Frida Maria Strandberg, ou Frida Vingren, nasceu em 9 de junho de 1891, em Sjalevad, Vasternorrlands, Suécia, fruto da união de Jonas Strandberg e Kristina Margareta Sundelin. Filha do segundo casamento de seu pai, teve vários irmãos. Seu nome tem origem na palavra nórdica frior, que significa "paz".
Luteranos, seus pais a criaram em um ambiente cristão. Frida participou da Igreja Luterana em sua infância e adolescência, época em que Frida sentia, por meio de revelações e visões, a chamada de Deus para trabalhar em sua obra, o que foi potencializado pelo sofrimento por sua primeira perda, o falecimento da mãe Kristina.
Vida acadêmica
Outra vocação de Frida pode ser percebida na vida acadêmica e profissional. Suas escolhas sempre estiveram relacionadas à área de cuidado de pessoas. Ela cursou dois anos de enfermagem no Hospital de Vanersborg, Suécia, além de outros três meses numa casa infantil em Estocolmo.
A dedicação em sua preparação proporcionou-lhe o cargo de chefe de enfermaria no Hospital Sabbatsbergs entre 1916 e 1917. Em paralelo dedicava-se também à arte e fotografia.
Foi nessa época que Frida conheceu Gunnar Vingren, missionário sueco, fundador da Assembleia de Deus no Brasil, juntamente com Daniel Berg, que havia retornado à Suécia depois de completar cinco anos de ministério, entre 1915 e 1917.
Frida e Gunnar Vingren se casaram em 16 de outubro de 1917. (Foto: Reprodução / Pinterest)
Frida e Gunnar começaram a namorar e, juntos, oraram muitas vezes, pedindo confirmação de Deus para a chamada missionária para o Brasil.
A Suécia foi fortemente impactada no final da primeira década do século 20 pelo movimento pentecostal originado na Rua Azusa. Frida tomou contato com a Sétima Igreja Batista de Estocolmo, na ocasião dirigida por Lewi Pethrus, sendo esta igreja excluída em 29 de abril de 1913, pela União Batista Sueca. A partir de então passou a ser conhecida Igreja Filadélfia de Estocolmo, uma igreja pentecostal que contava com cerca de 500 membros.
Preparando-se para o ministério de missões, Frida fez um curso de oito meses no SvenskaBibel-Institutet (Instituto Bíblico Sueco), patrocinado pela Evangéliska ForsterlandsStiftelsens (Associação Evangélica da Pátria).
Em 31 de maio de 1917 a revista sueca Evangelli Harold, relatou testemunho de Frida ao ser enviada como missionária para o Brasil pela Igreja Filadélfia de Estocolmo10, como bibelkinna, isto é, professora da Bíblia.
Chegada ao Brasil
Em 1910, enquanto Frida vivia sua juventude na Suécia, Gunnar Vingren já havia sido ordenado pastor pela Convenção Batista Sueca nos Estados Unidos e também tinha recebido a experiência do batismo no Espírito Santo. Durante um culto de oração, Gunnar recebeu uma palavra que se casaria com uma moça chamada Strandberg. Deus também disse ao jovem pastor que ele iria para um campo missionário no Brasil.
Em 12 de junho de 1917, aos 26 anos, Frida partiu para o Brasil no navio Bergensfjord, passando por Nova York, onde se encontrou com Gunnar Vingren. Juntos eles seguiram viagem, em 21 de junho, no navio Rio de Janeiro, chegando ao Pará em três de julho de 1917. Após dois dias de sua chegada ao Brasil Frida descreve sua primeira impressão da viagem ao país da América do Sul.
Em 16 de outubro de 1917, Frida casa-se com Gunnar Vingren, cerimônia celebrada por Samuel Nyström. Desta união nasce Ivar Vingren, seu primeiro filho em 1º de julho de 1918, e pouco mais de um ano depois, o segundo filho do casal, Ruben Gunnar, em 11 de agosto de 1919.
No mesmo ano, Frida se torna a principal redatora do jornal Boa Semente, iniciado por Vingren na cidade de Belém do Pará, com o objetivo de divulgar as doutrinas apostólicas em todo o país.
Dificuldades pessoais
As primeiras dificuldades na vida de casada de Frida surgem com os afazeres domésticos, os trabalhos da igreja, o clima tropical, a escassez de alimentos, onde muitas vezes se alimentava apenas de banana e farinha de mandioca. Além disso, nas constantes viagens de Vingren, os trabalhos da igreja ficavam sob sua total responsabilidade. Ela tinha especial apreço pelas crianças, atuava como parteira, usando seu conhecimento em enfermagem.
Com malária, Frida sentia uma dor muito forte na cabeça. Só a noite conseguia se alimentar. Nessa fase, Vingren ficava em casa cuidando dela e dos filhos.
Quando se agravou a enfermidade em Frida, Vingren ia eventualmente à igreja. Só mais tarde pôde voltar a ter uma frequência maior.
Depois de 10 dias de febre, Frida piorou. Mas, com as orações da igreja, ela teve uma melhora. No entanto, a febre continuava e Frida sentia muito frio e dor.
Um dia ela chamou Vingren e disse que Jesus a curara da angústia que sentia. Vingren orou com ela. Num desses dias, ela teve uma visão, com Jesus na cruz e as pontas da cruz reluziam como prata. Em outro dia, ela sonhou que estava numa grande casa com muita gente e, de repente, eles olharam para o céu e viram grandes letras escritas na cor prata: "Jesus vem breve".
No dia 3 de junho de 1920, ela ficou completamente boa, sendo curada milagrosamente por Jesus.
Frida teve mais três filhos: Bertil, Margit e Astrid.
Ministério voltado à evangelização
Ela era bastante ativa na igreja, pregando, ensinando a Bíblia e trabalhando com literatura e na imprensa das Assembleias de Deus. Frida e o marido viajavam pelo Brasil para inspecionar a obra de Deus e pregar nas congregações.
Após algumas polêmicas ministeriais, perseguições e acusações, além do agravamento da doença de Gunnar, o casal voltou à Suécia com os filhos. Gunnar faleceu em 29 de junho de 1933, aos 53 anos de idade.
Após a morte do marido, Frida desejou ardentemente retornar ao Brasil. Sua ideia era voltar imediatamente para trabalhar como missionária. Retornaria viúva, acompanhada de seus filhos. Mas por não obter autorização pastoral, decidiu ir para Portugal.
Doente, anos mais tarde, Frida passou a ser cuidada pela filha Margit. Um domingo pela manhã, a filha a encontrou desmaiada. No hospital foi constatado que ela estava com anemia, sofrendo de úlcera e câncer. Ela foi operada e melhorou. Frida recebeu visitas dos filhos, amigos, irmãos e pastores da Igreja Filadélfia de Estocolmo, que levaram a ela conforto espiritual.
Frida piorou outra vez e, depois de um mês hospitalizada, faleceu. Sua filha Margit segurava suas mãos na hora em que a missionária morreu, no dia 30 de setembro de 1940, aos 49 anos.
Obra consultada:
Araujo, Isael. Frida Vingren: uma biografia da mulher de Deus, esposa de Gunnar Vingren, pioneiro das Assembleias de Deus no Brasil. Rio de Janeiro: CPAD, 2014.
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