Heróis da Fé: Shi Meiyu, a primeira médica missionária da China

Shi Meiyu se tornou conhecida por uma série de causas sociais e foi uma das fundadoras da Cruz Vermelha chinesa.

Fonte: Guiame, com informações do GOD TV e Pray for ChinaAtualizado: quinta-feira, 20 de maio de 2021 às 18:15
Shi Meiyu em seus anos como médica. (Foto: Bentley Historical Library, University of Michigan).
Shi Meiyu em seus anos como médica. (Foto: Bentley Historical Library, University of Michigan).

Shi Meiyu nasceu em 1º de maio de 1873 em Jiujiang, nas margens do rio Yangtze, na China. Seus pais eram cristãos de primeira geração: seu pai, pastor metodista, e sua mãe, diretora de uma escola cristã.

Por milênios, as mulheres tiveram um papel de segunda classe bem definido na cultura chinesa. Das muitas injustiças enfrentadas pelas meninas, a pior era que ainda era costume amarrar os pés de uma jovem, esmagando os ossos para produzir pequenos pés que eram a marca registrada de uma classe social superior. Em uma decisão que prefigurou as ações radicais de sua filha, seus pais se recusaram a fazer isso.

Zombada por ter seus pés soltos, Shi Meiyu cresceu como uma forasteira e seu pai, impressionado pela médica ocidental Gertrude Howe, que também era missionária, de família Quaker americana, decidiu que a filha deveria estudar medicina.

Ela foi enviada aos Estados Unidos em 1892 para estudar medicina. Diante de uma incapacidade generalizada de pronunciar seu nome, Shi Meiyu adotou o nome de ‘Mary Stone’ e, em 1896, ela a amiga Kang Cheng, que adotou o nome de ‘Ida Kahn’, se tornaram as primeiras mulheres chinesas a se formarem em medicina ocidental.

Shi Meiyu combinou as mãos de uma cirurgiã, o coração de uma evangelista e a mente de um administradora para se tornar uma das grandes mulheres cristãs chinesas do século 20.

Missão médica

Já como médica, Shi Meiyu voltou para Jiujiang e, com apenas 24 anos, estava confiante de que era hora de os cristãos chineses assumirem a liderança. Assim, abriu uma clínica junto com a colega. Com apoio financeiro americano, ela logo conseguiu abrir um hospital com 95 leitos.

Shi Meiyu passou quase cinquenta anos trabalhando na China. Por causa da sua baixa estatura, ela tinha que se sentar em um banquinho para operar. Logo ela se tornou uma cirurgiã respeitada. Ela também distribuía remédios e fazia cansativas consultas médicas no interior, onde costumava tratar cinquenta pacientes por dia. No entanto, Shi Meiyu foi muito mais do que apenas uma médica pioneira e durante anos não foi apenas a administradora do hospital, mas também criou e dirigiu programas de treinamento para enfermeiras.

Sua visão não conhecia limites e ela estava envolvida na criação de hospitais, centros de treinamento e escolas em toda a China, uma nação quase do tamanho da Europa.

Shi Meiyu se tornou conhecida por uma série de causas sociais. Ela fez tudo o que pôde para tirar as mulheres de sua condição, encorajando algumas a se tornarem médicas, fazendo campanha contra a amarração dos pés (que acabou sendo proibida) e permitindo que seu hospital e escola de enfermagem se tornassem um refúgio para mulheres abusadas.

Ela cuidava de deficientes físicos, preocupava-se com os órfãos - adotou quatro com uma amiga - e foi uma das fundadoras da Cruz Vermelha chinesa.

Em 1918, ela trabalhou com seis cristãos chineses proeminentes para formar a Sociedade de Missão Doméstica Chinesa, uma missão interdenominacional indígena dedicada a alcançar nacionalidades minoritárias no sudoeste da China.

No coração dessa mulher notável e de suas inúmeras iniciativas estava uma vibrante fé cristã. No hospital, o dia começava com adoração - muitas vezes liderada por Shi Meiyu - e ela esperava que suas enfermeiras fossem evangelistas.

Com a chegada de um número crescente de jovens médicos chineses, Shi Meiyu conseguiu deixar de praticar a medicina para passar mais tempo em seu trabalho evangelístico e religioso. Ela foi uma figura importante na igreja chinesa, onde ainda é homenageada, e se tornou a primeira pastora ordenada do país.

Ela continuou a manter boas ligações com os Estados Unidos, onde era uma oradora popular, e após a Segunda Guerra Mundial ela se aposentou lá, morrendo em 1954 aos 81 anos.

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