Irã está realizando uma 'jihad invisível' para eliminar cristãos, diz relatório

Há milícias iranianas atuando no Líbano, Iraque e Iêmen, sequestrando, torturando e matando os “infiéis”.

Fonte: Guiame, com informações de Christian Today e Portas AbertasAtualizado: quarta-feira, 15 de junho de 2022 às 14:05
Militante islâmico com a bandeira do grupo terrorista. (Foto: Wikipedia)
Militante islâmico com a bandeira do grupo terrorista. (Foto: Wikipedia)

De acordo com o novo relatório do Projeto Philos — A Jihad Invisível: como são tratados os cristãos pelos aliados do Irã — nota-se o claro objetivo por parte das autoridades iranianas em criar uma “pureza demográfica muçulmana”.

Em busca dessa possibilidade, eles estão produzindo condições que forçam os cristãos a sair de várias regiões do Oriente Médio. 

“As milícias do Irã que atuam no Líbano, Iraque, Síria e Iêmen desempenharam um papel significativo no declínio dramático dos cristãos na região”, destaca o relatório. 

“A Jihad invisível é uma redução demográfica através da emigração forçada. Essas milícias usam conflitos existentes para fabricar as condições por trás do êxodo em massa”, disse o autor do relatório, Farhad Rezaei.

Estratégias para “eliminar” cristãos

Historicamente, os países islâmicos protegiam tanto os muçulmanos quanto os  cristãos. Porém, é verdade que os cristãos sempre foram tratados como cidadãos de segunda classe por eles.

Entre os anos de 1979 e 1989 — quando ocorreu a Revolução Fundamentalista do Irã — o primeiro líder supremo, Xá Mohammad Reza Pahlevi, estava por trás do êxodo de cristãos do Oriente Médio, conforme indica o relatório. 

“Na nova leitura do Alcorão, os não muçulmanos foram considerados impuros e não deveriam viver entre os muçulmanos por causa da poluição espiritual e por seguirem outras ideologias”, explica o relatório.

“Como o Irã percebeu que os cristãos não poderiam ser mortos em massa, o regime optou pela política alternativa de eliminação através de migração forçada [quando as pessoas são obrigadas a sair de seu local de origem e se deslocar]”, continua. 

Eliminação de cristãos no Líbano

No Líbano, o Hezbollah pró-Irã é visto como o responsável pela redução dos cristãos. Em 1950, 54% da população libanesa era registrada como cristã, já em 2020, esse número caiu para 33,7%, conforme o pesquisador. 

O alvo dos extremistas islâmicos são os missionários e, dessa forma, as conversões ao cristianismo são impedidas. A outra estratégia é a imposição de suas regras rígidas, como por exemplo,  códigos de vestimenta estritos. O Líbano chegou a ser apelidado de “mini-Teerã” por causa de suas duras leis.

As propriedades e terras cristãs também encolheu. Algumas terras foram vendidas legalmente por emigrantes, mas boa parte foi perdida por despejo e expulsão coordenados pelo Hezbollah

Desde 2000, atingir a nova onda de evangélicos protestantes no Líbano tem sido o alvo dos muçulmanos radicais.

No Iraque restaram apenas 144 mil cristãos

No Iraque, a situação tem sido ainda pior para a Igreja, onde as milícias xiitas ligadas ao grupo terrorista Al Qaeda se transformaram no Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS), sob o comando de Abu Moussa al Zarqawi.

“De acordo com o censo de 1987 do Iraque, havia 1,5 milhão de cristãos no país e esse número caiu drasticamente para 144 mil”, informou o relatório. 

Comunidade cristã na Síria foi reduzida em 70%

Na Síria, os cristãos foram afetados de forma extremamente violenta. “Em 2011, a comunidade era de 2,3 milhões — 10,5% da população síria total dividida em várias denominações”, especifica o relatório.  

“A maioria desses cristãos vivia em torno de Qamishli, Deir Ezzour, Hasakah, Aleppo, Homs, Damasco, Vadi al Nasarah [Vale dos Cristãos] e Daraa. Em 2021, a comunidade cristã da Síria encolheu impressionantes 70%”, diz ainda o relatório.

O Irã teve sua influência na Síria graças à família Assad, que governa o país e que pertence ao grupo xiita-alauíta em uma nação predominantemente sunita. Depois que Assad perdeu contra a revolta popular em 2011, o Irã reestruturou o Exército Sírio e criou várias milícias dentro do Exército de Libertação Xiita.

Enquanto o Irã salvou o regime de Assad, a guerra civil matou 600 mil pessoas, deslocou 6,5 milhões de outras internamente e forçou 6,6 milhões de pessoas a fugir através das fronteiras.

Há notícias de que muitos cristãos foram mortos, sequestrados por resgates e ainda torturados e tendo seus bens confiscados. Houve 124 agressões a igrejas entre 2011 e 2019, com 75 atos de violência, incluindo vandalismo, segundo o relatório.

Iêmen reduz número de cristãos de 40 mil para 3 mil

O grupo Zaydis — ramificação xiita que compreende cerca de 30% da população iemenita — lançou uma rebelião em 2014, investindo um esforço considerável para acabar com a presença cristã nos territórios sob seu controle. 

Havia cerca de 40 mil cristãos de várias denominações e muitos muçulmanos que abandonaram o islã para seguir o cristianismo. Atualmente, o remanescente é aproximadamente de 3 mil cristãos. 

Para chegar a esse número, os terroristas sequestraram os cristãos mais proeminentes, atacaram instituições ligadas à Igreja com a extrema violência e muitos tiveram que se deslocar do país. 

Sobre a Jihad

O termo jihad remete à “guerra santa muçulmana” ou luta armada contra os infiéis do islã. Muitos muçulmanos radicais acreditam que têm o dever religioso de defender o islã de forma violenta. 

Enquanto muitos cumprem suas doutrinas em busca de paz, purificando-se através de vários rituais e seguindo uma agenda religiosa, outros acreditam que é preciso “fazer justiça” com as próprias mãos, praticando a guerra física. 
Para os jihadistas todo não muçulmano é inimigo do islã e está ofendendo Alá, o deus do islamismo. A “infidelidade” para os extremistas islâmicos é uma inspiração para matar.

Conforme a Portas Abertas, a perseguição aos cristãos em países islâmicos se baseia nisso e muitos muçulmanos pensam que através da morte de quem segue o cristianismo eles estão assegurando para eles um “lugar no paraíso”. 

A jihad declara morte aos infiéis

Seguem algumas declarações de extremistas quando realizam um ataque contra os que são considerados infiéis: “Vamos seguir em frente nesta luta, vamos lançar medo e aterrorizar seus corações”.

“A jihad é tão brilhante quanto o sol que brilha no céu. Essa é uma guerra entre muçulmanos e infiéis”, disse um porta-voz dos extremistas islâmicos que atua nas Filipinas. 

Ele conclui sua mensagem com as seguintes ordens aos seus soldados: “Matem os infiéis onde quer que eles estejam. Não usem de misericórdia, atinja-os com seus punhais e coloquem fogo em suas casas”.

“Pedimos a Alá que abençoe a operação realizada pelos leões do Califado, pedimos a Alá que mate os cruzados”, escreveu nas mídias sociais um apoiador do Estado Islâmico, logo após a explosão em um metrô, na Rússia, em abril de 2017.

Outro apoiador chegou a dizer que aquele trem era “um atalho para o inferno para os adoradores da cruz”.

Isso é só uma amostra de como os cristãos são tratados em diversos países do mundo, onde eles são considerados infiéis pelos islâmicos radicais. A “jihad invisível” tem os mesmos princípios, mas vem com um disfarce de guerra e conflitos políticos. 

A Portas Abertas enfatiza que a igreja no Brasil é livre para orar, louvar e adorar a Deus: “Que a nossa liberdade possa ser usada para estender a mão aos nossos irmãos perseguidos. Persevere e interceda pela nossa família em Cristo”. 

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