"Orem pelos russos também", pede cristã após ver a realidade na Rússia

Miriam (nome fictício) disse que os russos não sabiam da real situação na Ucrânia, já que a propaganda de Putin acusa os ucranianos de neonazistas e fascistas. “A mídia é distorcida”, ela disse.

Fonte: Guiame, com informações de Eternity NewsAtualizado: quarta-feira, 9 de março de 2022 às 18:02
Russos protestam em favor dos ucranianos. (Foto: Flickr/Garry Knight)
Russos protestam em favor dos ucranianos. (Foto: Flickr/Garry Knight)

Num artigo da Eternity News desta quarta-feira (9), a colunista Anne Lim chama a atenção dos cristãos para que orem também pelos russos durante a complicada situação da guerra na Ucrânia.

Ela aponta para a forma como o presidente Vladimir Putin tem distorcido a realidade, fazendo com que os russos acreditem que o mundo tenta destruir a Rússia. 

“Uma amiga australiana que chamarei de ‘Miriam’ e que já estudou na Rússia, tem falado com seus amigos de lá e percebeu que eles não estão por dentro da realidade. Ela disse que uma delas ficou chocada ao saber”, compartilhou.

“A linha oficial de Putin é que os ucranianos estão sendo patrocinados pelos americanos e pelo Ocidente para promover o governo neonazista, porque a Ucrânia tem um histórico de neonazistas em sua política”, disse Miriam.


Soldados ucranianos prontos para defender o país. (Foto: Wikimedia Commons)

Visão distorcida da realidade ucraniana

“Quando você tem uma ‘mídia distorcida’, que só diz que a Ucrânia é neonazista e fascista, você também passa a ter uma ‘visão distorcida’. E você olha para tudo de acordo com esse ângulo: 'Oh Deus, não podemos deixar a Alemanha nazista acontecer de novo’. Perceba que os russos veem a política mundial de maneira muito diferente”, esclareceu Miriam.

“Eles entendem que o mundo é contra a Rússia. Acho que a pior parte foi quando os EUA e o ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, cometeram o erro de invadir o Iraque com armas de destruição em massa, quando não havia motivo para isso”, relacionou.

“A opinião russa sobre a situação atual é que todos esses outros países querem ter uma aliança com a OTAN e construir bases militares. Então, é claro, os russos estão pensando em defender seu território”, esclareceu. 

Miriam, então, informou a amiga que a guerra atual na Ucrânia era muito representativa. “Achei que ela entenderia, já que tínhamos uma amizade próxima anos atrás, quando ela me mostrou como era crescer sob o comunismo”, disse. 

‘Os russos não sabiam o que realmente estava acontecendo’ 

Miriam disse que a amiga só acreditou que a guerra era real quando entrou em contato com seu irmão, que mora em outro país. “Foi aí que ela percebeu que a situação era diferente do que Putin estava fazendo parecer”, disse.

“Ela quis saber mais e eu expliquei. Enviei reportagens de todo o mundo para que ela pudesse ter em mente uma versão verdadeira dos fatos sobre a guerra na Ucrânia. Quando finalmente entendeu, ela e a família fugiram da Rússia, temendo que o país volte ao tipo de vida que teve sob o governo de Stalin”, destacou. 

“A maioria das pessoas realmente não tinha ideia do que estava acontecendo na Ucrânia, até recentemente, devido a violações na mídia. Alguns estão em choque e outros estão horrorizados”, informou. 


Cristãos ucranianos oram pela paz. (Foto: Facebook Espoir Wallonie)

Pedido de oração pelos russos

Miriam, a amiga russa da colunista, pede para que as nações ajudem também os russos deslocados com vistos humanitários, assim como estão fazendo com os ucranianos. 

“Há vítimas russas nesta guerra que nem sabem como serão recebidos. É muito difícil para os russos também, pois eles não entendem a situação, a menos que isso seja revelado a eles”, disse. 

“Acredito que o mundo ocidental não entenda que é dessa forma que os russos percebem os últimos acontecimentos”, continua Miriam que agora está buscando argumentos precisos para que o mundo entenda que os russos condenam essa guerra.

Segundo ela, as pessoas precisam entender a dimensão do poder da propaganda russa. Além disso, ela explica que os russos temem lutar contra o que Putin está fazendo, pois sabem que “ele vai matar qualquer um e não vai parar”.

Ela ainda pede para que as pessoas recebam bem os refugiados de guerra e que os abracem com carinho. “Não se trata de empurrar o Evangelho, mas de mostrar que se importa com essas pessoas, pois isso é poderoso, é uma forma de semear”, disse ao se referir à hospitalidade. 


Milhares de ucranianos estão fazendo de tudo para deixar o país. (Foto: Reprodução/CBN News).

‘Trate os refugiados com amor’

Miriam esclarece que para as pessoas vindas de países com o contexto de opressão e conflitos, ser bem recebido é algo significativo e grandioso, ainda que para as pessoas que os recebem pareça ser algo pequeno.

“Isso [hospitalidade] nunca foi tão necessário em nosso mundo de hoje. Se alguém pode ter uma amizade com um ucraniano ou um russo, ou pessoas de qualquer outro país, esse é um gesto que pode causar impacto. Um sábio ministro disse certa vez: ‘Até que você tenha pessoas comendo à sua mesa, as pessoas não saberão o quanto você se importa com elas’”, citou ao concluir. 

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