A lei marcial foi imposta em Mianmar, em 37 cidades dos estados de Chin, Kayah e Karen, no distrito de Sagaing, e em outras duas repartições.
O decreto da Junta Militar do país asiático fez aumentar ainda mais as restrições aos cristãos e indica a intensificação da guerra civil nesses estados.
Na última semana, conforme a Portas Abertas, uma testemunha local, Ko Min (nome fictício por razões de segurança), disse: “Desde que a lei marcial foi imposta, a corte militar investiga denúncias de rebeliões nacionais, difamação contra o governo e violações da lei de comunicação eletrônica, corrupção e leis de armas”.
Sobre a lei marcial
A “lei marcial” é um sistema de leis que tem efeito quando uma autoridade militar toma o controle do país.
No dia 1º de fevereiro de 2021, os militares do Tatmadaw (forças armadas do país) deram um golpe em Mianmar e assumiram o controle, após uma eleição geral vencida por ampla margem pelo partido da líder Aung San Suu Kyi (NLD).
Depois disso, ativistas da oposição formaram uma campanha incitando a desobediência civil, com greves e protestos em massa contra o golpe.
Os militares usaram violência para dispersar os movimentos e a desobediência civil aumentou. Ou seja, o que era para ser apenas uma “revolta” atingiu o ponto de uma verdadeira guerra civil.
E, desde o golpe militar, a repressão às igrejas e a profanação de propriedades cristãs se intensificaram.
‘Opositores do governo’
A crise humanitária em Mianmar afeta principalmente as comunidades cristãs nativas. As autoridades estão determinadas a silenciar todos os que são considerados “opositores do governo”.
Com isso, milhares de seguidores de Jesus perdem seus direitos civis, como o acesso à escola para os filhos e o direito de se reunirem para cultuar.
O Conselho Militar anunciou que ações podem ser tomadas segundo as regras do Artigo de Armas e o Artigo de Novas Mídias.
Essas medidas aumentam a vigilância sobre sermões e cultos nas igrejas transmitidos nas redes sociais. Restrições e obstrução para que os cristãos se reúnam em culto também devem aumentar, pois o governo vê as reuniões como conspiração contra os militares.
“A lei marcial deixa os cristãos em uma situação ainda mais perigosa. O conflito deve aumentar onde vivemos e, provavelmente, aumentará o número de deslocados internos. Orem por nós”, pediu Ko Min ao concluir.
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