Movimento prevê que os evangélicos deverão dominar o mundo até 2032

Movimento prevê que os evangélicos deverão dominar o mundo até 2032

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:54

James Rutz escreveu há alguns anos o livro  Megashift [Megamudança], no qual analisa o movimento conhecido como “dominionistas cristãos”, também chamado de “apostólico” em alguns países. Trata-se de uma tendência entre alguns grupos de evangélicos conservadores que buscam influenciar ou “controlar o governo secular por meio de ações políticas e proféticas”.

O objetivo é ter uma nação controlada por evangélicos ou dirigida por uma compreensão cristã conservadora da Bíblia. As vendas de Megashift, que tem como subtítulo “Acendendo o Poder Espiritual”, devem ultrapassar um milhão de cópias e tem gerado um misto de louvores e críticas no meio eclesiástico. Com as recentes catástrofes que abalaram o mundo, a temática voltou à tona com interesse renovado.

Os evangélicos dominionistas descritos no livro constituiriam um novo “exército” de superevangélicos dotados de poderes sobrenaturais, como a habilidade de ressuscitar os mortos. Segundo pesquisas, eles têm crescido 8% ao ano, especialmente em regiões como África, Índia, China e sudeste da Ásia.

Os últimos anos têm revelado uma verdadeira explosão desse “novo cristianismo”, onde o número de missionários não-ocidentais está ultrapassando o de ocidentais. Um bom exemplo foi a fundação da “Igreja do Futuro”, durante a conferência de Lausanne 2010, sediada na África do Sul. As diretrizes dessa igreja do futuro abraçam os princípios do dominionismo, que busca controlar a cultura global para levar o “Reino de Deus” onde os incrédulos e os “tipos errados de cristãos” serão deslocados e afastados de várias instituições.

Rutz descreve em Megashift como seria o novo “jogo final” de Deus:

“Prepare-se para uma reforma total do planeta Terra. O controle do mundo está mudando de mãos – pela última vez. Não é uma simples mudança no poder, mas uma transformação total no modo como as coisas acontecem. Durante séculos, os tiranos e os generais varreram a Terra, esmagando e levantando impérios. Mas em 2003, provavelmente viu-se a última guerra dos exércitos reunidos. A tecnologia militar agora pode destruir um milhão de soldados em poucos dias.

De fato, todas as nossas estruturas de poder centralizado estão se tornando outra coisa. Sistemas tradicionais de ‘topo-base’ da pirâmide social estão se tornando cooperativas gigantes de ‘base-topo’.

Os elementos que comandam a sociedade são: família, religião, governo, economia, exército, ciência e tecnologia, agricultura, negócios e indústria, mídia e comunicação e a lei. Também merecem destaques áreas auxiliares como medicina, esporte, entretenimento e arte.

Todas essas estruturas têm grande influência em nossa vida. Todas (exceto a lei) foram descentralizadas, desmistificadas e democratizadas. Todas estão prestes a ser dominadas e transformadas em uma forma imensamente melhor, um tipo de poder do qual você já leu a respeito tempos atrás: o espírito.

O ‘Grande Jogo’ defende o poder e o controle. Até agora, as armas principais desse jogo foram conhecimento, riqueza e força (em outras palavras, tecnologia, dinheiro e violência). Mas ao ler este livro, poderá ver o desdobramento do maior evento de todos, a grande transferência de poder. O tempo é chegado e Deus está tomando o controle – com uma pequena ajuda de seus amigos.

A força do novo mundo é uma aliança entre o Espírito Santo e nossos espíritos humanos. As características principais dessa força são amor, confiança, sabedoria e um poder sobrenatural que opera milagres e não tem relação com armas, ouro ou governos. Até a nossa geração, essa força foi contida e abatida por ‘fogo amigo’ – a igreja tradicional. Ser cristão era estar sujeito a uma hierarquia engessada e envolvido em seus programas sem fim.

Agora há outro jogo em andamento nos minutos finais. Prepare para ser surpreendido. Ou, melhor ainda, coloque um uniforme e entre em ação. Bem-vindo ao jogo final de Deus.”Milagres e atividades sobrenaturais

Segundo o World Net Daily, o livro foi entusiasticamente recebido por determinados grupos evangélicos, que comemoraram os dados demográficos desses “apóstolos” ou “novos santos que estão no centro do reino multiplicador de Deus”. Rutz avalia que existem atualmente cerca de 702 milhões desses cristãos, que não pertencem ao cristianismo tradicional da Igreja Católica Romana, mas que adoram em igrejas caseiras”.

O autor afirma também que atualmente há 707 milhões de “discípulos ativos” que se encaixariam nessa nova categoria, enquanto sua “igreja” experimenta uma explosão de crescimento, cerca de 8% ao ano. Seguindo essa tendência, o mundo inteiro será composto por esse tipo de cristão em torno de 2032, quando a população do planeta será em torno de 8,2 bilhões. Esta nova forma de cristianismo é acompanhada por sinais sobrenaturais e milagres instantâneos. O movimento apostólico afirma que já testemunhou inúmeras curas e outras respostas poderosas de suas orações, incluindo, acredite ou não, centenas de ressurreições. Não se trata de experiências quase-morte, seriam óbitos confirmados.

Esse é o argumento principal do evangelista africano Surprise Sithole e do Ministério IRIS, que alegam ter orado por centenas dessas ressurreições. Sithole também afirma ter sido usado para curas miraculosas, como restaurar instantaneamente o fígado de um homem. Esses poderes sobrenaturais se assemelham aos de Cristo, e esse tipo de linguagem sustenta as conversões cristãs dominionistas.

De modo geral, o movimento pretende assumir o controle do que chamam de “7 Pilares” ou “7 montes” da Cultura:

Governo & política;

Exército;

Mídia, artes & entretenimento;

Economia & Negócios;

Educação & ciência;

Igreja & religião;

Família.

O pilar do governo envolve a criação da união de nações cristãs. Uma vez que seus objetivos forem alcançados, o movimento apostólico acredita que abrirá o caminho para Jesus Cristo retornar e governar a Terra.

  Grande parte da mentalidade de dominionismo cristão veio dos Estados Unidos e baseia-se no medo da secularização.

Também chamado de “nova reforma”, seu foco é o sobrenatural, os milagres, as profecias, as orações intercessoras e a “batalha espiritual”.

Entre os líderes e teóricos desse movimento estão “apóstolos” e “profetas”, como Cindy Jacobs, C. Peter Wagner, Lance Walnau, Lou Engle, Dutch Sheets, Chuck Pierce, Rick Joyner, Bob Jones e Todd Bentley.

Esse tipo de cristianismo defendido por Rutz resolveria os 3 maiores problemas da igreja: “Nos livraremos de todos os edifícios caros e pastores assalariados. Além disso, você nunca mais precisará escutar outro sermão. Este é o próximo estágio do protestantismo”.

A pesquisa feita por Rutz relata os 51 países onde Deus ressuscitou mortos, sendo a maior parte nos últimos 15 anos (tudo devidamente comprovado, incluindo algumas fotos). É um relato surpreendente e quase interminável de milagres realizados em todo o mundo. São pessoas comuns que simplesmente oraram e creram. Por exemplo, a China já teria mais de 110 milhões de evangélicos autorizados a assumir papéis de liderança na igreja. Desde 2001, Rutz tem viajado para treinar hindus na Índia, que já plantaram mais de 10.000 igrejas nos lares. Rutz e seus amigos das “comunidades nas casas” estão oferecendo um estilo de vida onde vidas começam a ser mudadas, problemas antigos são resolvidos, os fracos se transformam em agentes de mudança mundial e todos experimentam a forte presença de Deus.

O movimento dominionista pretende mostrar a possibilidade real de mudança e a criação de uma nova sociedade, estimulando pessoas que desejam mais de sua fé que um banco confortável, um sermão agradável, músicas animadas e uma religião de aspectos turvos, que não vê a mão de Deus em movimento.

Esse movimento já existe inclusive no Brasil, contando com o apoio de ministérios como a Lagoinha, Renê Terranova, Neusa Itioka e Fernando Guillen.

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