Kelly Lester cresceu como uma menina comportada, andando sempre “na linha”, pela pressão de ser filha de pastor. Ela também era uma estrela do tênis em ascensão, se preparando para a faculdade.
Mas, a imagem de filha perfeita gerou medo e uma distorção da paternidade de Deus em sua vida.
“As pessoas sempre diziam: 'Você é como seu pai. Você é igualzinho ao seu pai’. E assim, havia essa imagem de viver para ser como ele. Eu não queria decepcioná-lo com isso. E então, eu senti o mesmo em relação a Deus; sempre tive medo de decepcionar a Deus”, explicou Kelly, em entrevista à CBN News.
Além disso, a jovem guardava consigo o trauma que roubou a inocência de sua infância. Com apenas três anos de idade, Lester foi abusada sexualmente. “Uma das minhas primeiras lembranças de criança é fazer coisas inapropriadas com bonecas. E minha mãe entrou, horrorizada: 'O que você está fazendo?!'”, revelou.
Na adolescência, ela reprimiu as dolorosas lembranças e guardou o sexo para o casamento. Certa noite, Kelly saiu de casa escondida, foi a uma festa e ficou com um menino mais velho.
“E então ele queria continuar e eu não. E então, sim, eu lutei”, contou ela. Contrariando sua vontade, o garoto a estuprou. Kelly contou o que havia acontecido aos amigos, mas ninguém acreditou nela.
Culpada pelo estupro
Kelly Lester teve a vida salva e restaurada por Deus. (Foto: Reprodução/CBN News).
Então, ela desabafou com sua líder de jovens, mas não recebeu o acolhimento que precisava. “E a resposta dela para mim foi: 'Se você nunca tivesse fugido e ido àquela festa, isso nunca teria acontecido'”, contou Kelly.
As palavras erradas da líder fizeram a adolescente achar que a violação que sofrera tinha sido sua culpa e que havia merecido a violação. Irritada e desanimada, Kelly acabou se afastando de Deus.
“Nunca duvidei da existência de Deus, só não achava que seria boa o suficiente para que Ele me aceitasse. E então por que tentar?”, disse.
Se entregando a uma vida longe do Senhor, aos 15 anos, Kelly engravidou de um garoto que se apaixonou. Com medo de decepcionar seus pais cristãos, ela decidiu fazer um aborto.
“Eu nunca iria admitir nada, porque eu ainda queria essa percepção de ser uma boa menina”, afirmou. Porém, o que a adolescente não esperava, era sofrer com as consequências de sua escolha: culpa, raiva e vergonha.
Oração e livramento de morte
Kelly Lester e sua família. (Foto: Reprodução/CBN News).
“E foi isso que me mudou drasticamente. Porque passou de ser estuprada ou promíscua para matar meu filho. E eu sabia que era isso que eu estava fazendo. E aquele dia foi a mudança marcante do começo da rebeldia para o fundo do poço”, relatou Kelly.
Ignorando seu potencial, ela largou o tênis e desistiu de ir para a faculdade. Após 10 anos de sua formatura no ensino médio, Lester estava viciada em drogas e em álcool, já havia feito mais três abortos e vivia com homens violentos.
Aos 27 anos, Kelly ligou para seu pai, pedindo para ir buscá-la. Fazia dois dias que ela havia sofrido mais um episódio de violência doméstica do namorado.
“Eu rapidamente entro no carro e digo: 'Pai, estou bem. Sofri um acidente de carro’. E ele olha para mim e diz: 'Kelly, duas noites atrás eu estava dormindo e fui acordado no meio da noite pelo Senhor. E eu tive uma visão de você morta no chão com a cabeça aberta. E então comecei a orar'”, contou Lester.
Kelly percebeu que havia sido salva da morte pela oração do seu pai. Naquele mesmo momento que ele passou a interceder por ela de madrugada, seu namorado havia largado a prancha, que iria bater em sua cabeça.
Vida restaurada
Hoje, Kelly é ativista e palestrante pró-vida. (Foto: Reprodução/CBN News).
De volta a casa dos pais, a jovem começou a ir à igreja. Durante uma pregação, Deus falou profundamente com ela: “Se você me seguir, farei beleza das cinzas''.
“Todas as coisas que aconteceram na minha vida – ser molestada, ser estuprada e os abortos e abusos – como você faz isso bonito? E eu acabei de ouvi-lo dizer novamente: 'Se você me seguir, farei beleza das cinzas’”, lembrou ela.
Naquele culto, Kelly se rendeu a Jesus. “Corri para o altar, caí de cara e estava uma bagunça, pedindo perdão e implorando a Deus para me salvar”, disse. Através da oração, da leitura da Bíblia e de amigos que a ajudaram, as feridas da jovem começaram a ser curadas.
“Ouvindo a verdade de Deus, comecei a substituir as mentiras que acreditava desde criança ‘não sou boa o suficiente, não sou valiosa, não sou digna’ para 'eu te amo e enviei meu Filho para morrer por você'”, testemunhou Lester.
Hoje, Kelly é casada e tem seis filhos. Depois de se perdoar por seus abortos, ela se tornou uma ativista e palestrante pró-aborto.
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