Na noite da quarta-feira (01), a tempestade tropical Ida deixou pelo menos 43 mortos nos estados de Nova York e Nova Jersey e provocou inundações e tornados. Os governadores dos dois estados, junto das autoridades municipais, declararam estado de emergência.
Trombas d’água no meio de uma forte tempestade elétrica, assim como vários tornados, causaram muitos estragos, interrompendo o transporte público e a atividade no aeroporto de Newark em Nova Jersey, bem como inundando várias casas.
Em mensagem, o presidente do país, Joe Biden, considerou a gravidade do ocorrido um sério alerta sobre as ameaças das mudanças climáticas. “Tempestades extremas e mudanças climáticas estão aqui”, alertou.
Moradores da Louisiana lotam o Aeroporto Internacional Louis Armstrong ao tentar sair da área antes da passagem do furacão. (Foto: Reprodução/El País)
“O novo normal meteorológico”
As enxurradas resultaram na retirada dos passageiros da rede de metrô e na suspensão quase total do serviço ferroviário regional e inter-regional. As autoridades de Nova York proibiram também a circulação de todos os veículos, exceto os de emergência.
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, justificou o estado de emergência, medida inédita até agora devido a um fenômeno meteorológico, definindo as chuvas torrenciais como um “acontecimento climático histórico”.
Segundo o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos, esta é a primeira vez que se declara uma medida desse alcance por causa de inundações reiteradas na capital cultural do país, apesar de que, em outubro de 2012, o furacão Sandy se abateu também sobre Nova York.
Brasileiros falam sobre o impacto do incidente
Brasileiros que estão nos EUA foram ouvidos pelo G1. “Foi muito rápido, nunca tinha visto isso”, conta a brasileira em Nova York, Bruna Cintra, de 29 anos.
Ela disse que se arrumava para ir a uma festa no fim da tarde de quarta-feira quando a chuva começou. “Me arrumei e, quando coloquei o pé para fora de casa, não deu para sair. A água batia no tornozelo e só foi piorando”, lembrou.
A jovem está nos EUA há três meses e mora no Brooklyn. Ela conta que o dia já tinha amanhecido com o tempo fechado, mas que a chuva começou por volta das 18h, sem que houvesse alerta de tempestade. “Veio de uma vez”, destacou.
A cerca de 80 quilômetros de Nova York, o cabeleireiro Sérgio Correia, que vive em Nova Jersey, conta que também se assustou com a tempestade no fim da tarde. “Estava um dia tranquilo, mas de repente começou uma pancada de chuva, com trovoadas, cada vez mais forte”, compartilhou.
Sérgio conta que presenciou o fenômeno no caminho de casa, a apenas dois quilômetros do trabalho. “Normalmente, eu levo cerca de 8 minutos para chegar em casa, mas levei 40 minutos. As ruas estavam alagadas e, em muitas delas, não dava nem para entrar”, relatou.
As pessoas que estavam no metrô ficaram assustadas ao ver uma enxurrada de água entrando nos vagões. As pessoas entrevistadas disseram que foi uma situação atípica.
Ondas se chocam contra o farol do lago Pontchartrain, depois da chegada do furacão a Nova Orleans. (Foto: Michael Democker/Reuters)
Igreja socorre vítimas
A Igreja Lakewood do televangelista Joel Osteen em Houston, Texas, forneceu abrigo para mais de 100 pessoas evacuadas e desalojadas à força de suas casas pelo furacão Ida, uma tempestade de categoria 4.
Ida já é considerado um dos furacões mais poderosos que já atingiu os Estados Unidos. Ele seguiu para o interior do Mississippi, onde também danificou muitas casas e estradas.
“Quando a magnitude da tempestade começou a aumentar na sexta-feira, queríamos dar um lugar para as pessoas que estavam fugindo de Louisiana e Nova Orleans”, disse o diretor executivo de esforços de socorro da Igreja Lakewood, Matt Osteen, sobrinho de Joel Osteen, ao The Christian Post.
Ann Colette Boudreaux protege seu neto antes da chegada do Ida, em Louisiana. (Foto: Brandon Bell/Getty Images)
“O abrigo da Igreja Lakewood foi projetado para ser um abrigo de curto prazo. Mas planejamos abrigar e alimentar as pessoas por mais tempo. Nossa igreja também espera continuar a fazer parceria com igrejas vizinhas para ajudar em vários esforços”, comentou.
A equipe de aconselhamento da igreja se reuniu com todas as famílias hospedadas no abrigo todos os dias para fornecer oração, apoio espiritual e emocional.
“Estamos felizes em ajudar os impactados nessas circunstâncias que estão completamente fora de seu controle. E somos abençoados por poder fornecer essa ajuda. Quando as pessoas estão em situações como essa, nossa igreja visa apontar para o amor de Cristo. Jesus sempre estará lá. Ele tem um plano para lhes dar esperança e um futuro”, concluiu Matt Osteen.
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