“Enquanto eu viver, quero manifestar a glória de Deus”, diz Neto da Chapecoense

O ex-jogador acredita que sobreviveu por um propósito de Deus.

Fonte: Guiame, Cris BeloniAtualizado: sexta-feira, 10 de setembro de 2021 às 18:31
Hélio Zampier Neto, ex-zagueiro do Chapecoense. (Foto: Getty Images)
Hélio Zampier Neto, ex-zagueiro do Chapecoense. (Foto: Getty Images)

Em entrevista ao podcast “Brothers da Bola” da Rádio Trans Mundial, no dia 30 de agosto, Hélio Zampier Neto, o ex-futebolista que atuava como zagueiro, compartilhou sobre sua fé. 

Ele ficou conhecido internacionalmente por ser um dos 6 sobreviventes do acidente aéreo com o time da Chapecoense. Neto conta que sempre foi apaixonado por futebol e que tinha o desejo de ser atleta. 

“Mas era um sonho distante. Eu sonhava como a maioria dos brasileiros”, contou. Seu desejo começou a aumentar na época do colégio e depois de treinar futsal por três anos. 

“Então, eu comecei a me dedicar um pouco mais, porque só a técnica não nos leva para muito longe”, compartilhou. “Precisa treinar, ter fé e se dedicar bastante", continuou.

Conversão e vida cristã

Neto conta que, em 2002, conheceu Cristo através de outro jogador. “Eu aceitei Jesus dentro de um vestiário, mas eu não entendia muito”, conta.

“Eu era bem católico e toda vez que o padre lia a liturgia, eu queria saber todo o contexto, então eu anotava e verificava na Bíblia, em casa”, disse o ex-jogador que depois passou a frequentar cultos e reuniões evangélicas.

Quando eu morei em Santos, tive a oportunidade de estar com outros cristãos — o goleiro Rafael Cabral, um grande exemplo de homem de Deus, o Alan Santos que está comigo na Chapecoense,  Felipe Anderson, Bruno Peres, Cleber — era uma turma muito boa”, recordou.

“Deus levantou pessoas que me ajudaram a me aprofundar mais na Palavra, para eu saber quem era Jesus, o que Deus queria de mim e como o Espírito Santo iria agir em minha vida, da minha esposa e da minha família”, refletiu. 

“Eu pude entender que, dentro dessa vida passageira, tudo tem um propósito. O meu propósito é muito mais do que ganhar um título ou ser reconhecido, mas saber quem é esse Deus maravilhoso, que nos amou primeiro. E para se aproximar de Deus, só por meio de Jesus, não há outro meio”, disse.

Sobre a tragédia que viveu

Atualmente, Neto que é formado em Teologia, compartilha sobre seus sentimentos após a tragédia que viveu. “Às vezes, nem parece que é verdade. Sinto saudade de jogar futebol, mas não tenho condições”, disse ao se referir às graves sequelas após a queda do avião.

Depois atribuiu o acidente às mentiras sustentadas pela defesa. “É um problema do ser humano, mentir e ainda sustentar a mentira. Aquele avião não poderia viajar por falta de seguro, por não ter combustível. E tudo o que aconteceu depois foi tudo muito triste”, lembrou.

Mas Neto confia que Deus já sabia de tudo o que iria acontecer. “Na sexta-feira, eu sonhei que o avião caía e eu ficava vivo e isso aconteceu na segunda. Ele me deu a visão do acidente aéreo”, disse.

“Deus enxerga o passado, o presente e o futuro. Ele sabe quem estará com ele no Reino. Para ele não existe tempo, somos nós quem vivemos dia após dia. Para Deus um dia é como mil anos”, citou a Bíblia.

“Depois do acidente foi tudo estranho, minha vida mudou muito. Eu acho que estava vivendo o melhor momento da vida. Havia muitas propostas. Mas, eu sinto que Deus me deixou vivo por um propósito Dele”, mencionou.

“Eu lembro o quanto estava apegado a Deus e querendo conhecê-lo mais. Na época, tinha comprado dois livros para estudar o Novo e o Velho Testamento. Eu queria entender mais de Deus e, quando veio a tragédia, Deus colocou em meu coração de estudar Teologia à distância”, contou.


Neto, na ocasião em que deixou o hospital, após a tragédia, dia 21 de dezembro de 2016. (Foto: Reprodução/YouTube)

“Estou vivo para ir atrás de justiça”

“Acredito que Deus quer me usar um pouco nessa área. Hoje eu sou superintendente do clube, mas o futebol é um poço de vaidade e eu não consigo me adaptar a isso. Talvez, no ano que vem, Deus me queira mais na ministração da Palavra”, opinou.

Neto acredita que continua no clube para “ir atrás de justiça”. Ele conta que já foi para Londres, numa manifestação contra a empresa que não arcou com as despesas da tragédia. “Nós parecemos formigas contra um elefante”, comparou.

E além de buscar justiça para as famílias de seus amigos que se foram, Neto acredita que ainda vai ser muito usado na pregação do Evangelho. “Quero que o resto dos meus dias aqui na terra seja falando do amor de Deus”, destacou.

Sobre Jesus, Neto ainda disse: “Ele é tão simples e as pessoas pintam algo tão mirabolante, e muitos não se achegam por conta disso. Quero falar sobre o amor Dele e enquanto eu viver aqui, que eu possa manifestar a glória de Deus”, concluiu.

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