O líder ortodoxo russo, Ioann Burdin, foi preso na semana passada depois de condenar a invasão russa à Ucrânia durante um sermão, na pequena congregação que fica na aldeia de Karabanovo, no oeste da Rússia.
De acordo com a BBC News, grupos ativistas afirmaram que ele deve enfrentar o tribunal por pregar contra a guerra. O padre falou aos moradores locais sobre os bombardeios e a destruição em curso nas cidades ucranianas.
A polícia o acusou de “desacreditar o uso das Forças Armadas” — uma ofensa criminal estabelecida pelas autoridades russas na semana passada. Desde o início da guerra, houve uma repressão brutal aos protestos dos russos.
Mas, apesar dos riscos, milhares de pessoas ainda estão tomando as ruas em dezenas de cidades para protestar contra as ações coordenadas pelo presidente Vladimir Putin. Mais de 13 mil pessoas já foram presas, segundo rastreadores de ONG´s locais.
Mensagens anti-guerra são censuradas
O nome do líder ortodoxo também apareceu numa carta pública que foi assinada por 285 padres e diáconos, aproximadamente, na semana passada, pedindo a "cessação da guerra fratricida” contra a Ucrânia.
O termo “fratricida” se refere à morte de seus próprios irmãos ou pessoas que correspondem ao seu próprio povo. Na carta, os líderes religiosos lamentam “o julgamento a que nossos irmãos e irmãs na Ucrânia foram imerecidamente submetidos”.
Outro padre ortodoxo russo, Andrey Kordochkin, disse que ajudou a redigir a carta e confirmou que o padre preso na semana passada é o mesmo. “Sim, é ele”, disse ao mencionar que Burdin cometeu uma “ofensa criminal” por pedir a paz e que a prisão dele é um aviso para todos os outros líderes.
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