A história do sobrevivente a um ataque terrorista que matou 147 cristãos

Fred relatou ao Guiame como aconteceu o ataque à Universidade de Garissa, no Quênia. O alvo dos terroristas eram os cristãos.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: quarta-feira, 24 de outubro de 2018 às 19:24

Era mais uma manhã típica na Universidade de Garissa, no Quênia. Enquanto a maioria dos alunos se preparava antes das aulas, os estudantes cristãos estavam em uma reunião de oração que acontecia das 5h às 7h.

No dia 2 de abril de 2015, as orações foram interrompidas por disparos. Terroristas do grupo militante Al-Shabaab, que tem ligações com a Al-Qaeda, entraram na universidade em busca de um único alvo: os cristãos. No ataque, pelo menos 147 estudantes foram mortos.

Entre os sobreviventes está Fred, hoje com 24 anos, que relatou sua história ao Guiame, em parceria com a organização Portas Abertas. Ele estava na sala de oração quando os estudantes foram alvejados.

“Quando o ataque aconteceu, eu deitei no chão da sala, temi por minha vida e fiquei preocupado com meus amigos, irmãos e irmãs. Quando cheguei à conclusão que não poderia fazer nada por mim mesmo, restava confiar em Deus por minha vida”, contou Fred.

A vida de Fred estava verdadeiramente nas mãos de Deus. O estudante sobreviveu ao massacre e passou por um intenso processo de cura, contando com aconselhamento, orações e suporte de pessoas do mundo inteiro.

Nova jornada

Enquanto superava o trauma do ataque sanguinário, Fred teve que lidar com muitos questionamentos. “Dentro do meu coração surgiram muitas dúvidas: por que isso realmente aconteceu? Por que tivemos que perder irmãos e irmãs inocentes? Por que eles morreram devido à sua fé em Cristo? Por que esta discriminação?”, ele lembrou.


Fred, hoje com 24 anos, sobreviveu ao ataque na Universidade de Garissa. (Foto: Guiame/Marcos Paulo Corrêa)

“Mas, mais tarde, eu percebi que a perseguição faz parte da vida cristã. Se Jesus foi perseguido, eu espero também ser perseguido”, acrescentou Fred. “A Bíblia me diz: alegre-se quando for perseguido. Devemos abençoar e amar todos aqueles que nos perseguem. Eu tenho que seguir os passos de Jesus e obedecer Seu comando. Então eu parei questionar a Deus”.

Fred também se sentiu motivado pelo apoio que recebeu de grupos cristãos ao redor do mundo. “Eu cheguei à conclusão que não estou sozinho no sofrimento”, comentou. “O mais importante é saber que Deus salvou minha vida por um propósito, e a resposta é para que eu cumpra tudo o que estou realizando hoje. O Pai me deu muita motivação para caminhar, seguir a Deus e incentivar meus irmãos e irmãs ao redor do mundo”.

O queniano ainda enviou uma mensagem aos cristãos brasileiros que vivem em “um mundo livre”. “Quando vim para o Brasil, pude observar o que é um mundo livre. Cristãos indo para suas reuniões nas igrejas, adoração livre, vocês não precisam de policiais para se protegerem”, notou.

“Lembrem-se que essa liberdade não está disponível em muitos lugares do mundo. Existem lugares que você realmente não consegue exercer a sua fé. [Os brasileiros] devem usar essa liberdade para o Reino de Deus. E, de fato, devem se levantar para serem a voz daqueles que não têm voz. Vamos estar juntos e dizer basta! O direito à liberdade de culto é um dos direitos fundamentais do ser humano”, finalizou.

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