Israel ou Palestina: de que lado estou? - Asaph Borba

Israel ou Palestina: de que lado estou? - Asaph Borba

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:04
Israel e Palestina“Estando Josué ao pé de Jericó, levantou os olhos e olhou; eis que se achava de pé diante dele um homem que trazia na mão uma espada nua; chegou-se Josué a ele e disse-lhe: És dos nossos ou dos nossos adversários? Respondeu ele: Não; sou príncipe do exército do Senhor e acabo de chegar”. Josué 5:13 e 14
 
Cheguei há poucos dias da Palestina, que apesar de ser uma região historicamente identificada, hoje é formada por diversos territórios autônomos, situados dentro do atual estado de Israel no Oriente Médio.
 
O objetivo da jornada, foi a realização de dois congressos com a Igreja palestina de fala árabe. Um em Nazaré, cidade de convívio misto e pacífico entre judeus, palestinos, católicos e protestantes; e o outro em Belém, esta sim, cidade com forte influência das facções políticas Hamas e Fatah que governam a Autonomia Palestina nas diferentes cidades que hoje estão separadas por muros impedindo que a população transite livremente.
 
Depois de um tempo com os Palestinos, incluindo a Igreja e com um pouco de conhecimento da complexa cena política, é fácil para um estrangeiro, cristão e brasileiro, mesmo sendo jornalista, como eu, condoer-se pela causa desses desvalidos que lutam por sua independência, sofrendo os desmandos das políticas vigentes. É fácil ver esta população de 4.2 milhões de habitantes  crescendo sem emprego e perspectiva, o que facilita seu envolvimento com grupos reacionários que chegam a extremismos radicais e ao terror, impedindo qualquer negociação democrática.
 
Por outro lado, por muitos anos tenho convivido também com os judeus, habitantes de Israel, cujo contingente populacional é de um pouco mais de 6 milhões de habitantes, que construíram com sangue e bravura sua história marcada por atentados, morte e todo tipo de atrocidades causadas por palestinos e seus aliados árabes, os quais têm o objetivo claro de riscar do mapa o atual estado Sionista, devolvendo às famílias palestinas, as propriedades perdidas a partir de 1948, quando foi criado o atual estado de Israel.
 
Contudo, na história de convívio entre as duas etnias, vê-se intransigências mutuas assim como atos de barbárie e massacres de inocentes protagonizados por ambos, o que dificulta toda e qualquer tentativa de uma paz duradoura na região. Os mártires atuais são bi laterais assim como o sangue na terra e a radicalização de posições.
 
Por isso, acredito que a comunidade cristã internacional deve ser dissuadida a não tomar partido. Nos dois lados a cristandade é vista com desconfiança e é até mesmo perseguida. Para os Judeus, o cristianismo não passa de uma seita ilegítima. Prova disso que o governo de Israel tem sistematicamente criado leis que limitam a fé e influência cristã no país, como foi a lei contra o evangelismo e missionários, aprovada pelo knesset – parlamento judeu - no dia de Natal de 1977.
 
No meio da igreja palestina árabe em Israel e nos territórios da Autonomia, existe uma igreja formada por gente comprometida com Cristo assim como no meio dos Judeus. As comunidades messiânicas se fazem presentes com quase 5 mil irmãos que amam a paz. Mesmo que as distâncias econômicas, étnicas e sociais sejam imensas entre os dois grupos, existem pontos de proximidade e convergência. A paz é uma delas. Diversos irmãos constroem sistematicamente, pontes entre os dois lados e trabalham de forma incessante pelo convívio mutuo na região. A maioria da população de ambas as partes, na pequena nação, sonha com a paz. Creio que esta deve ser nossa posição. A igreja, assim como o Príncipe Celeste visto por Josué, não tem lado. Somos do Senhor e quando pisamos em uma terra estamos lá para implantar o que vem de Deus, o que vem do alto. Não consigo ver o plano de Deus, dentro da visão da graça, tomando partido em questões políticas, mesmo em Israel. Nossa visão tem que ser aquela que implanta a justiça e alcança de mod
o igual todas as famílias da terra que estão debaixo da bênção de Abraão e depois debaixo da graça de Cristo. Josué queria saber de que lado estava o anjo, mas este depois de lhe dar um sonoro não, declarou que vinha da parte de Deus para implantar na terra o que Deus queria.
 
Para nós, Igreja, o que Deus quer é que todos os homens e mulheres tanto judeus, quanto palestinos, sejam salvos. Não nos enganemos, pois, diante tanto do Islamismo Palestino quanto do Judaísmo Israelense, nós, cristãos, somos indesejados e passíveis de perseguição e retaliação se quisermos viver intensamente e de forma piedosa a nossa fé . A comunidade cristã em geral, toma o lado de Israel. Recentemente uma Igreja no Texas, doou um tanque de guerra para ajudar o estado judeu a lutar  contra seus inimigos. Outras atitudes, não tão estúpidas, mas igualmente radicais tem sido tomadas em favor dos palestinos, mostrando a tendência humana a ser, deste ou daquele lado. Se estivermos com os nossos grupos e caravanas enaltecendo um ou outro lado, estaremos de alguma forma fora do que Deus quer. Nem todo Palestino é terrorista e nem todo Judeu é opressor. Em ambos os lados a Igreja é presente e precisa de nossa oração, apoio e amor. Em ambos os lados a miséria humana é encontrada, precisando urgente na graça redentora e Jesus, de quem somos arautos.
 
De que lado eu estou? Posso orar pela paz em Jerusalém assim como oro pela paz em Gaza pois sou do Senhor Jesus !!!
 
 
- Asaph Borba

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