Em meio à pandemia, igreja abre espaço para moradores em situação de rua

A ação de solidariedade é feita pela Igreja Presbiteriana de Americana, no interior paulista.

Fonte: Guiame, com informações de O LiberalAtualizado: sexta-feira, 8 de maio de 2020 às 12:53
Igreja Presbiteriana recebe moradores em situação de rua. (Foto: Reprodução/O Liberal)
Igreja Presbiteriana recebe moradores em situação de rua. (Foto: Reprodução/O Liberal)

A Igreja Presbiteriana de Americana, no interior de SP, abriu o seu espaço físico para abrigar moradores de rua durante a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

O acolhimento de até 100 pessoas, entre homens e mulheres, é feito por uma equipe da Associação Vinde à Luz, em uma parceria com a Secretaria de Ação Social e Desenvolvimento Humano.

O pastor Jabis Ipólito de Campos Júnior conta que a igreja possui salão social, diversas salas onde acontecem as atividades de escola bíblica, chuveiros e cozinha. O atendimento foi iniciado em terça-feira (7) e 19 pessoas já terão pernoite, refeições e banho.

Uma postagem no Facebook da igreja mostra uma sala de convivência, com distanciamento social entre os acolhidos, onde os moradores em situação de rua estão assistindo TV.

Moradores em situação de rua Igreja Presbiteriana assistem TV em dependências da igreja. (Foto: Reprodução/O Liberal)

“Iniciamos com 11 acolhidos e, nesses 18 dias de atividade, passaram pelo Abrigo 91 pessoas, das quais 47 ainda ali permanecem e 44 se desligaram por alguns motivos”, declara a postagem, em 21 de abril.

Entre os motivos de desligamento estão alguns casos, como “conseguiram emprego e moradia; voltaram para a família; voltaram para suas cidades de origem; aceitaram oferta de tratamento gratuito em clínica da AVL; transferência para outra instituição”.

Precauções

Nilza Tavoloni, coordenadora de equipe da Associação Vinde à Luz, explica que será de responsabilidade do corpo técnico da associação o acolhimento e cuidado que a população em situação de rua demanda. Eles poderão pernoitar no local, receberão café da manhã, almoço, jantar e ainda podem tomar banho.

“Cuidar, acolher e manter acolhidos 80 a 100 pessoas nessa condição, sem ocupação, sem poder sair, é muito difícil. O propósito não é um ajuntamento de pessoas, é um acolhimento, onde se sintam bem, respeitados, acolhidos, possam passar com qualidade de vida esse período e depois darem novos destinos às suas vidas”, explicou a coordenadora.

A Secretaria de Ação Social e Desenvolvimento Humano de Americana estava procurando um abrigo provisório para até 100 moradores de rua, para evitar a transmissão do novo coronavírus (Covid-19) entre eles.

Em entrevista ao LIBERAL, o secretário de Ação Social, Ailton Gonçalves, lembrou que entre esta população muitas pessoas “têm uma resistência natural para o abrigamento”, mas disse que ele estará de “de portas e coração” abertos.

“No mês de março nós fizemos um balanço, de 72 pessoas que nós contatamos, 50 ‘topariam’ o abrigamento se ele estivesse pronto”, lembrou ainda.

Para a manutenção do espaço enquanto durar a crise pelo coronavírus (Covid-19), são bem-vindas doações de alimentos, materiais de limpeza, materiais de higiene pessoal, álcool em gel, camas de solteiro, colchões, lençóis de solteiro, toalhas e roupas masculinas.

Além disso, Nilza ressalta a necessidade de jogos, materiais para bordado, pintura, desenho e outros artesanatos e parcerias para promover o lazer durante o acolhimento.

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