Cristãos são obrigados a assinar documentos prometendo não orar na igreja, em Mianmar

Com a assinatura dos documentos, os cristãos agora só podem realizar orações dentro de suas casas.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: quinta-feira, 11 de outubro de 2018 às 20:33
Os cristãos foram mantidos em cativeiros até que assinassem o documento que proíbe orações dentro das igrejas. (Foto: Reprodução)
Os cristãos foram mantidos em cativeiros até que assinassem o documento que proíbe orações dentro das igrejas. (Foto: Reprodução)

Centenas de cristãos em Mianmar estão sendo forçados a assinar documentos que exigem que eles parem de orar nas igrejas, alertaram pastores. Um líder cristão identificado como o Rev. Lazarus, secretário geral da Convenção Batista de Lahu em Kyaing Tong, leste do estado de Shan, disse à UCA News que cerca de 100 cristãos foram libertados pela União Armada do Estado de Wa depois que eles concordaram com as ordens.

Os cristãos que assinaram os documentos são agora obrigados a apenas orar privadamente em suas casas e não nas igrejas. Lazarus acrescentou que 92 cristãos ainda permanecem em cativeiro, enquanto dezenas de igrejas foram fechadas. Ele alertou que os crentes não têm outra escolha senão assinar os papéis.

"Os cristãos enfrentarão mais restrições e serão monitorados de perto pela União, então a situação é preocupante", disse ele. O reverendo Thang Cin Lian, secretário geral da Convenção Batista de Mianmar, disse que as reuniões estão sendo realizadas para falar sobre os 92 cristãos que ainda estão entes em cativeiro.

"Estamos orando pelos cristãos em Wa Hills", disse Lian. A União Armada, que surgiu do Partido Comunista de Mianmar , expulsou cinco freiras e seis professores em setembro e vem destruindo o que afirma ser uma igreja não autorizada na região.

"Queremos estabilidade e estado de direito em nossa área, para que extremistas possam ser presos. Tais medidas são necessárias, já que estamos nos preparando para celebrar o 30º Festival da Paz em 17 de abril do ano que vem e nenhum extremismo é permitido", disse U Nyi Rang, porta-voz da milícia.

A data de abril de 2019 em questão refere-se ao 30º aniversário do cessar-fogo da União com o governo de Mianmar. O grupo militar acusou os cristãos de causar instabilidade na área, informou o jornal Myanmar Times.

O alvo são igrejas construídas depois de 1992, argumentando que elas foram construídas sem permissão. Aaron Maung Maung Tun, diretor do departamento de publicação da Convenção Batista de Lahu, disse que o exército está procurando usar escolas cristãs que foram fechadas para seus próprios propósitos.

"Ouvi dizer que a escola bíblica de Lahu será usada como delegacia de Wa. Enviamos uma carta para o Wa, mas não recebemos resposta", disse Tun. A União Armada tem prendido cristãos alegando que líderes religiosos estão violando leis que impedem estrangeiros de servir em igrejas. Também acusou os crentes de conversões forçadas.

A Convenção Batista de Lahu, que fica no estado de Shan Oriental, compartilhou que teme que a UWSA esteja forçando estudantes cristãos a servir em seu exército. "A UWSA também recrutou à força 41 estudantes do sexo masculino e feminino que estavam participando de aulas de estudo bíblico em várias igrejas", disse Lazarus à Radio Free Asia no início deste mês.

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