No title Em entrevista coletiva realizada nesta terça-feira (30), em Pernambuco, a senadora e presidenciável Marina Silva (PV-AC) criticou a superexposição de sua concorrente, a ministra Dilma Rousseff (PT) em eventos do governo federal. Para ela, a promoção da adversária feita com o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é algo preocupante. "É a segunda multa que o nosso chefe de Estado está recebendo em função da Justiça Eleitoral entender que há extrapolação nestes eventos. Os poderes da nação têm que cumprir as leis. O exemplo tem que vir de cima e vejo isso com preocupação. Sem falar que muitas dessas obras estão de fato repetidas. Tem alguma coisa nessa marmita que está requentada", alfinetou, remetendo-se ao lançamento do PAC 2, realizado ontem.
Questionada sobre qual seria a principal diferença entre ela e Dilma Rousseff, a senadora brincou com o bordão de Lula: "Nunca na história desse País tivemos duas (candidatas mulheres)". Em seguida reafirmou que discorda da adversária em suas concepções de "projetos e investimentos". "Não acho que é crescimento pelo crescimento, não acho que chegamos a um estado ótimo da vida do nosso País. O Brasil viveu o voo da galinha. Agora corre o risco de viver o voo do pato: de voar mais alto, mas não voar mais longe. Todos os países com crescimento mais sustentável e duradouro investiram seriamente em educação".
Sobre a parcela do eleitorado feminino (51% no Brasil) e de qual adversário poderia "tirar" mais votos, Marina Silva desconversou. "Espero ter votos do eleitor. Não gosto de ficar rotulando pessoas como se fossem propriedades. As pessoas perguntam: a senhora tira mais votos de (José) Serra ou de Dilma? Parece que tem duas cestas de votos. Uma de Dilma e uma do Serra e, eu e o Ciro (Gomes) ficamos catando voto das duas cestas. Não. Na verdade recebemos o voto. Vou tentar receber o voto consciente do Brasil", explicou a pré-candidata.
Marina Silva também rejeitou a possibilidade de utilizar sua religião para angariar votos. "Mesmo que seja evangélica, não vou transformar púlpitos em palanques, nem vou utilizar minha fé para satanizar ninguém. O mesmo amor que Deus tem por mim, tem por Serra, tem por Dilma, por Ciro e por todas as pessoas".
A senadora admitiu que o PV dificilmente terá uma aliança no plano nacional e explicou que nos Estados as coligações serão feitas de acordo com a relação de proximidade entre os partidos localmente. No caso de Pernambuco, o PV caminha pra um "chapão" com partidos nanicos e deverá liberar seus correligionários para apoiar quem quiser para o governo estadual.
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