, onde a vida de Jesus Cristo é o princípio norteador.

O cristão diz como isso é feito na prática: “Nós tentamos tornar a espiritualidade cristã parte integral do nosso programa de ensino. Eu estou falando sobre: Como você se comporta? O que define sua relação com os outros? Trate todos com amor. Seja honesto. Jogue limpo nos esportes. Respeite aqueles que pensam diferente de você”.

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