Quando o período de eleições de aproxima, é comum políticos pedirem espaço em algumas igrejas para apresentar suas propostas. Está correta essa prática? Os pastores Giuliano Farias e Robson Gomes comentaram sobre o assunto em uma conversa no programa Bate Papo.
“Infelizmente, alguns candidatos nos procuram justamente nessa época e fica até mal. Se o sujeito está lá com você durante o ano e te visita, vai ao culto e tem esse contato... Mas se ele chega lá para pedir esse tempo justamente só na hora da eleição? Aí fica ruim”, disse ele.
“Esse é um aspecto. O outro é que às vezes nós conhecemos o caráter da pessoa e abrir esse espaço para que ele possa se expor e se fazer conhecido pode ser justo para que a nossa comunidade tenha condições de fazer opção de voto”, ressaltou.
Já Robson Gomes pontua: “A política não é pecado. A política é uma oportunidade para que um líder cristão se posicione e lute pelas leis que proíbam coisas que vão contra a Palavra de Deus. O que é errado é, mesmo sendo pastor, ocupar o púlpito tendo falha de caráter. Então acho que o problema não é nem a pessoa ser candidata”, disse ele.
Giuliano Farias ainda apontou a questão sobre usar o púlpito para uma questão que não é o Evangelho ou falar de Jesus. Robson Gomes complementa: “Normalmente é isso que é feito. O candidato assume o púlpito e prega. Ele não vai pedir voto, mas está está nas entrelinhas, fica subentendido que ele está ali na época da eleição”, salientou.
“Todo mundo sabe que ele é candidato e vai se passar por um candidato cristão, mas só nessa data. O problema é a questão do caráter. Se é um líder cristão que a gente conhece, que está pregando, que está levando o nome do Senhor o ano inteiro, faz um evento, faz uma festa e chama e o pessoal da igreja”, sugeriu.
“Mas imagina se na nossa igreja chega um visitante para ouvir a Palavra de Deus e vê um candidato que vai falar das suas propostas? O púlpito não é lugar de propostas, é um lugar de falar da Palavra de Deus”, alertou o pastor.
Outra estratégia foi sugerida pelo pastor Giuliano Farias. “Normalmente nesses períodos mais tensos nós marcamos com as lideranças uma reunião e aqueles candidatos que me procuram eu dou a oportunidade lá. Por exemplo, nós temos duas horas com as lideranças no sábado, fora do horário de culto, e se tiver 500 candidatos eles vão dividir aquele tempo. Eu acho que isso é mais justo e fica como sugestão para as outras pessoas”, finalizou.
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