Fé: Um remédio anti-estresse

Fé: Um remédio anti-estresse

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:01

Dia de calor intenso em uma metrópole qualquer, com trânsito engarrafado e muita gente tocando a buzina. Motoristas em dois pontos distintos da cidade olham o relógio e se angustiam com o atraso iminente. Além do infortúnio diante da perspectiva de mais um dia atribulado, ambos estão enfrentando dificuldades em seu ambiente de trabalho, tensões em casa e problemas de saúde. Na cabeça deles, tudo e todos parecem conspirar contra sua paz de espírito – o sujeito do carro da frente que muda de faixa sem usar a seta, o banco que enviou o boleto dois dias depois do vencimento, o bombeiro que ficou de consertar o vazamento “ontem sem falta” e simplesmente não apareceu. Nenhum daqueles dois sabe, mas da próxima vez que consultarem o médico, receberão a notícia de que são vítimas do estresse. Detalhe: um deles é pastor.

Há quatro ou cinco décadas, esta última informação causaria estranheza. Mesmo hoje em dia, para algumas denominações extremamente conservadoras, quem canta que “a alegria está no coração de quem conhece Jesus” e se cumprimenta com “a paz do Senhor” não tem direito de alegar estresse para justificar esgotamento físico, mental ou muito menos espiritual. No entanto, a realidade é bem diferente, e até alguns dos próprios líderes que defendem essa imunidade dos cristãos padecem do chamado “mal do século” &S213; ou, mais apropriadamente, “mal dos séculos”, já que continua, literalmente, tirando o sono de muita gente mesmo depois da virada do milênio.

“Estado gerado pela percepção de estímulos que provocam excitação emocional e, ao perturbarem a homeostasia, levam o organismo a disparar um processo de adaptação caracterizado pelo aumento da secreção de adrenalina, com várias consequências sistêmicas.”Esta definição do Dicionário Houaiss da língua portuguesa, com seus termos pouco compreensíveis para o leigo em medicina, revela a ambiguidade do termo “estresse”. Ao mesmo tempo em que fala do “processo de adaptação” que ele desencadeia, também aponta para as “consequências sistêmicas” que quase todo mundo tem facilidade para reconhecer. A cardiologista Cecília Teixeira de Carvalho cita alguns desses sinais: “Irritabilidade, insônia, perda de apetite, dificuldade na concentração, diminuição da memória, impotência sexual”, enumera. “Além disso, o quadro de estresse pode vir acompanhado de distúrbios psicológicos, como depressão ou agitação. Esses são os sintomas mais comuns.”

Ela alerta para o fato de que, apesar da grande quantidade de homens diagnosticados como vítimas, o problema não é uma exclusividade de gênero. Hoje em dia, estressados não usam apenas terno e gravata.  Por conta da múltipla jornada de trabalho, as mulheres são extremamente vulneráveis a esse mal. “Ao se emancipar, a mulher piorou sua qualidade de vida. Assumiu responsabilidades que antes eram apenas dos homens”, afirma a médica. No caso delas, a angústia pelas horas longe de casa, sem poder atender as necessidades dos filhos, é um fator estressante a mais. “Hoje em dia é muito difícil se manter sem estresse. O mundo atual foi formatado para termos doses diária”, afirma.

Ainda que, ao longo da história, todos os seres humanos, inclusive heróis bíblicos (ver abaixo), tenham sofrido algum tipo de pressão, em maior ou menor grau, a identificação do estresse como tal é bem recente, e sua associação com a vida moderna é praticamente automática. “Podemos dizer que estamos vivendo a era do estresse, em que a ansiedade tem estado presente no cotidiano das pessoas cada vez mais intensamente”, opina Geraldo José Ballone, psiquiatra e professor universitário da especialidade. Segundo ele, são vários os fatores atuais que contribuem para a formação de um quadro de estresse, como a competitividade, a exigência do sucesso, a conquista do espaço socioeconômico e a violência urbana, entre outros.

Ballone chama a atenção para o fato de que o estresse não é necessariamente um inimigo das pessoas. “Há um elemento natural e fisiológico. Trata-se de uma ferramenta ou um recurso do qual animais e seres humanos são dotados para a própria sobrevivência”, observa. O especialista diz que uma pessoa precisa do estresse para fugir de um perigo, por exemplo. Entretanto, em geral, o que acomete o indivíduo é um estresse patológico, que causa descompensação, e não adaptação a uma nova situação. “Este quadro é fruto das exigências da vida moderna”, explica.

Mente aberta

Se, como parece consenso entre suas vítimas, oestresse está presente em todos os ambientes – no trabalho, no lar, na escola, no círculo de amizades, na comunidade local &S213;, é ingenuidade acreditar que não frequente os gabinetes pastorais. Aconselhar pessoas que enfrentam esse problema deixou há muito tempo de ser novidade para o pastor Eduardo Baldaci de Lima, da Primeira Igreja Batista de Cuiabá (MT). “Não só no gabinete, mas também nas áreas de atuação secular aonde Deus tem me levado, encontro pessoas com este problema”, garante. Segundo ele, isso independe de confissão religiosa ou classe social. “Recebo dezenas de pedidos de oração sobre problemas que, na realidade, são ocasionados pelo estresse”, revela o ministro.

Baldaci não acha que problemas como ansiedade ou depressão signifiquem falta de fé ou de comunhão com Deus. “Eu diria que conheço muitos crentes fiéis que, em determinados momentos, tiveram estresse por causa da ansiedade”. Em sua opinião, é um erro criticar as pessoas, inclusive as evangélicas, que precisam de ajuda. “Acho muito fácil condenar o estresse na vida do próximo. O difícil é controlá-lo em nossa vida”, aponta. “Somos pecadores regenerados em busca da santificação, num processo que só termina em nossa morte. Assim sendo, enquanto somos ameaçados material e espiritualmente o tempo todo neste mundo, acontece uma verdadeira batalha espiritual.”

E o problema não está confinado à cadeira do que pede aconselhamento e oração. Do outro lado da mesa pode estar outra pessoa que precisa do mesmo tipo de ajuda – só que, no caso do pastor, nem sempre há a quem recorrer. Médico e pastor presidente da Igreja Maranata, Paulo Cesar Brito vê com frequência colegas de ministério apresentando um quadro típico de estresse. “Pastores são pessoas normais, sujeitas às mesmas agressões do ambiente ou da vida”, afirma. “Eles sentem, sofrem e se decepcionam. Então, por que não teriam estresse?” Brito ressalta ainda o fato de que os pastores não se limitam a resolver os próprios problemas: eles também devem se preocupar com as dificuldades enfrentadas por suas ovelhas, o que potencializa a pressão.

O pastor participa da opinião de que é inútil negar ao cristão o, digamos, direito de se estressar. “É claro que o Evangelho, quando entendido e obedecido, nos ajuda a superar nossos obstáculos”, opina. “O Senhor Jesus é a maior fonte de alívio e descanso para nossa alma. Mas não posso negar que os dramas dos outros também nos atingem. Como ficar impassível diante do filho que se envolve com drogas? Ou do marido que resolve arranjar uma amante? Não somos uma ilha”, defende. “A Palavra nos ensina a chorar com os que choram. E ninguém chora sem uma parcela de estresse.”

Momentos críticos

A jornalista Élidi Freitas de Miranda sabe bem o prejuízo físico e mental que o estresse pode causar. Certa vez, recebeu de sua médica uma licença de três dias. Não havia nenhuma infecção ou dor física – apenas um quadro somático em função de pressões no trabalho. “Eu tinha uma chefe que me perseguia e tinha prazer em me prejudicar”, lembra a repórter, que é evangélica. “Aquilo estava me fazendo muito mal. Sentia aperto no peito, taquicardia, muita irritação”. Além dos dias em casa e da recomendação de relaxar, ela saiu do consultório com uma receita de calmante. “Se estou estressada, começo a descontar minha angústia nas pessoas, mas depois que episódios desagradáveis acontecem, paro, reflito e penso que preciso me acalmar”, diz.

Mas a medicação não é a única maneira que Élidi encontra de combater o estresse. Sua fé em Jesus também tem um caráter terapêutico no processo. “Tenho aprendido a pensar duas vezes antes de responder a uma ofensa”, admite. “Não adianta querer que o mundo seja do meu jeito, porque ele não vai ser”. A dificuldade fez com que ela não apenas enxergasse a vida por outras lentes, mas também identificasse a atuação do Senhor. “Vejo Deus me ensinando a confiar mais nele, e a pôr em prática o domínio próprio, que é fruto do Espírito Santo.”

No caso de Ivete, nome fictício da mulher de um pastor do Rio de Janeiro que prefere não se identificar, a simples mudança de um bairro para outro da cidade foi suficiente para desencadear uma série de reações, como tonteira, melancolia e até pânico. É claro que a combinação de fatores preparou o terreno para essa crise pessoal, mas a necessidade de revisão no padrão de vida – incluindo o uso diário de ônibus lotados para chegar ao trabalho e voltar para casa – foi a gota d’água. O problema se repetiu depois, quando teve de enfrentar nova mudança, dessa vez para outra cidade, acompanhando o ministério do marido. Mas havia outras coisas, como a nem sempre fácil convivência com os irmãos e os problemas da congregação que frequentava. “Lidar com situações nada agradáveis que surgiram na igreja me levaram a uma nova crise. Tive de usar medicamentos”, conta.

Passado o pior momento, Ivete resolveu interromper o tratamento dois meses depois. Usando uma nem sempre recomendável confiança espiritual, ela preferiu fazer da fé o seu remédio. “Senti que Deus queria assim”, resume. Mas também tratou de mudar algumas coisas. Se os problemas cotidianos são inevitáveis, ela resolveu reservar para si mesma mais momentos de prazer. “Resolvi fazer trabalhos manuais”, diz. “A ocupação contribui em grande medida para prevenir uma nova crise”. Contudo, a mulher reconhece que o estresse sempre está à porta. “Nossa vida é uma batalha constante” resigna-se.

Como tratar

O que funciona bem na vida de uns não pode, claro, ser encarado como solução ou caminho para todos os casos em que o estresse torna-se um mal. Cada pessoa, afinal, tem suas peculiaridades – e o quadro se desenvolve em diferentes escalas, dependendo do indivíduo. O psicoterapeuta e pastor Zenon Lotufo Jr., coordenador do curso de espiritualidade no aconselhamento e na psicoterapia do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores do livro Influências da religião sobre a saúde mental, explica que o problema deve ser abordado gradualmente. “Primeiro, é preciso identificar e procurar atenuar as pressões que a pessoa faz sobre si, tais como o perfeccionismo e a dificuldade de dizer ‘não’”, enumera. “Depois, deve-se treiná-la em técnicas como relaxamento, meditação e respiração profunda. Finalmente, discutir a possibilidade de mudanças objetivas em seu estilo de vida, o que pode  envolver abrir mão de certas atividades, procurar outro trabalho e praticar exercícios físicos.”

Segundo ele, no caso de pessoas religiosas, é importante também a orientação em determinadas formas de oração e de outras práticas espirituais. “Para o crente, compreender o real significado da graça de Deus e procurar levá-la em conta em seu dia a dia é o grande remédio, preventivo e curativo, para lidar com o estresse. É preciso, aliás, ter em mente que a ideia da graça divina tem um sentido quando relacionada a um Pai amoroso e perdoador, e outro, bastante diferente, quando ligada a um Deus arbitrário e punitivo”. Lotufo destaca ainda a importância de certas disciplinas espirituais que, aos poucos, os protestantes vão redescobrindo, depois de deixá-las de lado por muito tempo por associá-las ao catolicismo. “Isso pode ter grande valor para a manutenção do equilíbrio emocional”, afirma.

Geraldo Ballone concorda que a experiência espiritual pode ser muito útil no combate ao estresse. “A religião, quando serve como inspiração para reflexões, estimula escalas de valores não materialistas e incentiva a compreensão do próximo – aquele que pode ser nossa maior fonte de frustrações –, contribui sobremaneira para uma qualidade de vida emocional melhor”, reconhece. “Além disso, a fé e a esperança são sempre um alento nos momentos de grande sobrecarga emocional.”  

Contudo, Paulo Cesar Brito aconselha a que o cristão tome cuidado para não se iludir com a ideia de que basta crer em Deus para manter o estresse à distância. “Esse negócio de querer parar de sofrer é utopia. Sofreremos enquanto este mundo estiver debaixo da maldição do pecado”, ensina. Sendo assim, o que fazer? Ele responde como pastor e médico: “Procurar colocar nossa vontade em submissão à vontade de Deus, orar para que situações sejam mudadas, não se revoltar quando as coisas não saem da forma que queremos e respeitar nossos limites. Há tempo para tudo nesta vida. Todo excesso é prejudicial. Precisamos de alimentação equilibrada, dormir bem, tirar férias e fazer exercícios. Até Deus descansou no sétimo dia”, finaliza.

Fé, um santo remédio

Já que provar cientificamente a existência de Deus parece ser um projeto ainda inatingível, cada vez mais estudiosos se concentram em estudos sobre os efeitos da espiritualidade no ser humano. Uma pesquisa realizada por especialistas da Universidade de Toronto Scarborough, no Canadá, deu mais um passo na identificação dos benefícios da fé, que ultimamente tem sido cada vez mais apontada como fator de bem estar e resistência a doenças. Segundo o estudo, quanto maior é a crença de uma pessoa em Deus, menor é sua vulnerabilidade aos efeitos do estresse. O levantamento, coordenado pelo professor Michael Inzlicht, do Departamento de Psicologia daquela instituição, foi publicado na prestigiada revista Psychological Science.

Inzlicht e mais três pesquisadores procuram demonstrar que a convicção religiosa é caracterizada pela redução nas atividades de uma região do cérebro denominada córtex anterior cingulado. Trata-se de um sistema envolvido na experiência da ansiedade e, segundo o texto da pesquisa, “importante pela autorregulação”. Em outras palavras, o que os exames nos voluntários envolvidos – adeptos de várias confissões – demonstraram é que o zelo religioso e a fé em Deus ajudam a compreender e lidar melhor com situações difíceis ou críticas. Estes apresentaram menos ansiedade do que as pessoas sem religião que também se submeteram aos testes.

Os estressados da Bíblia

Há vários exemplos de pessoas que passaram por momentos de forte pressão nas Escrituras. Veja o que você pode aprender com algumas delas:

Viciado em trabalho

No dia seguinte Moisés sentou-se para julgar as questões do povo e ficou ocupado desde a manhã até a noite. Quando Jetro viu tudo o que Moisés estava fazendo, perguntou: — Por que você está agindo assim? Por que está resolvendo sozinho os problemas do povo, com todas essas pessoas em pé ao seu redor, desde a manhã até a noite? Moisés respondeu: — Eu tenho de fazer isso porque as pessoas vêm falar comigo para saber o que Deus quer. Quando duas pessoas têm uma questão, elas vêm falar comigo para que eu resolva quem está certo. E explico os mandamentos e as leis de Deus a todos. Então Jetro disse: — O que você está fazendo não está certo. Desse jeito você vai ficar cansado demais, e o povo também. Isso é muito trabalho para você fazer sozinho (Gênesis 18:13-18).

Até receber a visita do sogro, Moisés mantinha um péssimo vício: gostava de centralizar todas as decisões. Desde as questões mais simples, como as disputas de vizinhos pela posse de um animal, até as pendengas maiores, envolvendo clãs inteiros, tudo era levado ao líder. Com excesso de preocupações e afazeres, ele chegava ao fim do dia esgotado e estressado. Jetro percebeu o problema e deu o conselho que faria a grande diferença na vida de Moisés e serviria de exemplo até os nossos dias. Descentralizar a administração dos problemas, sejam eles caseiros ou corporativos, é uma boa maneira de evitar a sobrecarga. Além disso, por mais que você goste de trabalhar, o corpo e a mente precisam de descanso e lazer para se reabastecer.

Drama de consciência

Quando Saul voltou da luta contra os filisteus, soube que Davi estava na região deserta que fica perto da fonte de Gedi. Então escolheu três mil dos melhores soldados de Israel e foi com eles procurar Davi e os seus homens a leste das Rochas dos Cabritos Selvagens. Saul chegou a uma caverna junto de alguns currais de ovelhas, perto da estrada, e entrou ali para satisfazer as suas necessidades. Aconteceu que Davi e os seus homens estavam escondidos mais no fundo da caverna. Então eles disseram a Davi: — Esta é a sua oportunidade! O SENHOR Deus disse que lhe entregaria o seu inimigo e que você poderia fazer com ele o que quisesse. Então Davi se arrastou de mansinho até onde estava Saul e cortou um pedaço da capa dele, sem que ele percebesse. Mas aí a consciência de Davi começou a doer porque ele havia cortado um pedaço da roupa de Saul [...] Davi saiu atrás dele e gritou: — Rei Saul! Ele virou-se, e Davi, em sinal de respeito, se ajoelhou e encostou o rosto no chão. Então disse: — Por que é que o senhor dá atenção às pessoas que dizem que eu quero prejudicá-lo? (1Samuel 24:1-5,8-9).

A situação de Davi já era estressante por si. Apesar de não ter nenhuma intenção de tomar o poder de Saul, estava sendo perseguido pelo rei e “três mil dos melhores soldados de Israel”. Para aumentar a pressão, convencido por seus homens, Davi aproveitou um momento de vulnerabilidade de Saul e cortou um pedaço da capa dele. Contudo, sua consciência não o deixou em paz enquanto não procurou seu perseguidor. Se postergar o enfrentamento de dificuldades é desaconselhável, acumular preocupações só serve para potencializar o estresse. Evite empurrar os problemas com a barriga. Cada adversidade vencida é um peso a menos sobre os ombros.

O profeta contrariado

Jonas entrou na cidade, andou um dia inteiro e então começou a anunciar: — Dentro de quarenta dias, Nínive será destruída! Então os moradores de Nínive creram em Deus e resolveram que cada um devia jejuar. E todos, desde os mais importantes até os mais humildes, vestiram roupa feita de pano grosseiro a fim de mostrar que estavam arrependidos. Deus viu o que eles fizeram e como abandonaram os seus maus caminhos. Então mudou de idéia e não castigou a cidade como tinha dito que faria. Por causa disso, Jonas ficou com raiva e muito aborrecido (Jonas 3:4-5,10; 4:1).

Para Jonas, Nínive não merecia perdão. Em sua opinião, aquele povo corrupto tinha mesmo de ser destruído. Por isso, quando Deus aceita o arrependimento da cidade e oferece perdão, o profeta fica indignado e decepcionado. Chega a pedir a Deus que lhe tire a vida - talvez estivesse apenas fazendo drama, mas essa é outra discussão. Muita gente se estressa porque não aceita pontos de vista diferentes. Nem sempre as coisas acontecem do jeito que a gente quer. Ser contrariado faz parte da experiência humana, e você certamente vai aproveitar melhor a vida (e as noites de sono) se aprender a lidar com isso.

A força da oração

Jesus saiu e foi, como de costume, ao monte das Oliveiras; e os seus discípulos foram com ele. Quando chegou ao lugar escolhido, Jesus disse: — Orem pedindo que vocês não sejam tentados. Então se afastou a uma distância de mais ou menos trinta metros. Ajoelhou-se e começou a orar, dizendo: — Pai, se queres, afasta de mim este cálice de sofrimento! Porém que não seja feito o que eu quero, mas o que tu queres. [Então um anjo do céu apareceu e o animava. Cheio de uma grande aflição, Jesus orava com mais força ainda. O seu suor era como gotas de sangue caindo no chão] (Lucas 22:39-44).

Às vésperas de sua crucificação, o Salvador sentiu “uma grande aflição” (outras versões afirmam que ele estava “em agonia”). É difícil imaginar uma situação mais estressante que essa. Seu nível de tensão era tão alto que provocou um fenômeno muito raro, a hematidrose (hemorragia das glândulas que produzem o suor). Jesus encontrou na oração o alívio para sua angústia. A ciência tem confirmado o que a Bíblia mostra há séculos: a fé como um importante fator de combate ao estresse. É por isso que muitas empresas e organizações passaram a ver com bons olhos a ideia de cultivar a espiritualidade no ambiente de serviço. É desnecessário dizer o que a oração também produz na vida em família.

Fogo amigo

Pois pelo poder de Deus fui feito apóstolo para anunciar o evangelho aos não-judeus, assim como Pedro foi feito apóstolo para anunciar o evangelho aos judeus [...] Porém, quando Pedro veio para Antioquia da Síria, eu fiquei contra ele em público porque ele estava completamente errado (Gálatas 2:8,11).

Houve um momento bem no início da história da Igreja em que muitos dos primeiros convertidos, de origem judaica, decidiram que os não judeus (gentios) que estavam adotando a fé cristã deveriam se submeter aos mesmos ritos que eles, inclusive a circuncisão. O apóstolo Paulo discordava e achava que Pedro era da mesma opinião. No entanto, Pedro mudava o discurso quando havia judeus por perto. Aquele conflito causou forte tensão entre os dois. Paulo perdeu as estribeiras com Pedro. No fim, chegou-se a uma solução. Conflitos pessoais, seja no âmbito da família, das amizades ou do trabalho, costumam contribuir para um quadro de estresse. Uma conversa é, muitas vezes, suficiente para aliviar o peso de determinada circunstância adversa. Dialogue. Negocie.

Por A. Filho e Viviane Castanheira

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